Dando a partida:
A saga começou no trânsito, na Glória, quando estava tudo, absolutamente tudo engarrafado. Tudo bem, estávamos com ar condicionado ligado, tomando umas cervejotas (as meninas, eu fui iluminada por Jesus Nosso Senhor e fiquei livre do mijo do capeta), apreciando os travestis (adoro ver os travestis nos seus trajes sumários trabalhando pela Glória). Alguns carros povoados por elementos pouco animadores tentavam abordagens com finalidades sócio-sexuais. Ignorávamos – Santo Insulfilme! – e seguíamos, acreditando – tolinhas – na Providência Divina e na Sua Incrível Capacidade em Compensar Todo Esse Sofrimento.
A coisa toda começou a piorar quando começamos a ver todas as ruas ao redor da Fundição – aquelas em que você entra para pegar um dos estacionamentos – fechadas por carros de policiais que nos mandavam seguir adiante e pegar a próxima à direita. Só que na próxima à direita o discurso era o mesmo. Nossa, que civilizado! Policiais gentis ajudando no tráfego! Que cidade organizada!
Pegamos uma rua na puta que o pariu e voltamos. Já estávamos completamente perdidas e descrentes na possibilidade de haver vagas nos referidos estacionamentos. Resultado: paramos o carro naquele estacionamento subterrâneo na Cinelândia. Vislumbramos a possibilidade de pegar outro táxi para irmos até a Fundição, mas abortamos a missão em prol da boa e velha caminhada. Era cedo – meia noite – ainda estava movimentado e decidimos, se fosse o caso, deixar o táxi pra volta. Seguimos caminho. Episódios divertidos como por exemplo um rapaz que havia jogado o capacete numa moça - que jorrava sangue, estendida no chão - fizeram a alegria da moçada. Que divertido.
(Continua em cima)
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