tag:blogger.com,1999:blog-293772692024-03-07T06:12:24.509-03:00SublimeSucubuSConversas sobre o Nada e o Absurdo. Teorias nonsênsicas sobre a Vida. Resmungos. Bestices. Egocentrismo. Nenhum assunto em particular. Vida acadêmica, cultura pop e literatura. Depois não diga que eu não avisei.Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.comBlogger1997125tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-24524225688552968742014-10-27T19:50:00.000-02:002014-10-27T19:50:33.469-02:00Tem dias que a gente se sente...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Grande amiga - alegre, extrovertida, bonita, com habilidades e qualificação profissional - rompeu com a civilização ocidental e foi morar no mato. Não tão longe assim da civilização, mas não atende mais telefone fixo, só tem internet discada, não participa de uma rede social, não responde e-mail. Sé ela, o marido e cachorros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não fala mais com a família, mesmo com os mais chegados. Aparentemente não aconteceu nenhum episódio específico que desencadeasse esse seu comportamento. Nenhuma grande briga, acidente, trauma...Apenas a coisa foi indo, gradativamente, crescendo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não consigo entender, assim como todos os que conviviam com ela. Tento respeitar, como tentamos fazer com as atitudes das pessoas que amamos, por mais estapafúrdias que elas pareçam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas há momentos, cada vez mais frequentes, que eu meio que a invejo.</span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-6917767303719576422014-10-27T14:53:00.001-02:002014-10-27T14:53:33.147-02:00Onze anos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Arrumando armários. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ex-amiga, me conta, numa carta de 1988: tem um circo muito bom aqui, mas vai embora amanhã.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nó na garganta.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Circo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ex-amiga.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-58441635873115365332014-10-27T14:46:00.001-02:002014-10-27T14:46:31.976-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não resta dúvida que com o Facebook a possibilidade de interação nos textos é infinitamente maior. Não fui só eu que me ausentei do blog. Todo mundo se ausentou. No Facebook nenhum post meu fica mais de um minuto sem ter tido ao menos uma curtida ou comentário. Aqui eu entro e o vazio é acachapante - ainda que eu saiba que existe uma meia dúzia de vocês aí do outro lado. Enfim, só tô tentando me justificar, não estou pedindo comentários diários (mentira, tô sim). A ausência não é só minha, mas de vocês também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas sigo por aqui. Na esperança que votemos aos blogs. Ou a outra rede melhor.</span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-81927869001423012562014-10-20T13:32:00.004-02:002014-10-27T14:45:23.329-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Voltei.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas em função da margem de erro de dois pontos percentuais a mais ou a menos, posso voltar daqui a dois dias ou já ter voltado há dois dias atrás.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tu-dum tsss!!!</span></div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-84879445093946636502014-07-02T14:31:00.003-03:002014-07-02T14:31:54.644-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Só consegui pensar uma coisa durante toda a
entrevista do Neymar que acabei de ver: ele só tem 22 anos. Com 22 anos eu
nunca tinha trabalhado – e portanto nunca tinha ganhado um tostão furado –
nunca tinha andando de avião; não conhecia outros países; nunca tinha saído do Sudeste;
não sabia dirigir; não tinha sequer me formado; já tinha trancado a faculdade
duas vezes e transferido uma. Fazia curso de teatro na CAL. Com 22 anos eu não
tinha a menor noção do que fazer com a minha vida. Devo confessar que rolou uma
depressãozinha. Não pelo dinheiro que ele tem, pela fama, por nada disso,
porque nada disso me importa de verdade (sério). Mas por vê-lo falar que desde
os 6 anos de idade o sonho dele era jogar uma Copa e ser campeão. Quem de nós
consegue sonhar tão alto e ver esses sonhos virando realidade e aos 22 anos?
Não que os pequenos sonhos não sejam importantes. Ou que os novos sonhos que
sonhamos (quando a vida vai dizendo que os velhos sonhos são grandes demais,
impossíveis demais), não sejam igualmente importantes. Mas pensar que a maioria
de nós não vai sequer arranhar conquistas desse naipe – que, volto a dizer, não
tem nada a ver com dinheiro ou fama, mas com um grande sonho de infância – é
muito injusto.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A bem da verdade, a chance de aos 37 anos ele estar
falando m*rda nos jornais na TV e no jornal que nem o Ronaldo (que é da minha
idade) é grande, também. Pelo menos aos 37 eu faço meu pós doutorado e ainda
posso dizer que estou no início da minha carreira.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Enfim. Difícil e injusta a vida.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-37767492070142398612014-06-27T01:11:00.000-03:002014-06-27T01:11:03.485-03:00Não só, mas também<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Às vezes me pego pensando em o que me faz gostar de
alguns escritores mais do que outros. Penso que, dentre outras coisas, não me
interessa ler sobre a Vitória. Não me interessam os escritores pouco generosos,
mesquinhos e que poupam a si mesmos em qualquer linha. Gente que se economiza.
