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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Minúsculos prazos e muitos copos de cerveja



Defesa marcada: 28 de maio. Isso significa que minha tese tem que estar pronta dia 28. Isso significa que tem que estar tudo pronto pra mandar pra revisão antes do dia 28, mais ou menos (não sei quanto tempo um revisor vai me pedir para ler uma tese de 300 páginas. Aliás, preciso muito de um revisor. Um bom revisor. Não a prima que faz Letras e saca português a vera. Alguém que trabalhe com isso há anos e tenha experiência. Sugestões? carriewhiteaestranha@yahoo.com.br.

28 de maio, quinta feira, nove e meia da manhã. Estão todos convidados. Eu não sei se vou aparecer, mas vocês já estão convidados.

Isso significa que eu tenho menos de 3 meses pra terminar tudo.

Isso significa que eu estou fudida.

Vida monástica, minha cara – disse o orientador. Como se já não quase o fosse...

Agora é matar ou morrer. Retroceder nunca, render-se jamais. E todos os títulos de filmes com o Vandame, o Chuasnéguer e o Estalone juntos.

Ou, como diria um conhecido, pau dentro (no mau sentido, claro).

Isso porque eu tenho ainda um concurso pra fazer, um livro infantil pra escrever pra um concurso...

Olho de tigre.

Pã. Pã pã pã. Pã pã pã. Pã pã pããããã.


* * *



Na madrugada em que minha irmã Violeta, então com 17 anos, encheu a cara de pó e estourou o carro na Rodovia dos Imigrantes, eu estava bêbada, deitada no sofá da casa do Pai, tentando decidir se vomitava ali ou no banheiro. Não me lembro dos argumentos prós e contras, mas sei que o lobby do banheiro perdeu, porque eu e o sofá fomos encontrados, ao amanhecer, cobertos de vômito, mas não de vergonha.

* * *


Eu odeio maconha. O-D-E-I-O. Queria ser legal e dizer que não tenho preconceito, mas a verdade é: tenho preconceito. Acho maconha chato. Tãããão anos 60. Coisa de pseudo-intelectual-artista-baixo-gávea. E eu sempre convivi em meios em que as pessoas fumavam quantidades industriais de maconha. Tenho compaixão com bêbados, com viciados em geral, mas não com maconheiros. Maconheiros não se acham viciados. Maconha tem essa aura de não ser droga, de ser natural, mas eu conto nos dedos de uma só mão os amigos que eu tenho que fumam maconha desde a adolescência e não se tornaram uns estúpidos, idiotas (ok, possivelmente eles seriam idiotas com ou sem a maconha, mas eles se acham modernos e chófens e desafiadores do sistema). Quantos amigos eu “perdi” para maconha – veja bem, nem tõ dizendo de gente que passou por drogas pesadas e morreu. Tô falando de gente que passou a fumar 3 baseados por dia, cuja a vida passou a ser condicionada e pensada em função da maconha. Gente que não faz nada se não tiver um baseado antes ou depois. Gente que parou no tempo. Que burocratizou o consumo da maconha e acha que está sendo muito contestador. Pffff.

A maconha não tem a decadência do álcool. Nada mais cafona e deprê do que um alcoólatra, então pessoas descoladas não se viciam em álcool. Maconha, não. Maconha é legal. Coisa de gente chófem. Coisa de quem não se vendeu ao sistema e guarda ainda algum grau de inconformismo – ainda que você compre sua maconhazinha burocraticamente como quem compra um quilo de alcatra no açougue, enquanto a mulher te espera em casa pra fumar junto com você ou, no máximo, tolerar que você fume no escritório, entre a Encilopédia Barsa (alguém ainda tem Barsa?) e as prestações do novo carro. Não vou nem entrar no fato de que ela financia a violência e essa coisa toda. A maconha não tem a gravidade da cocaína.

Todos maconheiros poderiam ficar pra sempre em Maromba, vendendo aqueles artesanatos horrorosos uns pros outros e ouvindo Raul Seixas que eu não sentiria a menor falta.

E detesto a onda da maconha. Pra mim e pros outros.

Sim, eu sou caretinha e chatinha e velhinha – ou você ainda não pecebeu, amado leitor? Sorry.

Apesar disso tudo, acho que a maconha deveria ser legalizada ontem, assim como todas as drogas. Pelo menos se acabava com a parte da violência.


* * *


A única saída – explico para o meu pastor alemão Simbad – é a rendição.
Ele não entende nada, mas vai buscar a bolinha feliz da vida.

* * *


E por falar em mediocridade, vi “Foi apenas um sonho”, filme de reencontro entre Jack (Leonardo de Caprio) e Rose (Kate Winslet) depois do Titanic. Engraçado como nós estamos pegando a mania de Portugal de botar títulos que contam o final do filme – perdão, Helena, mas não resisti a piada. Por que não manter o título do livro em inglês (que é também do filme): “A estrada revolucionária”? O título em português conta o final.

Mas falo de mediocridade pois é o assunto que o filme aborda, não por causa do filme em si, que é soberbo, fazendo séria concorrência com o Benjamin Botões. O filme é um Beleza Americana (do mesmo diretor, pra quem não notou, o Sam Mendes, marido da Kate Winslet) negro, sombrio e denso. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o filme é baseado num livro. Achei tããão Sam Mendes! Os bons artistas, eu acho, são os que escrevem/pintam/dirigem as mesmas coisas. São aqueles que descobrem temas que são as grandes questões da sua existência e repetem-nas a exaustão, sob as mais diferentes formas. Woody Allen, Quentin Tarantino, Almodóvar, todos os grandes são assim. O risco que se corre é de pegar uma forma e repeti-la. Como diria Nelson Rodrigues: eu sou a soma das minhas obsessões. Felizes os que acharam suas perguntas.

* * *

Mamãe, férias é ficar assim, amando você o dia todo?

* * *


Enfim, o filme é a temática do tédio dos subúrbios estadunidenses, perfeitos e maravilhosos. O cara se muda pra uma dessas cidadezinhas onde se pega o trem na Grand Central Station (me lembrei das tantas vezes em que fui pra casa da Raquel), tem uma linda esposa, casa maravilhosa, ganha bem num serviço burocrático que nem ele entende ao certo o que é, fode umas secretariazinhas de vez em quando enquanto a mulher, outrora aspirante a atriz, faz pecinhas duvidosas com um grupo de teatro amador da região.

São felizes. Ou acham que são. Porque nada é muito ruim, então não sabem ao certo o que falta. Apior coisa é o tédio. Muito pior que o sofrimento é o tédio. O tédio é invisível, covarde. Ele não faz enfrentamentos. Ele se espreita na calada de uma modorrenta tarde de calor, ou num domingo à noite, depois que musiquinha do Fantástico toca e você percebe que mais um semana começará em breve – e você não se sente necessariamente mal com isso, mas também não se sente bem e pensa como seria ter uma vida completamente diferente. Felizes os que sabem que odeiam e por que.

Eu sei que o tema é complexo. Até que ponto é preciso encarar o fato de que há uma (grande) porção de vazio com a qual todos temos que lidar e até que ponto você pode fazer algo da sua vida de realmente prazeroso e significante para que o vazio torne-se um pouco mais suportável – preenchê-lo é impossível, não se enganem.

A solução que eles encontram me fez pensar na série de ilusões românticas que as pessoas têm a respeito de sair em viagens pelo mundo em busca de si mesmo, ou jogar tudo para o alto. Como se não fosse possível descobrir-se aonde se está e antes que se jogue tudo pro alto. O filme fala também sobre a ilusão que se tem de que se é especial - e passaríamos incólumes diante de toda a mediocridade ao nosso redor.

