sábado, março 03, 2007

From hell - parte V

Ah, que isso! Elas estão descontroladas! ou Porque não há dignidade no álcool:


Aí eu vi cadeirinhas. Sorrindo pra mim, dizendo: “vêm brincar com a gente, Carrie!”. Achei que já tinha feito o social da noite e sentei-me, com meus pezinhos pra cima. Aí a diversão começou. Pude aproveitar a fauna local. Se tivesse levado uma caneta e um bloquinho já ia começar a anotar as idéias.

Pra vocês terem uma noção, a média – e quando eu digo média, isso significa que havia pessoas mais velhas, mas também muitas mais novas – era de 21 anos. Vários adolescentes que deviam estar ali com identidade falsa. Vários PTs (Perda Total em decorrência do álcool) saíam carregados. Lá pelas tantas caiu um cara na nossa frente. Outro, sentado na mesa ao lado, caiu com mesa e tudo, depois de tentar tirar foto de uma garota. Uma menina virava estrela. Claro, afinal a sede da Intrépida Trupe funciona ali, não é mesmo?


O casal gordinho:


Comecei a me distrair vendo um casal adolescente discutindo a relação. Ela lourinha, bonitinha, magrinha. Ele gordinho. Eu até gosto de homens gordinhos. Mas ele não era só gordinho. Ele tinha um corpo disforme e bizarro. Bunda e quadril. Eu nunca vi homem gordo na bunda e quadril. Com uma calça justa. Uma blusa abóbora. Desde cedo as mulheres já começam a se rebaixar.

E pior: o gordo safado tinha feito alguma merda. E tava se desculpando. E a garota pagando geral. Isso! Perdoa, não! Além de gordo, traíra? Morte.


A entidade carnavalesca:


De repente eu vejo um ser em cima da mesa, sambando. Se o pobre do garoto tava quietinho sentado na mesa quando caiu de repente, essa menina tava pedindo pra se estabacar no chão. Mas, como Deus protege os bêbados e os sem loção, ela não só não caiu, como foi evoluir na passarela.

Ela jurava que sambava. Ela conseguia encarnar ao mesmo tempo todos os personagens de uma escola de samba. Era passista; mestre sala e porta bandeira; bateria; comissão de frente, puxadora de samba; ala das baianas etc. Um verdadeiro espetáculo à parte. Ela esquecia a letra das músicas e tudo bem. Isso é penas um detalhe. Ela parava de cantar. Mordia o dedinho. Passava a mão no corpinho. Um momento só dela.

Só uma palavra podia definir o estado da garota: ácido.

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