Os que dão um jeito de falar dos próprios defeitos como se fossem qualidades. Não
me interessam as histórias de sucesso. Estou cercada delas. Vivo como no poema
de Pessoa, onde “todos os meus amigos têm sido campeões em tudo”. Todo mundo ao
meu redor tem uma vida perfeita e eu sei exatamente o que fazer para se ter uma.
Quero ler sobre gente que não deu conta. E quem tá no limite de não dar conta. Sobre
fracasso. Sobre ridículos. Sobre gente que se arrepende do que diz e faz. Sobre
tentar todos os dias, <i>over and over</i>, e mesmo assim fenecer. Acho que é isso,
para mim, que faz um bom escritor. Dentre outras coisas, claro. Escrever sobre
o que não foi, não deu, ficou pra depois e, para finalizar - mais uma vez
roubando e parafraseando Pessoa - sobre <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #fff6e5; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">o
intervalo entre o que se deseja ser e o que a vida faz da gente. Ou metade
desse intervalo, porque também há vida. ;)</span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-30889004073833936982014-06-11T00:01:00.000-03:002014-06-11T00:01:00.800-03:00Mentiras que os adultos contam - ou Vida de Adolescente parte II<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Todos os dias eu me choco com o fato de que parte da humanidade inteira NÃO está lutando o tempo todo para diminuir a dor de outras partes do mundo - seja a dor de que tipo for. E umas 369.785 vezes por dia eu me choco por eu estar dentro dessa parte da humanidade que não faz nada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Talvez porque não exista nenhuma parte sem dor. E as pessoas estejam por demais ocupadas tentando se livrar da sua própria dor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas às vezes é mais fácil ocuparmo-nos da dor alheia para diminuir a nossa própria.</span></div>
<br /></div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-3797746846142415812014-06-10T21:00:00.000-03:002014-06-10T21:00:00.873-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É difícil explicar pra quem gosta muito de dinheiro que possa existir gente que não tá nem aí. E nem por isso é fracassado ou acomodado. Todo mundo sabe, na teoria, que existem coisas mais importantes do que o dinheiro. Mas na prática, pouca gente realmente sabe.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pensamento adolescente?</span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-1593365798238588862014-06-10T15:23:00.005-03:002014-06-10T15:35:26.771-03:00Vida de adolescente I<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando você se identifica mais com as angústias e os anseios dos seus alunos do que com os dos seus colegas de Departamento você se pergunta se existe alguma coisa de errada em tudo isso.</span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-78005136681416943532014-06-02T00:23:00.001-03:002014-06-02T00:29:19.541-03:00Nostalgia do presente<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhando para trás e para dentro consigo vislumbrar um sentimento em mim de 20, 25 anos atrás. Ele não era onipresente, mas ele estava lá em vários momentos. Talvez sequer fosse a maior parte do tempo. Com certeza, não era a maior parte do tempo. Mas o momento de sua existência era cheio e pleno e o bastante para permanecer mesmo décadas a frente. Era um sentimento de total consciência do presente, de forma tão absolutamente arrebatadora que nada mais existia, nem antes nem depois. Não se tratava de felicidade ou contentamento, mas uma sensação de que as coisas eram seguras e que qualquer perigo era tão remoto e hipotético que era quase impossível. O futuro não existia, a não ser como uma ideia abstrata, assim como a morte. A segurança do amor dos meus pais, o conforto da minha casa e a vida previsível e estável - porém, ainda não entediante o suficiente - faziam com que as coisas andassem como deveriam andar. Nem mais lentas, nem mais rápidas. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo era novo.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E não se trata de uma construção que eu fiz do passado, olhando retrospectivamente. Era uma sensação presente, que eu tinha a exata noção de que estava acontecendo naquele momento. Mas talvez achasse que fosse ser assim pra sempre. Não sei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Outro dia eu vi em algum filme ou seriado, não me lembro bem, a personagem principal falar algo parecido. De que olhando para trás ela conseguia ter a exata consciência do momento em que ela olhou para a própria vida pensando: "esse é o momento mais feliz da minha vida". Mas, no momento em que ela teve esse sentimento já não era a felicidade, mas o início do fim da felicidade. Porque talvez - completo eu - o momento de felicidade completa seja um momento em que não se sente, não se racionaliza. Vive-se, apenas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acho que lembrei dessa passagem e associei-a a este meu momento porque talvez essa sensação não fosse a felicidade em si, porque era apenas a vida em sua plenitude.