Por se passar nos anos 50 o filme mostra uma época em que os limites estavam mais evidentes. Hoje em dia, como as coisas são muito mais elásticas, como podemos tudo (principalmente em matéria de comportamentos), romper com tudo também se torna mais difícil. Como romper se você não sabe nem onde as barreiras estão?

O melhor personagem do filme é o filho da Katy Bates (amo, venero o chão que ela pisa), corretora da pequena cidade, que foi internado num hospício porque estava "submetido a muita pressão. PhD em matemática, o cara é internado e leva eletrochoques, como ele mesmo diz, para tentar acabar com os problemas dele, mas na verdade os problemas continuaram e todo o resto foi embora. Ele tem duas aparições do filme, mas sua fala é quase como a de um analista, pontuando o discurso do jovem casal.

Ao final do filme, os senhores na minha frente conversavam entre si: “você vê que ela é que era a desajustada. Ela tinha problemas”.

Quase perguntei se havíamos visto o mesmo filme. Porque pra mim era exatamente o oposto.


* * *


O vento aqui invade cada fresta, cada vão, cada canto. As árvores plantadas por seu Lurdinao, perto do muro, não barram o vento. Só o obrigam a uivar mais, até me alcançar. Quando reclamo, seu Lurdiano ri com a mão na frente da boca. Ele me pergunta que vento é esse que só eu escuto. Não sei o que dizer.


* * *


Fui a certa casa noturna ontem, com certa blogstar. Este lugar é um dos poucos que ainda toca rock no Rio – e, como a própria Roberta diz, em samba não se pega ninguém, em locais onde se toca rock é sempre mais garantido não se sair no zero a zero. Sem contar que as mulheres são mais gente como a gente, então a concorrência é mais justa.

O primeiro cara que chegou em mim era gente boa. Formado em Ciências Sociais e trabalha com logística nas Lojas Americanas. Não faço idéia do que seja isso, ainda que ele tenha me explicado. Ele deu ataques ao saber que eu fazia Doutorado em História – meu sonho, meu sonho! – mas disse que o contra-cheque no final do mês o fazia desistir.

Como diria o personagem do malucão do filme: quase nunca é por dinheiro. Quase sempre é por medo. Mas fica mais fácil dizer que é por dinheiro. As pessoas entendem melhor esse tipo de argumento.

Namorado de Menina Gi botou o singelo apelido de Troll nele. Só pra vocês terem uma idéia.

O segundo veio perguntar meu nome pela segunda vez, tamanha a sobriedade do rapaz. Trabalhava com servidor público em uma Agência do Governo. (Meu Deus, eu estou dentro de um filme do Sam Mendes!). Eu faço o que me mandam. O resto do tempo fico na internet.

Eu também.

O terceiro (foi aqueeeeele que Tereza deu a mão) eu é que cheguei pra conversar e não o contrário. Ele era químico e paulista, há um ano no Rio (uau! Tive vontade de dizer que um próximo namorado não será da área humana nem pelo cacete, mas podia assustar a criança). Meu coração até disparou. Trabalhava com plástico. Prestava assessoria pra grandes empresas. Pela milésima vez, como diria Roberta, a Carvalho, não é essas baixarias de jornalista, não! Químico. Coisa phina. Melhor que isso só se ele fosse físico. Aí nos mudaríamos pra Holanda, andaríamos de bicicleta, compraríamos tulipas para decorar nossa sala, teríamos cachorros e gatos e nenhum filho e daríamos aulas em universidades holandesas.

Mas eu falei alguma cosia idiota sobre como sempre fui péssima em química e erro até tabuada de 10. Dãã. Que óóótima cantada, Carrie! Genial!

Parecia um integrante de banda londrina underground. Tinha os cabelos meio bagunçadinhos, magrinho, de óculos e usava um perfume maravilhoso que eu não sei qual era. Tava olhando a noite toda que eu vi. Disse que tava muito barulho ali, falou alguma coisa sobre a sua (dele) incapacidade de interagir com outros seres humanos (eu também, eu também!) – não sei direito se queria que eu o chamasse pra ir pro bar, mas...que diabos! Eu já fui falar com o cara, tenho que tomar toooodas as atitudes? Aí disse que ia ver se o amigo já tinha pagado e não entendi se era pra eu ficar ali esperando ele ou se estava fugindo de mim. Por via das dúvidas, resolvi dar uma volta, mas depois fiquei por perto. Ele ainda ficou um pouco mais com o amigo – acho que me viu – e foi embora.

Lindo, lindo. Quer dizer, não era nem um pouco lindo. Mas era. Eu poderia facilmente ter me apaixonado se tivesse tido tempo.

Fora isso alguns tipos muito estranhos (no mau sentido) me encaravam de vez em quando, tentando um contato, mas eu fugi.


Ah, tinha uma galera de terno e gravata, fazendo a linha “sou estranho, mas tô na moda”, ignorando um calor carioca de 40 graus. Um deles catou a Roberta pela cintura e quis ir até o chão. No que ela declinou gentilmente, alegando ausência de joelhos para aventura. Culpa do namorado de Menina Gi que ficou dando corda para todos os malucos num raiod e ação de dez metros.

Roberta também catou um seres estranhos lá, mas depois ela conta no blog dela.

E umas três da manhã chega a Alessandra Negrini. Um louro meio estranho (que não era o Otto) no pé dela. Já estávamos eu e Roberta quase tirando na purrinha quem ia chegar nela primeiro, quando ela foi embora. Ahhhh...

Isso porque eu tinha dito que nesse lugar dava mulheres normais e que a concorrência era mais leal, né? Hã-han.


Se ao menos eu tivesse um celular que tira foto podia ter vendido pra Caras ou Quem Acontece a preço milionário e visto a próxima manchete da revista: “descubra o novo affair de Alessandre Negrini”.

Mas nem acho que ela pegou. Ela tava lá, na batalha. No que eu concluí: se até a Alessandra Negrini tá pelejando, que dirá nós, pobres mortais.

Definitivamente não tá mole pra ninguém.


* * *


Um dia eu vou fazer sentido.


* * *

Eu não, Fal. Me conformo com sentidozinhos provisórios, a varejo, e muito de vez em quando.


* * *


Choro porque sou impotente, porque tudo posso. Eu choro quase sempre, quase o tempo todo, porque o humano que há em mim se atira do parapeito e não há volta. Mas eu volto, todas as vezes. Todos os dias.

* * *

Tinha uma menina lá no grupo de Roberta que eu cismei que conhecia de algum lugar. A menina tava ficando com um cara que disse que beijaria todas as partes do corpo dela antes de beijá-la na boca.

Cafoooona!

Fiquei tentando lembrar de onde eu conhecia os dois e depois de muito esforço, já em casa, me dei conta de que eles fizeram faculdade no mesmo lugar que eu - ainda que eles tivessem entrado depois de mim.

Aí lembrei que eu sempre pensei que o cara fosse gay.

Bom, com uma frase dessas "vou beijar cada parte do seu corpo antes de beijar sua boca", das duas uma: ou ele é o Wando ou é gay.

Muita preguiça de homens originais.

* * *

Ana Beatriz parecia uma princesa loura, de olhos castanhos, e, enquanto trabalhava com a pazinha, repetia para Heitor, o jabuti, a mesma explicação recebida do pai dela: que tudo nessa vida tem começo, meio e fim, que as pessoas morriam e iam para o céu quando era hora, mas que elas viveriam para sempre enquanto nos lembrássemos delas. Doze anos depois, Ana Beatriz morreria de overdose no banheiro de uma boate em Belo Horizonte. Após receber o telefonema da polícia, essa foi a imagem que me acompanhou enquanto eu pegava o avião, reconhecia o corpo, providenciava a ida para o funeral em São Paulo e consolando Eliano contado mentiras, dizendo que tudo ia ficar bem: a menininha frágil brincando descalça na areia e falando com um jabuti.