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando visito a casa dos meus pais eu me lembro deste sentimento. Na vida adulta esse sentimento é quase inexistente. Há passado e futuro demais e a certeza da impermanência. Talvez haja relances deste sentimento. Mas ele já é tão impregnado do desejo de permanência, nos apegamos tão desesperadamente a ele, talvez sabedores da sua fragilidade, que no momento em que tomamos consciência ele se esfarela por entre os dedos. Porque a receita número um para algo não durar é tentarmos nos apegar a ele com sofreguidão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando foi que o futuro chegou tão depressa?</span></div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-46526745866838554532014-05-29T22:10:00.001-03:002014-05-29T22:56:30.817-03:00Como diria a bruxa do Pica Pau, lá vamos nós...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Não sei bem por onde começar. Nem se de fato vou começar novamente este blog - dado o número de tentativas de voltar, essa pode ser apenas mais uma. Nem sei se as pessoas ainda leem blogs. Eu não leio mais quase nenhum (é, pensando bem, acho que deixei de ler todos os meus blogs queridos).<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Várias razões me levaram a deixar de escrever no blog. Ano passado foi o ano mais louco de toda a minha existência. Eu passei por reviravoltas incríveis com uma galera da pesada na minha profissional, com direito a vilões de novela mexicana e amigos que não eram amigos, etc. Trabalhei de uma maneira escrava e insana e estúpida como eu nunca trabalhei em toda a minha vida. Passei por problemas de saúde que me renderam três cirurgias. Até hoje eu olho pra trás e fico pensando como eu aguentei tudo isso. (Bom, que remédio eu tinha? O que é aguentar?). Em compensação no final do ano eu tive agradáveis surpresas que me fizeram largar tudo e recomeçar em outra cidade, outro estado. E antes de tudo isso eu casei, mudei (e não te convidei). <br />
<br />
Além disso, acho que outro motivo que me fez ir escrevendo menos e menos e cada vez menos é que quando se trabalha em iniciativa privada nunca se sabe o que pode ser usado contra você. E alguns dos meus textos não eram exatamente uma ode ao trabalho no setor privado - para usar um eufemismo. De modos que, aos poucos eu fui me distanciando do blog, ao mesmo tempo em que os sites de redes sociais foram ocupando um lugar maior na minha escrita e leituras diárias. Digamos que todo o meu "impulso criativo", antes canalizado para o blog, passou a ser usado nas redes sociais. O que é uma merda. É legal, mas é uma merda. É legal porque como "está todo mundo lá" a possibilidade de mais gente me ler e me curtir e comentar é maior. Mas é também uma merda, porque tem o povo do <i>silvisso</i>, que não necessariamente entende o seu senso de humor, tem o coleguinha da quinta série que você reencontrou, tem a tia Cocota...enfim...aqui também tem tudo isso, mas em escala reduzida. Tenho uma relação de amor e ódio pelos sites de redes sociais. No momento estou na <i>vibe</i> ódio. Porque é muito chato, também. É muita gente tendo muita opinião sobre tudo.<br />
<br />
Daí me pegava às vezes pensando em ideias para posts que eu podia muito bem estar desenvolvendo aqui, mas eu acabava postando nas redes sociais. E isso é quase sempre visto pela maioria das pessoas como alguém-que-não-tem-nada-pra-fazer-e-fica-o-tempo-todo-no-Face. Mas aí eu percebi que a minha questão nunca foi só a sociabilidade, ainda que eu tenha conhecido gente incrível por aqui. A minha questão é a escrita. A sociabilidade vem num pacote, como <i>feedback</i> da escrita. Nós, escritores frustrados, escritores de meia tigela, escritores de guardanapos de boteco e bloquinhos, gostamos de escrever e sermos lidos. Mas antes de mais nada a gente gosta de escrever - bom, não sei se posso falar pela <i>catchiguria</i> toda, mas falo por mim.<br />
<br />
Sei lá, já disse aqui e repito: eu acho que os blogs, ainda que públicos, são espaços mais reservados. Entra quem quer. Em um site de rede social como o Face você é forçado a interagir com todos os seus amigos - que muitas vezes você é forçado a adicionar - e ler toda e qualquer porcaria de todo mundo. Claro que você pode sempre cancelar as notificações do selumano-sem-loção, mas às veze o selumano-sem-loção em questão é um querido. E você não quer ouvir as merdas que ele diz sobre política e segurança pública, mas quer ver as fotos dos filhos e saber como está. Como faz então, <i>Brasel? </i>Não sei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que eu sinto falta da escrita diária em um local onde as pessoas podem me ler (escrita diária eu tenho no meu diário, mas ninguém me lê. Assim espero). E o FB <i>tá me sufocando, Euclides</i>. É gente demais, conhecida demais, dando pitaco demais sobre tudo o que você faz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, acho que rede social também é vício. Quanto mais você usa, mais você quer usar. Quanto mais você se expõe, mais você quer se expor. Você não se controla e quando percebe está colocando fotos que outrora você não colocaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo isso para dizer que eu senti a falta disso aqui essa semana como em nenhuma outra e resolvi voltar. Aí tive que lutar com senhas e que tais, já que agora é tudo muito interligado e eu não lembrava que já tinha mudado a minha senha ultra mega über difícil pra outra mais razoável. Espero que o ânimo de escrever diariamente me visite novamente. Se eu ainda terei leitores, não sei. Se terei que reconquistá-los, me digam vocês.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É estranho voltar a um lugar tão especial, que eu não voltava há tanto tempo, e perceber quanta coisa mudou e quanta ainda permanece miseravelmente igual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem alguém aí?<br /><br />PS: Roberta falou disso <a href="http://mundoestranho.blogspot.com.br/2014/03/sei-la-sabe.html">aqui.</a><br />PS2: Acho que já usei esse título em algum lugar remoto deste blog.</div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com24tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-6381379416949151842014-05-29T17:27:00.002-03:002014-05-29T17:27:52.459-03:00Teste<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Não sei se é só um teste. Tinha perdido a senha do meu blog. Perdi dentro de mim. Ufa. Achei. Mas ainda estou com a senha do e-mail do blog perdido. Ainda que isso não faça tanta diferença.<br /><br />Mais informações em breve. <br /><br />Ou não.</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-53197934477242154112013-03-07T10:31:00.003-03:002013-03-07T10:31:48.630-03:00Tentando voltar ou crise de identidade bloguística a essa altura?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Eu juro...eu tô tentando. Mas não encontro tempo e nem forma. Não tenho vontade de continuar um blog nos moldes "querido diário". Também não tenho nada mais profundo a dizer do que isso - e o que eu tenho eu preciso guardar pra outros lugares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas eu vou pensar em alguma coisa.</div>
</div>
Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-80001210715537633442012-07-09T13:25:00.001-03:002012-07-09T13:32:31.984-03:00Um mês? Já?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
Como diria minha prima, ao ser parada pelo guarda e constatar que o seu IPVA estava vencido há quatro anos:<br />
<br />
- <i>Nossa, seu guarda! Como o tempo passa, hein?</i><br />
<i><br /></i></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-81744163937309195722012-06-04T11:56:00.000-03:002012-06-04T12:01:08.057-03:00Enquanto isso...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Numa livraria:</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Formiga Irmã:</b> <i>Fumiga! Achei o livro que vou te dar de presente: "Pequeno guia para pessoas inteligentes que não estão dando certo".</i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pândega, essa Formiga Irmã.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não que ela ache que eu "não estou dando certo". Mas ela sabe que EU acho isso. Pelo contrário, ela sempre me lembra de como a vida é um processo e bla bla bla.</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>* * *</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Isso me lembrou um outro caso. A mocinha da xerox que eu utilizo com frequência (a xerox, não a mocinha), estudou comigo durante algum tempo do colégio - ginásio? acho que era assim que se chamava. Sempre vou lá para xerocar </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">currículo, </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">documentos e, dentre eles, diplomas (graduação, mestrado e doutorado). Aí um dia resolvi comentar com a minha mãe:</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>- Puxa, mãe. Será que ela fica pensando "nossa, a Carrie tem tantos diplomas, estudou tanto, e eu aqui, trabalhando como atendente de xerox"?</i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Formiga Mãe, sem pensar duas vezes:</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>- Claro que não. Ela deve pensar "coitada dessa menina. Com </i></span> <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">tantos </span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">diplomas, estudou tanto</i> <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> e não consegue nada".</i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tu-tum-táááá (som de prato encerrando a piada)</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estou cercada de pândegos. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">* * *</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como diria uma amigo da Andrea Batalha: "ter uma inteligência acima da média é como estar preso num engarrafamento".</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E a média anda tão baixa que qualquer um tem uma inteligência acima dela. Mas isso não adianta muita coisa, porque você só pode andar de primeira.</span></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-30384293352632750142012-05-17T22:33:00.000-03:002012-05-17T23:01:03.376-03:00Contabilidade da vida<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