* * *

Adorável Raquel me liga domingo à noite, para prosearmos, para dizer que chegou o livro da Fal. Diz que fica com vergonha de ficar no blog elogiando meus textos, porque pode parecer rasgação de seda, porque eu só falo bem dela, então poderia parecer que ela quer retribuir...

Combinamos que ela terá um nick secreto que só eu e ela saberemos.

Eu falo bem dela não só porque ela foi a pessoa mais importante em NY pra mim. Falo bem dela, porque Raquel não tem defeitos. E olha que eu dormi na casa dela e nem posso dizer que ela trenha chulé ou mau hálito.

O marido de Raquel diz, no seu português quase perfeito, que eu sou "verdadeiramente inteligente". Sou não, Drake, querido. Sou verdadeiramente picareta. Engano até a mim mesma.

(Todos os trechos em negrito: Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite. Fal Azevedo. Editora Rocco, 2008.

quarta-feira, outubro 22, 2008


O pior não é o frio – que, segundo a maioria dos americanos, ainda nem começou; inclusive você vê gente (pouca) de perna de fora ainda, sem nem uma meia fina. Mesmo assim é o maior frio que eu já peguei na minha vida. O frio é tranqüilo, ainda mais se você gosta de frio, como eu. Você bota roupa e tudo bem. O pior é a logística do frio. Você precisa pensar em toda sua roupa antes de sair. E pensar que, assim que entrar nos lugares vai estar quente pra caralho e você vai ter que tirar e, dependendo do lugar, ficar segurando o seu casaco, cachecol e seja lá o que for mais.

E eu preciso encontrar uma logística pra lavagem de roupas. Porque tenho que lavar minhas meias finas no banheiro, porque se colocar na máquina elas vão detonar. Daí preciso ir lavando aos poucos. E botando outras meias por baixo e por cima, de forma que eu não precise lavar as meias finas toda vez que eu usar. Entenderam?

Sem contar o nariz. Meu nariz não parou de escorrer desde que começou a esfriar. Não é que ele esteja entupido (só de manhã), mas ele libera uma secreção constante. Nunca gastei tanto lenço de papel. Tenho uma caixa grande, que fica em casa, e outros tantos de bolso. Como diz o meu Rimão do Meio, cujos problemas de garganta se manifestam qualquer mudança de temperatura, é o homus amigdalóide atacando. No meu caso, é o homus alergenicus.

Se fosse só escorrer só tava bom. O problema é que meu nariz sangra, pois o clima é muito seco pra gente. Então já me acostumei a ver sangue todo dia no meu lenço de papel. Normal.

Por isso eu nunca consigo chegar no horário dos meus compromissos aqui. Eu, pessoa notadamente pontual. Porque eu sempre levo o dobro do tempo pra me aprontar e sempre me perco ao redor de onde eu preciso ir. Sem contar que toda hora acho que perdi meus cartões do metrô, chaves, etc. E preciso tirar sapatos antes de entrar de casa e ao sair de casa...muita logística.

Pra vocês terem uma idéia do meu grau de desorientamento esses dias eu saí de casa de manhã sem escovar os dentes. Tomei banho, tomei café, mas, não sei porque, esqueci de escovar os dentes.

Eca. Será que é a convivência com Zorba? Será que daqui a pouco eu vou estar sem tomar banho? Porque o pior do banho não é o frio. Mas é você ter que tirar toda a roupa e colocar tudo de novo. Se bem que em casa dá pra ficar com pouca roupa por causa de aquecimento. Essa noite eu acordei até suando.

E o aquecedor do meu quarto faz um barulho bizarro. Tudo bem que é pouca coisa o tempo em que ele fica ligado. Acho que as paredes absorvem o calor e daí eles desligam. Mas acho que tá com defeito. Como eu sou um pedreiro pra dormir (dificilmente alguma coisa me incomoda), nem vou me dar ao trabalho de reclamar.


***

Povo andrelandense: nasceu a menininha da Gisele (outra Gisele, não Menina Gi). Chama-se Gabriela. Vou lá visitar. Tava previsto pro dia 31, mas nasceu essa madrugada, as 3:30. Mãe e bebê passam bem.

**

Conheci um esloveno – pessoa da Eslovênia. Tava no albergue das meninas, na copa, esperando-as arrumarem as malas pra gente sair pra comer, segunda feira, últimas horas delas em NY, quando chega aquele ser louro-branco e começa a me perguntar sobre barcos para se fazer passeios em NY. Quando perguntei de onde ele era ele disse que eu não ia saber onde é o país dele. Ora, como não! Falar isso pra uma historiadora! É verdade que quando ele disse Eslovênia (primeiro tive que entender o sotaque dele) eu achei que era um dos países da antiga URSS, mas aí ele me explicou que era uma parte da Iugoslávia que tinha virado país depois da guerra de 1992 – assim como a Croácia, a Bósnia, a Macedônia (que não se chama exatamente Macedônia, mas eu esqueci como é). Ah, passei perto! A gente ficou conversando e quando as meninas chegaram, eu chamei-o pra ir comer com a gente.

Ele não queria acreditar que nós, especialmente as meninas, éramos brasileiras. Porque uma delas é filha de japonês. A outra, menina Gi, é mais branca que eu e tem olhos e cabelos claros. Então lá fomos nós, brasileiras falsificadas, filha de japoneses e esloveno para um restaurante tailandês que tocava um tecno ensurdecedor em plena segunda feira gelada.

O moleque era uma figura – ou um cromo, como diria Helena. Super engraçado. Ele é estudante de doutorado em Biologia e estava nos EUA para participar de algumas conferências e depois iria ao Canadá. Mas em NY ele estava só a passeio por 4 dias. Diz ele que estava se sentindo que nem o Borat. Ele se chama Vit e tem 27 anos. Não é feio, não, como diria Formiga Mãe.

Comemos, depois fomos procurar um waffle e depois fui com eles até o albergue, de onde pegaria o metrô pra casa. Aí vai eu, na minha versão estadunidense mega sociável: “Vit, I’ll write my cell phone, in case you want...” no que ele me interrompeu/completando: “Marry you? Oh, I think you are going too fast, girl!”.

Humm…gringo engraçadalho do carilho. Por isso é que brasileira leva a fama de puta e não sabe porquê. Eu, tentando ser simpática...dá nisso. Por isso é que eu sou antipática a maior parte do tempo. Mas, sem querer ele apontou meu principal problema em relacionamentos. Falta de timing. Too fast or too slow. Yes, Vit. That’s me.

Fiquei azul de vergonha, mas tive que rir também. Eu, que nunca faria isso em condições normais de temperatura e pressão – dar meu telefone pra um cara que nem pediu e que eu acabei de conhecer – resolvo fazer justo com um esloveno. Isso, Carrie! Você só perde pro Woody Allen na falta de jeito! Ou pro amigo de um amigo meu que chega nas mulheres perguntando “você gosta de molho pesto?”. E esse Vit é o tipo de pessoa que simplesmente não freia o que lhe vem a cabeça. Sai falando. Meio que nem o Borat, mesmo.

No final falei que ele podia me ligar nesses dias em que ficasse por aqui, caso precisasse de alguma coisa e eu prometia não casar com ele. No que ele fez um muxoxo do tipo “oh...que pena”.

Rá rá. Mas que foi engraçado, foi. Vê-lo levantando as sobrancelhas quando eu disse que ia dar meu telefone. Realmente o gap cultural entre a Eslovênia e o Brasil é um tanto quanto grande e deve ter soado muito bizarro pra ele. Apesar disso, ele já tinha visto Cidade de Deus e Central do Brasil – em festivais de cinema independentes e porque o namorado de uma amiga dele era brasileiro. Segundo ele, o cara terminou com a menina porque achou-a muito independente. Sim, comportamento tipicamente latino.

Quando fomos contar a história de “O ano em que meus pais saíram de férias” ele perguntou porque todo filme brasileiro tem que ter um garotinho abandonado. A meditar.


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A biblioteca ta impossível hoje. Mega lotada. São as mid-terms. As provas de meio de semestre. Aqui nego leva a sério prova. Não quero nem ver quando for a prova final. Tô tendo que revezar buraco de tomada com uma menina. Revezar buraco é depression. Buraco é coisa muito pessoal.


**

Tô tensa para com minha tese. Eu fico tensa por qualquer motivo. Bons ou ruins. Empaco por qualquer coisa. Empaco porque acho que não vai dar tempo, empaco porque acho que tá muito ruim e porque não sei como continuar e empaco porque acho que tá muito bom e tenho medo de não conseguir fazer o que acho que poderia fazer. Empaco quando encontro coisas muito boas ou quando não encontro nada. Empaco.

Quer dizer: fico nervosa em pensar que pode dar muito errado ou que pode dar muito certo. Ainda mais porque andei recebendo uns e-mails de pessoas no Brasil, contatos profissionais que me fizeram crer que eu estou indo na direção certa. Sabe quando as pessoas acreditam mais em você do que você mesma? Putz. Que medo. E, se eu conseguir fazer o que eu quero...nossa. Minha tese será bombástica. Porque eu estou falando de uma coisa que pouca gente falou. E essas pessoas contam comigo pra falar isso. É muita responsabilidade. E eu não quero falar nem A nem Z, que seria o mais óbvio. Ou pior: pode acontecer de eu conseguir fazer o que quero e mesmo assim minha tese não ser bombástica...porque tem muitas outras questões – e pessoas – envolvidas. Aí eu vou ficar muito puta. Quer dizer, não tem como eu não me frustrar de alguma forma. Porque as minhas expectativas são sempre muito altas. Pink e Cérebro.

Timing. Tudo na minha vida se resume a uma questão de timing. Ou falta de.

Difícil ser eu.

Não é pra entender esse pedaço.

quinta-feira, outubro 09, 2008

I feel gooooood (pã-na-nã-na-ña-na-nã), I knew that I would...

Reestruturei minha tese em cinco novos capítulos (aproveitando os três que eu já tinha escrito), talvez seis (a meditar, como diria Amado Orientador).
Estruturei meu livro de contos - que eu vou publicar alguns deles aqui, talvez todos, a meditar - em oito contos. Tá tudo aqui, ó (bate com o dedinho na cabeça) e organizado em tópicos nos meus caderninhos. Se chamará "Folhas de um Outono". Hãn, hãn? Pegaram? "Folhas" de folha de árvore (que cai no outono), "folha" de papel e, segundo Formiga Irmã, Folhinha de Fumiga, porque eu sou uma Fumiga Atômica, e fumigas comem folhinha.
So good - tã tã - so good tã tã...

sábado, junho 28, 2008

1, 2, 3...preparando a reentrada na atmosfera

Gente! Vamu lá! Todos mundo fazendo um pensamento positivo, emanando vibrações, rezando, abrindo os chacras (ôpa!), batendo tambor, acendendo vela, pondo meu nome na sessão do descarrego da Record ou torcendo simplesmente para que Exu Tranca Tese saia de mim como o suor e eu consiga terminar o raio do capítulo antes de viajar (antes de viajar, não. Na próxima semana) pra mandar pra mulé (uma mulé aí que precisa ler), pra ela me devolver, pra modi eu anexar no relatório e entregar tudo dia 25 de julho. Que o espírito de Raymond Williams desça sobre mim e eu psicografe esse capítulo.

Eu preciiiiiso me concentrar. Eu preciiiiiiso.

Ai, mas como dói!

Porque, tipo assim, moçada. Eu passo a madrugada lendo (coisas não acadêmicas, ainda que contribuam para esse capítulo em questã), pensando merda, lendo e pensando merda, vendo TV, depois durmo até umas dez quando Formigas Mãe ou Irmã me arrancam da cama, tomo banho, faço coisinhas na internet, almoço, durmo, acordo, respondo e-mails, leio blogs, vejo apartamentos pela internet, às vezes escrevo pro meu blog, estudo (nem sempre) ou tenho aulas de inglês (quando tô no Rio), resolvo coisas na rua (nem sempre), ameaço ler alguma coisa acadêmica, abro no capítulo, olho pra ele (como diz o meu orientador: quando os textos começam a te olhar de volta, aí ta na hora de trabalhar), fecho, penso umas mil vezes “tô fudida, não vai dar, não vai dar, não vai dar”, daí já são duas da manhã e tudo de novo.

Preciso voltar aos exercícios que andam meio parados por causa da chuva e porque eu estava no Rio – mas em Versailles não há desculpa, pois temos nosso amplo salão fitness. Os exercícios me levam novamente ao caminho do Senhor. Tudo na minha vida começa a partir dos exercícios. É. Exercícios. A culpa de tudo isso é a falta de exercícios.

Então vamu lá, Carrie. Vamu lá. Cabô a palhaçada, hein?

segunda-feira, março 24, 2008

Estou viva (dizem)

Mas há divergências.
Me recuperando da Semana Santa de porco, chocolate e álcool. O porco não é uma máquina. Quero dizer, o corpo.
Muitas fotos de crianças, exposição de mamãe um sucesso absoluto.
***
Ainda sem internet - tô com medo de começar outro relacionamento com outra empresa e me decepcionar novamente, então estou adiando esse momento ao máximo. O que pode ser uma metáfora da minha vida amorosa.
***
Por falar em relacionamentos, obrigada pelos comentários sobre meus traumas de infância. Bel, ao ler o seu me lembrei de uma frase do Fabrício Carpinejar que diz algo como "sou contra namoros longos. Caso logo, que é pra ter passado ao invés de futuro".
Hetie, quem sabe eu namoro o seu filho mais novo? Ele faz Cinema na UFF? Eu estudei lá! Quantos anos? Solteiro? E um assim, mais velho? Não tem não?
Não, pessoa que perguntou se eu moro em Niterói. Eu NÂO moro em Niterói é era exatamente sobre isso que eu falava.
(Respondendo coletivamente a todos os comentários, já que o tempo é curto).
***
Reencontrando um amigo:
- Oi, Fulaninho! E aí, o que que cê tá arrumando?
- Eu? Nada. Não tô pegando nada.
- Tá que nem arame liso? Não agarra nada?
- Não, tô pior que arame liso. Não tô servindo nem pra cercar.
É velha, mas sempre atual, infelizmente.
E eu tô que nem meu amigo. Nem gripe eu pego.
***
Diogo Mainard falando no Manhattam Connection (programa de TV) sobre como escolhemos nossos relacionamentos: "há escolha? A gente vai em quem não rejeita".
Sou obrigada a concordar com Diogo.
***
No compasso da qualificação. Esperando que meus neurônios retornem de sua viagem à Plutão antes de quinta, se não Houston, we'll have a problem.
Sabe aquele sonho que a gente sempre tem quando é criança, de que vai chegar de pijama na sala de aula? Pois é. Estou com medo de chegar de pijamas. Metaforicamente falando. Estou com medo das pessoas dizerem: qualificação? você? você sequer estuda aqui!! Te conheço? E eu sair dizendo ET, telefone, minha casa. Não, eu não tenho medo do que eu deveria ter: as críticas da banca. Eu sou que nem o Rocky Balboa. Sou acostumada a apanhar. Me lembro de suas sábias palavras em Rocky 6: "a vida vai te colocar de joelhos. O que te diferencia de outros lutadores não é o quanto você consegue bater, mas o quanto você consegue apanhar sem cair".
(Ou, como diria o Senhor Miaguy: "karatê bom, hay. karatê mau, hay. Karatê mais ou menos, te pegam como lixo!!").
Mais ou menos o sonho que eu tenho até hoje que eu fiquei reprovada em matemática no último ano do colégio e homens de preto vêm atrás de mim dizer que eu preciso voltar pro segundo grau, já que não tenho nem graduação.
Não, não tentem compreender. Apenas me amparem nesse momento. Não tentem contra-argumentar com argumentos racionais. Eles não funcionam comigo.