O quanto entra. O quanto sai. Comer menos, gastar mais. Tarefas a serem feitas. Tarefas concluídas. Minutos que se consegue trabalhar ininterruptamente. Dias que faltam para o fim do prazo X. Gastar menos, entrar mais. Taxa de glicose, colesterol, triglicerídeos. Aplicações bancárias. Aplicações a laser. Números na balança, números da pressão, número do manequim. Dormir menos. Procrastinar menos, trabalhar mais. Dias que faltam para o fim do prazo Y. Circunferência abdominal com risco de ataque cardíaco. Nível de produtividade do bolsista. Dias de namoro. Duas páginas sobre. Taxa metabólica basal. Cortar. Cinquenta mil caracteres (sem espaço) sobre. Livros lidos. Anos que faltam até o último óvulo sadio. Livros a serem comprados. Número de cabelos brancos. Número de meses que dá pra ficar ainda sem pintar o cabelo. Dias que faltam para o fim do semestre. Anotar refeições. Minutos de meditação. Miligramas do remédio. Aumentar. Número de rugas. Taxa do cartão. Índice de massa corporal. Oito horas por dia. Expiração duas vezes maior que a inspiração. Contar calorias. Transpiração quatro vezes maior do que qualquer coisa. Meia hora por dia. Tabela de custos da planilha. Creme duas vezes ao dia. Números do celular. Gastos do projeto. Só dez minutos. Três cervejas. Minutos do celular. Controlar a cada seis meses. Anotar despesas. Trezentos gramas de presento sem gordura. Uma vez por ano. Minutos de aula dados e restantes. Número de aulas. Gigas ocupados. Minutos de caminhada. Número de alunos. Barras de chocolates. Três fôlegos no mesmo <i>asana</i>. Número de faltas. Número de seguidores. Nota do MEC. Três vezes por semana. Dez tempos antes de explodir. Repetir três vezes. Dia que vence o livro da biblioteca. Só mais cinco minutos. Tamanho do ciclo menstrual. Notas. Idade em que o escritor X lançou seu primeiro livro. Número de notificações. Idade em que Fulana teve seu último filho. Número de visualizações. Pessoas que talvez você conheça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha vida é uma eterna contagem. E eu sou péssima com números. </div>
</div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-66372459483363262712012-05-16T15:25:00.001-03:002012-05-16T15:33:40.969-03:00Vejam<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pra quem quer conhecer meu namorado, vejam a coluna que ele faz pro site do jornal impresso que ele trabalha. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Falando sobre a segunda coisa que ele mais ama na vida: nerdices. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(A primeira não precisa dizer o que é, né?)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vamos lá bater o recorde de visualizações do <a href="http://www.youtube.com/watch?v=OhVwfJETeUY&feature=related">coelhão</a>.</span></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/PjBUzbdfGv8?fs=1" width="459"></iframe></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-70026254839216180622012-05-07T07:25:00.000-03:002012-05-07T07:25:00.322-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Depois de uma noite de insônia, daquelas brabas, brabíssimas, em que o mundo INTEIRO dorme MENOS VOCÊ, e você tem a CERTEZA ABSOLUTA de que NUNCA MAIS EM TODA A SUA VIDA dormirá, falo pro namorado:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Eu te chamei quase de manhã pra falar que eu não conseguia dormir, tava agoniada e sabe o que você disse? "Lê um texto meu que você dorme, de tão chato que ele é".</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Namorado sem se lembrar de nada: "<i>Ah é? Menos mal. Pior se eu tivesse dito pra você ler um TEXTO SEU".</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tu-tum-tá! (som de prato de bateria marcando a piada).</span></div>
</div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-24328191975404319582012-05-05T19:20:00.004-03:002012-05-05T19:20:43.082-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Preciso lembrar que é difícil para todo mundo. Uns mais, outros menos. Eu nunca vou saber a dor dos outros. Podemos tatear e arranhar a superfície do que nos tira de nós mesmos, mas o máximo que vamos conseguir é sujar as unhas de verniz. Mas continuamos tentando. Que nem o filme onde os caras saem de barco, param para mergulhar no meio do nada e esquecem de descer a escada para o mar. Mesmo sabendo que é inútil tentar voltar pro barco arranhando a superfície eles o fazem desesperadamente. Por que essa é a única chance. Por mais remota e desesperada que seja. É isso ou se entregar.</span></div>
</div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-14846908969745030742012-05-05T19:16:00.000-03:002012-05-05T19:16:11.606-03:00Lendo na calada da noite (e na falada da alma)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Mais uma vez, e não seria a última, sentia-me meio estranho no mundo, como se tivesse acordado de repente e desconhecesse suas leis e seu significado. [...] Me sentia mais só do que nunca. E apenas mergulhando nos livros parecia reencontrar a realidade , como se a vida nas ruas fosse uma espécie de grande sonho de gente hipnotizada. Faltavam muitos anos para entender que nas ruas, praças e até nas lojas e escritórios de Buenos Aires havia milhares de pessoas que sentiam ou pensavam mais ou menos o que eu sentia, naquele momento: gente angustiada e solitária, gente que pensava no sentido e na falta de sentido da vida. [...]</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E naquele reduto solitário eu me punha a escrever contos. Agora percebo que escrevia toda vez que era infeliz, sentia-se só ou em descompasso com o mundo onde me coubera nascer. E me pergunto se não é sempre assim, se a arte de nosso tempo, essa arte tensa e dilacerada, não nasce invariavelmente de nosso desajuste, de nossa ansiedade e de nosso descontentamento. Uma espécie de tentativa de reconciliação com o universo dessas criaturas frágeis, inquietas e aflitas que são os seres humanos [...]</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Será [o homem] esse ser dual e desgraçado. Esse ser dolorido e espiritualmente enfermo que indagará, pela primeira vez, o porquê de sua existência [...] E então seres descontentes, meio cegos e meio enlouquecidos, tentam recuperar, tateando, a harmonia perdida, com o mistério e o sangue, pintando e escrevendo uma realidade diferente da que, infelizmente, os cerca, uma realidade muitas vezes de aparência fantástica e demencial, mas que, coisa curiosa, acaba sendo mais profunda e verdadeira que a cotidiana. E assim, como se sonhassem por todos, esses seres frágeis conseguem superar a desventura individual e se transformam em intérpretes e até salvadores (trágicos) dos destino coletivo.</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas a minha infelicidade sempre foi dupla, pois minha fraqueza, meu espírito contemplativo, minha indecisão, minha abulia sempre me impediram de alcançar essa nova ordem, esse novo cosmo que é a obra de arte, e terminei sempre caindo dos andaimes da desejada construção que me salvaria"</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">(Ernesto Sábato, em <b>Sobre Heróis e Tumbas</b>, p.580-1<b>)</b></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br /></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-74729688052940737642012-04-25T14:26:00.000-03:002012-04-25T14:26:11.940-03:00Moicanos de verdade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">As coisas tinham ficado meio emperradas na minha vida. Eu estava trabalhando para a prefeitura como zelador em uma escola de ensino fundamental e durante o verão catava lixo no parque às margens do East River perto da ponte Williamsburg. Não sentia qualquer vergonha dessas atividades, porque entendia algo que quase mais ninguém parecia compreender: que havia uma diferença infinitesimal, uma diferença tão pequena que mal chegava a existir a não ser como criação da mente humana, entre trabalhar em um arranha-céu de vidro verde na Park Avenue e catar lixo em um parque. Na verdade talvez não houvesse diferença alguma (p. 95).</span></i></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certos livros chegam até nós como uma espécie de mensagem de náufrago, daquelas em uma garrafinha, colocada na esperança vã e infundada de que vá achar vida inteligente e te salvar. Ou melhor dizendo: talvez o náufrago seja você e a mensagem é o livro lhe comunicando o que você precisa ouvir naquele momento. Foi assim comigo quando li <i>A visita cruel do tempo</i>, de Jennifer Egan. Dica do meu amigo e colaborador (ainda que sumido, mas depois falo disso) deste blog, Denis. Ele disse: <i>acho que você vai gostar</i>. Ele tinha razão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O livro conta a história de personagens que chegam naquele momento da vida em que se diz: <i>então, é isso? </i>Em geral, as pessoas carregam sonhos e expectativas quando são crianças/jovens. Não que sonhos e expectativas sejam privilégios de jovens, mas chega um determinado momento em que você se dá conta de que as bifurcações vão ficando maiores atrás de você do que a sua frente. Por exemplo, aos 5 anos de idade você pode sonhar em ser nadadora, astronauta, médica, bailarina clássica ou atriz. Aos 15, bailarina clássica e nadadora já são opções menos viáveis se você não fez nada a respeito. Aos 30 é impossível, a não ser que você crie um novo estilo de dança clássica - que não será mais clássica. Também já complica pra ser astronauta. Enfim, o livro fala sobre isso. Sobre o momento em que você tem que lidar com a sua vida do jeito que ela é, sem falsas expectativas. Tipo: é o que tem pra hoje e a outra alternativa é morrer, qual vai ser? O livro ganhou <i>Pulitzer</i> e foi saudado como uma <i>linguagem inovadora e bla bla bla</i> (só porque a escritora escreve um dos capítulos em <i>power point</i>), mas pra mim tudo isso é o de menos. Depois de Joyce é difícil inventar muita coisa em termos formais. O que me tocou no livro foi a acidez-desesperançosa das personagens que lutam para sobreviver a elas mesmas. Como uma das personagens diz: "Colegas de escola de quem me lembro estão fazendo filmes, fabricando computadores. Fazendo filmes em computadores. Uma revolução, vivo escutando as pessoas dizerem. Eu estou tentando aprender espanhol. À noite, minha mãe me testa com fichas" (p. 89).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O livro fala de personagens na meia idade dos 35-40 anos. Convenhamos, quantas pessoas vocês conhecem que viveram até os 100, 120 anos? Então que mania é essa de dizermos que meia idade é aos 50 anos? [Na verdade, esse pensamento não é meu. Alguém escreveu sobre isso, talvez João Ubaldo Ribeiro, mas não tenho certeza]. Meia idade é por volta dos 40 se pegarmos a expectativa média do brasileiro. E olhe lá. Sendo bastante generoso. Veja bem, não estou querendo dizer que quem chegou a essa idade está na metade da vida e não é possível fazer mais nada. Mas tem certas coisas que não dão mais tempo. Não adianta. Talvez o livro fale do último e derradeiro golpe acerca da vida adulta. Crescer é levar um susto - se me permitem, um susto do qual não me recuperei até hoje.