domingo, março 02, 2008

(Ir)racionalidade burocrática

A semana foi de verdadeira gincana, caríssimos. Quando eu estava quase completando uma prova, outra surgia. Depois de preencher 50.000 formulários, exame de sangue da mãe, do pai, vários atestados de Nada Consta, tudo em cinco vias e reconhecido em cartório, eis que eu me deparava com informações do tipo: "mas você não preencheu o formulário PX#3 rosa de bolinhas azuis pulando no pé direito e voltada para Meca? ". E eu, atônita, dizia: "eu...eu achei que era pra pular no pé esquerdo..." ao que a voz do outro lado se regozijava e respondia com uma sonora gargalhada: "então você vai ter que fazer tuuuuuudo de novo!!!!", depois de tudo isso, eu consegui! Consegui entregar todo o material que precisava entregar e tirei 80% do peso que estava sobre os meus ombros. Os outros 20% eu tirarei dia 27 de março - data em que serei a pessoa mais feliz do Universo. Até lá sou apenas a terceira ou quarta mais feliz.
But, como Murphy é meu amigo e chapa, as coisas não podiam ser tão fáceis. Todas as etapas da gincana foram agravadas pelo fato de que eu estou sem internet. Tudo começou porque eu suspendi minha internet banda larga (virtua) em funçãop de...algo que não vem ao caso. Soube que eu podia interromper os serviços - pagando, para isso, a módica quantia de 22,90 (ou 29 e qualquer coisa) para manter a minha, vamos dizer, "vaga", já que não queria sair, pois o meu pacote é velho e barato; se eu saio, perco. Então eu ia ficar 3 meses sem o serviço e pagando 22 ou 29. Por um motivo que também não vem ao caso, resolvi voltar. Me informaram que assim que eu quisesse, poderia retornar o serviço, bastando ligar pra lá. Simples assim. Eu, tolinha, cri - porque eu sou, antes de tudo, uma crente.
Liguei pra lá e...Jacaré religou? Vocês religaram? Alguém? Nããão. Claro que não. Me deram um prazo de 72 horas pra religar porque O Sistema que religa estava com problemas. Após 72 horas, me pediram 48 horas porque a solicitação anterior havia dado erro n'O Sistema. Passadas 48 horas eu ligo pra lá e me informam que eram precisos 72 horas - úteis - para que O Sistema processasse a informação. Aí perdi a paciência - que já é pouca. Como assim? Estou há uma semana tentando religar um serviço que me foi informado ser de simples religamento, me dão meia dúzia de informações desencontradas e no final das contas eu ainda tenho que esperar? Peguei o telefone da ouvidoria - que certamente não me ouvirá - e tentarei reoslver amanhã. Mas estou seriamente tentada a mudar pra esses sistemas de Internet móvel, tipo o da Tim, que, além de tudo terei internet em todos os lugares onde houver cobertura Tim. Aproveito e saio da VIVO que é outra empresa que VIVE (dããã) me torrando o saco. Não que eu acredite que tudo vá melhorar, mas pelo menos é um ruim diferente. Sinceramente, a Net já deu na minha paciência. Odeiomuitotudoisso.
De modos que, andei meio ausente pelos motivos supracitados e é possível que o problema permaneça por alguns dias. Mas vou dando um jeito de entrar na internet por outras formas.
Por isso é que eu digo: viva o GatoNet! Façam Gato, minha gente. Burlem essa empresa cretina que é a Net. Viva as soluções alternativas e caseiras.
Tô muito puta com a Net. Muito. Tô quase tirando da gaveta a idéia do blog Consumidor Otário. Que, afinal, somos todos nós. Porque todas as empresas são sacanas. Todas.

sábado, fevereiro 16, 2008

Só agora eu vi o comentário da Tati Tatuada! Olha que fofo!


“Carrie, eis me aqui:)Foi um prazer falar com você e não fosse o Alváro isso jamais aconteceria.Eu quis falar com a Andrea também(muito, muito, muito - porque eu sou fã há tempos), mas Carla San não tinha o telefone e a loira aqui esqueceu de anotar.Beijos.Tati”


Viu, Andréa! Bobona...


E se você tivesse me pedido, Tati, eu TENHO o telefone da Andréa!


Pois é. Estou eu cá, em Gotham City, no meio de uma parada pedreira, pensando (como eu penso 259.476 vezes ao longo di dia): porque eu fui inventar de fazer doutorado, eu não levo jeito, eu sou muito indisciplinada; ei! eu vou tentar o concurso pra diplomata!; eu vou me inscrever em algum programa de apoio da Petrobrás pra eu ficar em casa escrevendo um livro e eles me pagando um salário e eu não precise ver ninguém, nem sair de casa (ôpa, mas não é isso que eu estou fazendo no doutorado?); eu odeio o Rubem Fonseca, porque esse velhinho não morre logo?; será que algum dia eu vou escrever como ele?; será que algum dia eu vou escrever?; eu amo o Rubem Fonseca; preciso tirar esse esmalte; acho que estou com fome – ou enjôo, não sei ao certo; ai, uma formiga na minha perna!; vou fazer xixi; tomar um copo d’água; comer uma banana; porque eu não fiz filosofia?; quero ir pra Nova Iorque; por que eu não fiz letras?; ai, tá calor; não, não quero ir pra Nova Iorque, quero só mudar do Rio; e se eu morasse aqui?; será que eu posso dizer que há um traço de continuidade na obra dos estóicos com a de Pascal, Schopenhauer e Nietzsche?, Estou confusa sobre a Razão...; aliás, a Razão sempre me confunde...maldito Descartes! Mas a culpa não é dele, é daqueles malditos gregos; ai, esse autor viaja, não sei porque gostam tanto!; minha caneta azul acabou; caralho, o windows fechou de repente!; ah, foda-se, não vou atender o telefone nem fudendo; ainda bem que eu tinha salvado tudo; acho que quero outro xixi - ou quem sabe cocô; por que eu não fiz Direito?, quando de repente, não mais que de repente, me liga Dr Álvaro, o homem das mil sugestões, aquele que sempre tem uma idéia e sempre lembra de todo mundo:


- Álvaro: Estou com uma fã sua aqui.


- Eu: hã??? Quem?? Como assim? Por quê???


- Álvaro: Fala com ela.


Aí vem a doce Tati Tatuada, cuja alcunha eu já havia visto por aí, em diversos outros blogs e nunca imaginei que lesse o meu. Aí ela me diz que nunca comentou porque é tímida. Meu deus! Tímida sou eu! Eu nunca pensei que uma pessoa com um nick de Tati Tatuada pudesse ser tímida! Eu imaginava uma pessoa tatuada (dã), muito tatuada, completamente desbocada, desinibida, que arrota em público e pega geral, fuma e bebe, praticamente a Rê Bordosa. Aí descubro que ela tem uma voz doce e meiga, um sotaque de paulista da capital, e ela ainda por cima diz as palavras mais doces! Que me adora, que lê meu blog todos os dias, que não comenta porque morre de vergonha (como assim, gente? Não é pra falar em público, é só botar umas letrinhas!), mas no da Andréa ela comenta (why???), que está torcendo muito pela minha dieta e pelo meu doutorado.

Caramba! Nem sabia o que dizer! Só agradeci, agradeci e agradeci muito sem graça, afinal, agradecer por quê? Eu apenas...vivo...e escrevo – não necessariamente nessa ordem. Eu sou o meu próprio personagem! Cujo final eu ainda não sei - graças a deus.


Obrigada, Tati. Mesmo. Do fundo do meu coração.


***

Aliás, aviso aos navegantes: tenho recebido alguns e-mails de pessoas que não conseguem comentar. É o seguinte: eu proibi os comentários anônimos. É que volta e meia vem gente chata falar merda no meu ouvido. Daí eu proibi que é para, pelo menos, eles terem um pouquinho mais de trabalho (porque eu sei que pra evitar completamente isso, só se eu proibisse de vez os comentários. E, visto que eu sou: A) Carente; B) Anônima e C) Nem tenho tantos comentários ofensivos assim, não penso em fazer isso). Veja bem: não falo de comentários contrários ao que eu escrevo. Falo de gente sem selvíssio que entra só pra ofender a mim ou a outros leitores que comentam. De modos que, parô a palhaçada. Logo, como comentar? Simples. Elaborei FAQs sobre os comentários.


Não consigo comentar. Como faço?

Você deve selecionar a opção que se encaixa com você (Open ID, Word Express, Google...).


E se eu não tenho um blog, mesmo assim eu posso comentar?

Claro! O google, o orkut, o blogger e o gmai são tudo do Grande e Onipotente Google, Aquele que Tudo Vê e Tudo Ouve. O Verdadeiro e Único Grande Irmão. Logo, qualquer senha que você tenha no orkut ou gmail também serve aqui.


Eu não tenho orkut nem gmail nem blog...ainda assim eu posso comentar?

Você ta meio desatualizado, hein leitor(a)? Mas tudo bem. Ainda assim você pode comentar. Basta criar uma senha e um login no sistema blogger (a própria caixa de comentários te diz como fazer). É como criar um e-mail. E você pode criar uma identidade falsa!


Ah, mas aí dá muito trabalho...

Um pouquinho, mas quase todo site que você entra hoje em dia você precisa se identificar.


Mas aí os anônimos também vão poder criar IDs falsas...

Vão. Mas pelo menos dá mais trabalho!


Mas o que adianta?

Cara, você é mala, hein?


Pô, só to perguntando qual o sentido da parada...

O sentido é ter um pouco mais de controle, só isso.


Que na prática não acontece.



(Silêncio)



Oi, onde você foi?


***

Eu adoro FAQs! E sempre imagino umas perguntas nada a ver. Mas, deu pra entender? Se ainda assim não conseguirem comentar, me avisem por e-mail.

***

Sobre a festa de hoje no BBB:

O que é a Juliana dançando no pau (eu sei que tem um nomezinho próprio, mas não lembro e tô com preguiça de procurar, saiu até na Boa Forma depois que Flávia Alessandra passou a fazer na novela das oito) ? Pro-fis-sa! E isso é difícil! Você tem que ter força e prática. Eu sabia que o mode Sandy on uma hora ia pra casa do caralho. Só fico imaginando o Alexandre vendo. E hoje ela pega o Rafinha. Ah pega.

E ela falando que gostaria que o ensaio dela pra revista fosse de patinadora californiana, com maria chiquinha?!! Meu deus!!! A mulher já devia ter isso na cabeça antes de ir pro BBB! E é tão burra que, ao invés de valorizar o passe, já dá logo o serviço completo.

Quer dizer, burra sou eu, né? Que tô aqui fazendo doutorado e não sei fazer dancinha sensual no poste.

A festa é fetiche? Só explica pra eles o que é fetiche. E o Felipe tá de quê? Encanador? Pedreiro? Diretor de novela das oito?

Marcelo-Village People. The best. E ontem a Gyselle sacaneando ele com o roupão? Tava todo machão, de repente tirou a faixa e começou a rodar. De Rock Balboa passou a Priscila rainha do deserto. Num segundo!

Não, não vou comentar sobre a visita da namoradinha da Tati. Ainda há alguma dúvida?

Acho muito triste a gente ainda viver num mundo em que as pessoas precisam esconder suas opções sexuais. E até nisso a mulher se fode. Homem assume mais facilmente. Já é o segundo no BBB. Já mulher, nunca nenhuma se assumiu.

Agora, eu acho que a Natália, assim como o Sergei, é Pan.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Ê, ê...


Eu tinha esquecido da influência do Famoso Exu Tranca-Tese, entidade que assombra orientandos em vésperas de qualificação e defesa. Ele existe. E quando ele baixa, você precisa ascender uma vela pra São Marx, São Weber e São Nitzsche para que sua tese tenha os caminhos abertos novamente. Vamos lá. Ê, ê, misifio.

Segundo o Coach, é muito comum os surtos. No último Althusser estrangulou a mulher. E Coach ainda completa: mas o que ela tinha que estar casada com ele, não é verdade?


***

Sonho dessa noite: o Osama Bin Laden é um bebê lourinho de olhos azuis que na verdade tem 22 anos, está no meu colo e eu estou apaixonada por ele e pensando que se alguém descobrir eu vou ser presa pelo FBI. E estamos em Andrelândia, MG, na casa das tias, mas que na verdade fica no Rio e eu também saía de carro pela Avenida das Américas, na Barra da Tijuca (no sonho eu também dirigia e batia em vários carros; eu tenho muitos sonhos em que eu dirijo. Na vida real eu não dirijo. Comecei a dirigir, bati e fiquei com medo. Como diz uma mulé lá de Andrel, fiquei com drauma).

Interna? Choque elétrico? Manda benzê? Vou a Sessão de Descarrego da Universal? Aceito sugestões.


***

Nossa. Morreu o homi do Brokeback Montain. O louro. Que tinha sido casado com a Michelle Williams, do Dawson’s Creek, com quem tinha uma filhinha. Que coisa. Foi achado pílulas pra dormir em volta da cama dele.

Overdose acidental ou suicídio? A família insiste em morte acidental. É sempre muito difícil pra família encarar um suicídio. Ainda mais de um jovem de 28 anos, lindo, rico e bem sucedido.

E a Dora Bria também morreu. De acidente de carro.

Coisa estranha, né? Gente que nunca morreu antes deu pra morrer.

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Como diz a Tíccia, eu to com as costuras apertadas e precisando pegar ritmo no pedal.

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Hoje e ontem eu senti vontade de comer chocolate. Mas não comerei. Pelo menos por enquanto. Depois, quem sabe, um pedacinho. Mas ainda não é o momento. Ontem fique o dia todo sem comer, desde depois do almoço até a noite, e não deu certo. Fiquei enjoada quando fui jantar. Isso nunca dá certo, mas não foi proposital. Foi indo, foi indo e acabou fondo.

Tô ficando paranóica. Fiquei dois dias sem malhar e estou me sentindo culpada. Eu não posso me sentir culpada. Eu preciso entender que pessoas magras, normais e saudáveis ficam às vezes sem malhar. Isso não quer dizer que as coisas vão se perder. Isso faz parte. Tem dias que não dá. Paciência.

***

Festa do BBB. DJ Malboro e umas periguetes dançando. Só funk. (não passou na grobo, só no Multishow).A Nathália e a Thalita tão se esbaldando com as coxas das mulheres. Não param de comentar. BBB também é diversidade sexual. Só falta avisar pra elas. Como diria Roberta, elas já receberam o telegrama avisando. Podem até não ter lido, mas que receberam, isso receberam.