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A estrutura narrativa é composta de contos que se entrelaçam. Alguns dizem que é um grande romance narrado de pontos de vistas diferentes. Pra mim são contos que se entrelaçam. As personagens são absolutamente adoráveis, porque humanas. E falhas. É um livro sobre fraquezas e pessoas que não <i>deram certo - </i>o que faz você se perguntar o que realmente é <i>dar certo</i>, será que eu estou <i>dando certo</i>?<i> </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A autora utiliza comparações deliciosas como "Ted refletiu sobre a questão enquanto tomava três expressos no saguão do hotel, <b>deixando a cafeína e a vodca se cumprimentarem em seu cérebro como dois peixes de briga</b>" e "a massa dourada e emaranhada dos cabelos de Charlie<b> desaba sobre seus ombros como uma janela estilhaçada</b>". Achei muito bom, isso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Outro recurso que eu gosto bastante é quando o autor fala do futuro da personagem em um parágrafo sem que o livro ou conto se centre neste futuro necessariamente. Do tipo: "trinta e cinco anos depois disso, em 2008, esse mesmo guerreiro vai ser envolvido na violência tribal entre os kikuyu e os luo, e morrerá em um incêndio. A esta altura, terá tido quatro esposas e 63 netos, um dos quais, um menino chamado Joe, herdará sua <i>lalema: </i>a adaga da caça feita de ferro agora pendurada em uma bainha de couro ao lado do seu corpo. Joe fará faculdade em Columbia e estudará engenharia para se tornar especialista em tecnologia robótica visual capaz de detectar o mais leve traço de movimento irregular (legado de uma infância passada vasculhando o mato em busca de leões). Vai se casar com uma americana chamada Lulu e permanecer em Nova York, onde inventará um equipamento de <i>scanner</i> que se tornará padrão para a segurança de multidões. Ele e Lulu comprarão um loft em Tribeca, onde a adaga de seu avô ficará exposta dentro de um cubo de acrílico bem debaixo de uma clarabóia".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Qual o momento de desistir dos sonhos e se conformar com a vida real? Até que ponto desistir de um sonho é se conformar com a vida real? Em que momento vale a pena fazer um recuo estratégico? Até que ponto a vida real exige que transformemos os nossos sonhos? Qual o limite pra se fazer isso sem enlouquecer? Ou, como diz uma das personagens da turma de punks que toca em uma banda: "Quando é que um moicano de mentira vira um moicano de verdade? Quem decide? Como é que você sabe que isso aconteceu?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esse é o problema. Ninguém sabe.</span></div>
</div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-33165145400410849912012-04-09T17:10:00.003-03:002012-04-09T17:10:36.208-03:00Nove de abril<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há exatos 50 anos, meu pai e minha mãe chegavam em Gotham City com uma filha pequena (minha irmã mais velha) e muita coragem para tentar a vida em uma cidade completamente estranha. Ela, 24 anos. Ele, minha idade (35). Antes moraram pouco tempo em Coronel Fabriciano, terra de outra siderúrgica - a Acesita. A data era então - e ainda é - aniversário da Usina, porém ainda respirávamos ares estatais e a festa na cidade era grande para saudar o aniversário daquela que era então a <i>mãe</i> dos trabalhadores - com direito a presença do presidente João Goulart e tudo mais. Papai era médico e teve que se apresentar no hospital, onde todos os médicos encontravam-se de plantão em função da presença do presidente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui nasceram mais quatro dos seus cinco filhos, inclusive esta que vos fala. Aqui minha mãe enterrou o seu marido, meu pai, há dez anos. Aqui fez amigos, construiu casa e fincou pé. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A cidade deve tudo que tem à Usina. Nos anos 90, resolveu privatizá-la. Hoje a cidade não é mais só a Usina. Mas ainda é muito.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu odeio a minha cidade. E amo a minha cidade. E tudo o que sou e penso e acredito está profundamente enraizado no fato de eu ser daqui. Se eu não fosse daqui, provavelmente não manteria a ligação próxima com Minas e Rio. Não falaria como eu falo - sem sotaque de carioca ou paulista ou mineiro. Não teria os amigos que tenho. Provavelmente não teria feito algumas escolhas. Talvez tivesse insistido em alguns erros.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As pessoas imaginam minha cidade como um réplica de Cubatão. Bom, eu nem conheço Cubatão. Vai ver é até uma cidade legal. Mas o fato é que a minha cidade é muito mais bonita do que as pessoas imaginam e tem muito mais verde do que muita cidade dita <i>limpa</i>. Eu odeio a minha cidade por outros motivos e a poluição, definitivamente, não está entre eles. Odeio pela mentalidade classe média. Pela falta de opções de lazer que me agradem. Mas esse é o motivo pelo qual eu odiaria quase que 90% das cidades de médio porte. Eu sou uma pessoa difícil, eu sei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adoro não ter trânsito e chegar em 5 minutos ao trabalho. Quer dizer, hoje em dia até tem trânsito, mas eu morro de rir das pessoas reclamando. Ainda não é nada comparado às grandes cidades. Às vezes ao invés de 5 minutos eu gasto 10. <i>Ohhh...