A Juliana definitivamente não é o meu tipo. Ela é o estereótipo de tudo que eu não gosto em uma mulher e não quero ser. Se olha no espelho o tempo todo, se acha a mais linda do universo, tem vozinha de santa, jeitinho de santa. Definitivamente é a que eu mais detesto na casa. Não por acaso, dois caras (um dos mais gatos) ficaram a fim dela na casa. Homi gosta disso, né? Ainda bem que eu não sou mulher nem branca, como diz Caetano.

Andréa, volta logo de Buenos Aires! Só você me entende...

sexta-feira, janeiro 11, 2008


Uma das grandes angústias de se escrever uma tese – e eu poderia falar horas sobre várias – é que há todo um referencial teórico-metodológico e conceitual que você lê e que sabe que será fundamental, mas será ocultado, descartado, comparecendo, no máximo, como uma nota de rodapé – a não ser que você trabalhe com um pensamento de um autor específico, o que é outra história. Claro que você deve sinalizar para o leitor (banca) que você sabe onde está se inserindo. Então fica naquela de “eu-sei-que-você-sabe-que-eu-sei”. Há toda um arcabouço que estrutura a sua tese que é “invisível”, mas você só pôde chegar a essa invisibilidade porque leu tudo. Você aprende pra esquecer.

Claro que há divergências. Há pessoas – e áreas - que gostam de exibir referências e ocupar páginas e mais páginas com citações e mais citações, transformando o texto quase num grande fichamento, onde o trabalho do autor da tese passa a ser apenas ligar os autores que comparecem, de modo a justificar sua hipótese, nada ou pouco acrescentando. Eu detesto isso – talvez por minha orientadora de mestrado detestar isso e meu atual orientador também. Se é pra reproduzir o que outros escreveram, manda a pessoa ler os autores. No doutorado espera-se que a pessoa tenha um mínimo de independência para andar com suas próprias pernas e o trabalho tenha um mínimo de originalidade. Portanto, o que pode interessar é o seu objeto, não o tanto de livro que você leu.

Mas tem orientador que gosta de loooongos capítulos teóricos ou digressões conceituais. Masturbação mental.

Enfim. Tô só desabafando.


***

E por falar em referências teórico-metodológicas, chegou a minha Boa Forma desse mês. Com a Flávia Alessandra na capa. Nas dicas para 2008: “saiba como arrumar um namorado”. Meu lado feminista de suvaco cabeludo (acreditem, eu tenho um lado feminista de suvaco cabeludo. Só que ele quase sempre apanha do Jorjão, o meu lado caminhoneiro-hooligan - e mesmo assim não denuncia na Delegacia de Mulheres) já começou a praguejar. Claro! Na Playboy ou na VIP você não lê uma manchete do tipo “como arrumar uma namorada”, né? Ao contrário. Você lê coisas como: “o que fazer pra ela largar do seu pé”. Enfim, lá vou eu ler a “dica”.

Uma “pisicóliga” fala que as mulheres estão com um padrão muito alto. Que ao invés de quererem um “louro de abdômen tanquinho” elas deveriam prestar mais atenção no moreno barrigudinho. E que – essa é ótima – não devem transar na primeira noite se querem namorar.

(Ai, ai. Eu vou ali queimar um sutiãs e já volto).

Quer dizer: décadas de conquistas femininas jogadas no ralo, né? E, tipo...vocês conhecem alguma mulher que diga: “ah, só fico com homem se ele tiver tais e tais características físicas”? Não, né? Porque mulher não pensa assim. Mulheres se prendem em detalhes que equilibram o todo. Homens se ligam no todo – que deve ser detalhadamente equilibrado. Homem não percebe que você fez unha, cortou cabelo, fez luzes. Ele só repara que você está melhor em geral. Mulheres, ao contrário, se apaixonam por um nariz, um pé...(vamos deixar outras partes do corpo por conta da imaginação, afinal isso aqui é um blog família e minha mãe tá lendo).

Eu não vou nem comentar sobre a parte de "se você quer arrumar um namorado não transe na primeira noite".

Não, mentira. Vou sim.

Só tenho que dizer que se isso é critério pra um homem ficar afim de mim ou não, definitivamente isso também passa a ser critério pra mim. Sou eu que não quero namorá-lo. Porque se ele se importa com isso, vai se importar com uma série de outras coisas. Não que precise necessariamente transar na primeira noite, mas o fato de “ter que fazer joguinhos”...enfim, vocês entenderam, né? Né, mãe?

Eu só queria saber que planeta essas pessoas habitam. O meu, certamente, não é.

***

Eu acho que os homens ficam assustados e com razão. Mas não por as mulheres estarem “se atirando” – outra parada machista. Mas porque a maioria das mulheres (com exceção das minhas lindas e inteligentes leitoras, é claro) é muito mala. Pega no pé, quer casar e ter filhos. Dou todo apoio pra eles saírem correndo.

Detesto essa reclamação mulezinha de que “não tem homem”. So, what? Muda o disco. Ahhhh...bóra caçar sirvisso, minha gente!

***

A solução é o trabalho free lancer. Aquele que você pega por encomenda, entrega e acabou. E pra quem quer muito ter filho, inseminação artificial – apesar de que eu sou cada vez mais a favor da adoção.

Novos tempos. Novas soluções.

***

Ou o celibato, que, como eu sempre digo, em alguns casos, não é a pior opção. Ou os artefatos tecnológicos. Enfim, temos muitas soluções hoje em dia.

sexta-feira, novembro 23, 2007


Então, Bial. Conforme a situação vai piorando – digo, quanto mais trabalho eu tenho pra fazer – aumenta minha capacidade de realizar atividades absolutamente inúteis. Por exemplo, me maquiar. Dentre as minhas muitas manias estranhas uma das mais graves, e que vem aumentando em escala vertiginosa, é ficar me maquiando na frente do espelho, apenas para testar os produtos. Eu gosto de comprar produtos na farmácia, das mais variadas marcas, e testá-los antes de usar. Então a pessoa tá em casa, dez e pouca da noite, empacada em um parágrafo ou frase da tese que não sai e o que ela faz? Dá uma volta pela casa, toma um copo d’água e resolve testar o novo rímel mega ultra power potente que ela comprou. Aí do rímel ela passa pro lápis, tira a sobrancelha, do lápis pra sombra – ah, as sombras... – e daí pra um batonzão vermelho não custa. Resultado? Meia noite e a pessoa tá com a tese empacada, mas parecendo a Isabelita dos Patins. Tem também a versão arrumando gavetas. Minha orientadora do mestrado sempre dizia que ela não entendia porque orientandos em véspera de defesa tinham compulsão em arrumar gavetas. É verdade.

Aliás, amiga-leitora, aí vão algumas dicas mulherzinha: o lápis preto da Payot é o máximo. Macio, porém firme ele dá o acabamento perfeito para a falha na sua sobrancelha ou faz as vezes de um potente delineador e custa uns seis e pouco. Já o rímel da Payot é um desastre. Borra quando não pode borrar e na hora de sair, não sai. No meio da noite você está que nem o Alice Cooper.

Outra linha de maquiagem que eu tenho gostado de alguns produtos e além de tudo é bem baratinha é a Max Love. Pobre, mas limpinha. Pelo menos o pó deles custa quatro e pouco. E os batons da Elke também são legais e baratos. Como tenho a pele mega oleosa sempre prefiro gastar em uma base oil free e comprar os outros produtos de marcas mais baratas.

Agora, a descoberta do século (depois do liquidozinho azul de Semi de Lino da Alfa Parf) foi usar vaselina para retirar maquiagem dos olhos. Além de muito mais barato é muito mais eficaz e você não machuca seu olhinho, leitora. Pior foi entrar na farmácia e dizer: “quero uma vaselina” e a mulher perguntar: “líquida ou em pasta?” e eu responder: “não sei”. Aí ela teve que perguntar: “é pra quê?”. Quase respondi: “para a prática de sexo anal”.

Fica aí a dúvida/sugestão: será que KY também é legal pra tirar maquiagem?


*

Hoje eu fiquei sem internet durante o dia. Acho que o General Skavuska da Net anda fazendo uma campanha pra eu mudar de 300 pra 2 mega e anda ralentando cada vez mais minha conexão.

Aí liguei pra lá, de novo em menos de uma semana, e pedi uma visita técnica. Chega o técnico. Meu deus...olha, eu, enquanto membro (com trocadilho) da aristocracia até que não possuo muita atração pelo proletariado, mas esse rapaz...ui ui ui. Me veio imediatamente à mente esses filmes pornôs em que o entregador de pizza vem e diz: “foi aqui que pediram uma pizza de...(close nele) CALABREZZA?”. E o cara só me chamava de senhora pra cá, senhora pra lá. Claro. O barango que veio há um tempo atrás falou que não ia cobrar a visita porque eu era muito simpática (há há). Mas eu juro que eu tive pensamentos impuros quando vi este fazendo testes de cabos em aparelhos que eu nunca vi na vida. Ai, ai...

(Toda vez que eu coloco algum post enaltecendo as características sexuais da plebe tem sempre um sem loção que deixa um comentário falando: “aê, se a patroa quiser um homi de verdade cheio de gracha (sic) na unha passa lá na lanternagem do Carlão que a gente troca o óleo de graça”. Não é caso).


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Mas voltando às manias inúteis, uma das melhores tem sido meus novos seriados. Um deles é o Law & Order – Special Victms Unit. É sobre a unidade da polícia de Nova York que cuida de crimes sexuais. Pedofilia, estupro, tráfico de mulheres das ex-repúblicas soviéticas, criminosos da guerra da Bósnia que estupraram mulheres de sua vida e depois quando fugiram pros EUA aparecem mortos...tem de um tudo.

Outro que eu tô viciada é House. Dispensa comentários. Só aquele cara já vale o seriado.

Tô quase viciando em Heroes, mas ainda estou em recuperação.

Além de Cold Case e CSI, claro.

Das dramáticas to gostando de Brothers and Sisters e Californication. A primeira é um drama familiar envolvendo irmãos de uma família que descobre não ser nada do que parecia após a morte do patriarca. Tem aquela atriz que fazia Ally McBeal. Ela é uma jornalista republicana no meio de uma família de liberais democratas. Tem um irmão gay e outro que foi lutar no Afeganistão graças ao incentivo dela. E uma outra irmã e outro irmão. São cinco ao todo. E depois que o pai morre eles descobrem que ele tinha uma amante, um filho fora do casamento e deu um rombo de milhões na empresa da família.

Californication é com o David “X-file” Duchovny fazendo um escritor de um livro só porra louca em uma Califórnia de hoje em dia, com suas mulheres siliconadas, lipoaspiradas e vitaminadas. O cara é promíscuo, bêbado, engraçado e não consegue um emprego sério. Ótimo. Praticamente um Fante ou Bukowski pós-moderno.

E por falar em Fante eu vi que Tom Cruise vai produzir a versão cinematográfica de Pergunte ao Pó. Ou o Tom Cruise é mais legal do que parece ou ser maldito é realmente um negócio muito lucrativo.

Dos reality shows Brazil’s Next Top Model é hilário. Com a famosa (quem?) Fernanda Motta de apresentadora. Só não entendo como as mais feias, altas e esquisitinhas (pré requisito pra modelo) foram eliminadas e aquela Lana-baranga não. Pra mim quem vai ganhar é a Mariana Velho ou a Mariana Richardt. Não conformei com a saída da Érika – apesar de não gostar dela – e acho a Lívia a mais bonita, mas é anã pra ser Top Model (1,72, a mais baixa de todas). E a Érika Palomino falando que a Lívia é feia? Gente, se aquela mulher é feia eu vou ali no vaso me afogar. E a Érika Palomino é o quê?

A vencedora ganha a capa da Elle de janeiro, 200 mil, e um contrato de quatro anos com a Ford Models. Pra quem quiser saber mais:
www.brntm.com.br

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Eu tenho fé em Cristo que algum dia todos esse meu conhecimento inútil vai me trazer algum dinheiro.
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Hoje eu fui a um evento acadêmico e uma amiga estava dizendo porque tem tanta gente feia na área acadêmica. Ora, porque se fossem bonitas as pessoas iam fazer qualquer outra coisa da vida além de estudar, neam? A gente só vai estudar pra ter mais chance de pegar alguém. Se eu tivesse 1,80 e fosse magra eu tava no Brazil’s Next Top Model. Ou então estudando Cabala e namorando o Santoro.

sábado, novembro 10, 2007

Amor-ódio


Ódio. Rubem Fonseca lançou livro novo. Se chama “O romance morreu”, só com crônicas.

Tá veinho, o homi. Preguiçou total de escrever e resolveu reunir crônicas. Os últimos 5 livros dele já são meia-bomba. Piloto automático. Mas, como ele é foda, até o piloto automático dele é bom.

Quem vai me dar de aniversário? (Semana que vem, dia 15). Tirem na purrinha.

Tô num momento ódio-em-relação-ao-objeto-da-tese. Pra todo mundo ele é “o gente boa”, “o que incentiva jovens autores” pra mim, picas (no mau sentido). Nem responde meus e-mails. Se nega a falar comigo. Será por que, né? Por que eu quero falar de uma coisa que ninguém sabe e ele se nega a falar? Aa-há! Ficou curioso, leitor? Aguarde minha tese. Se eu não for processada por ele quem sabe você chegue a ler.

terça-feira, outubro 23, 2007

Fatos da vida


O cérebro humano só consegue ficar completamente concentrado em uma coisa por 50 minutos. Depois disso, ele precisa de uma pausa de 10 minutos. É fato. É ciência. Por isso eu estou aqui escrevendo. Nossa, você relaxa da tese escrevendo outro texto? Mas é claro!


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Eu acho que deveriam fazer um estudo sobre o percentual de gente que surta no mestrado/doutorado. Fonte segura me disse que a quantidade de laudo psiquiátrico que dá entrada nos departamentos é bastante expressiva. É fato. Pessoas que entram em depressão profunda. Eu conheço vários. Não porque não gostam do que fazem. Ao contrário, quase sempre gostam demais.

Resta a dúvida: é a carreira acadêmica que pira o selumano ou o selumano que escolhe a área acadêmica já possui um parafuso a menos?

E isso piora na área humana. Ou pelo menos essa é a área que eu conheço mais. Não imagino engenheiros surtando - bobagem minha, preconceito; todo mundo tem direito a surtozinho básico. Por que as questões são mais subjetivas e tendem a ter mais relação com a pessoa? Se bem que o fato de você estudar um protozoário qualquer ou um planta também diz muito sobre você, né? (essa meu irmão Chechéio poderá responder). Sei lá. Por que a tese tem que ser maior e a pessoa fica mais tempo confinada, escrevendo, sem estar num laboratório ou coisa do tipo? Pode ser...


*

Ainda bem que nada disso acontece comigo. Eu e Herbie, meu amiguinho verde que veio de Plutão (que não é mais planeta, mas ainda merece respeito) pra me ajudar a escrever a tese estamos ótimos. Estamos por aqui. Daremos uma volta daqui a outros 50 minutos, uma hora. Vamos lá Herbie! - no momento ele acaba de nocautear com um grande tacape. Haroldo, meu amiguinho de outro planeta que fica dizendo: quero dormir, quero ver TV, quero brincar!