</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adoro a vista que eu tenho do meu quarto da Usina. Adoro todos os barulhos que esta produz de madrugada: apitos, sons de trem, buzinas...Adoro o fogo colorido que sai das sua chaminés. Como diz meu namorado: vista de Mordor. Como diz meu amigo Denis: Gotham City. Porque o céu fica rosa em determinados momentos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adoro o frio que faz no inverno, muito mais do que no Rio. Odeio o calor que faz no verão.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adoro as ruas do meu bairro, ainda com as velhas casas de engenheiros, médicos e diretores da Usina. Quase um bairro fantasma, onde as casas parecem desabitadas e as pessoas só andam de carro.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adoro e odeio o fato de eu ter voltado a morar aqui há três anos atrás, depois de treze anos fora. Adoro ver o meu velho colégio, ainda que modificado. Adoro ver tudo como era da mesma forma, ainda que completamente modificado. Assim como eu.</span></div>
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<br /></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-75080479345460350312012-03-27T20:12:00.002-03:002012-03-28T11:01:39.179-03:00O homem possível...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Quando era novo escrevi alguns poemas, sob efeito de substâncias nocivas (a qualquer adolescente), do interior (leia-se cachaça e no máximo, no carnaval, loló).<br />
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Tenho uma lembrança, comigo, que eram pérolas literárias e que se investisse em ser escritor, seria um James Joyce de Andrelândia...</div>
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Esse era um dos lugares aonde minha mente ia nos momentos de fuga, viagem ou medo, enfim aqueles que te fazem pensar em futuros alternativos, nos quais voce se dá bem. </div>
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Um dos outros futuros era um que eu era centroavante do Botafogo FR.</div>
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Sempre fui ruim de bola e apesar de ser um bom leitor, sou um péssimo escritor. </div>
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Acho que tenho dislexia e não sei bem usar outros sinais a não ser a vírgula e o ponto! (esse tambem, o guarda-chuva fechado).</div>
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Mas sou amigo da dona do blog e sou o que tem no momento, então voces vão ter que me engulir...<br />
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Vejam <a href="http://www.youtube.com/watch?v=Zv-ovnRYrR4">este link</a>.</div>
</div>DENIShttp://www.blogger.com/profile/09421665732475458724noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-4072101783132829582012-03-26T23:42:00.002-03:002012-03-26T23:42:37.943-03:00CV<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acabo de ver um currículo onde a pessoa botou experiências futuras. Tipo, algo que ela vai fazer ainda. </span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pensei em montar um currículo assim também. Professora universitária da Universidade Federal X. Autora do best-seller traduzido em 67 línguas e adaptado para o cinema com direção do Quentin Tarantino e ganhador de 7 Oscars. Ganhadora de Nobel de literatura e do Pulitzer de 2027.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Né? </span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aí fica fácil, gente. </span></div>
</div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-29377269.post-73725555436547487362012-03-25T23:36:00.001-03:002012-03-25T23:36:06.592-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Eu tinha feito uma promessa para mim mesma que era a de nunca mais falar sobre certos assuntos aqui no blog e um deles é trabalho. Por questões óbvias. Tem sempre alguém que conhece alguém que conhece alguém. Só que o que acontece é que nem sempre eu consigo. Esse é um problema de se ter a porra de um blog sem foco. Ou melhor, cujo objeto central é a sua estúpida e banal vida. Porque depois da merda da web 2.0 e bla bla bla os blogs passam a ter nicho - moda, esportes, culinária, etc. Mas eu não tenho um nicho. Não consgio ter foco nem na minha vida, que dirá em um blog. Ou talvez meu nicho sejam pessoas um pouco cansadas, um pouco mal humoradas, que ainda acreditam um pouco na vida e no <i>selumano</i> (mas não muito), mas sem abusar da boa vontade, que desconfiam das coisas e que vêem o mundo com um tipo muito específico e peculiar de humor, que nem sempre é <i>bem aceito pela sociedade</i>. Meu nicho são pessoas especiais. É. Meio brega, isso. Mas é por aí. Meu nicho passa por achar que as pessoas que eu atinjo são únicas e especiais assim como eu acho que sou única e especial - mas todo mundo acha isso, logo todo mundo é bastante comum e...enfim. Estou me perdendo.</div>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">De modos que esse post é só uma satisfação sobre porque eu deletei aquele outro ali embaixo. Eu sei, não tinha nada demais, mas...a vida é feita de coisas que não tem nada demais e de repente viram um troço enorme e bizarro que foge ao seu controle. Feito o Goodzila.</span><br /><br /></div>Carrie, a Estranhahttp://www.blogger.com/profile/15555762388156718301noreply@blogger.com6