sexta-feira, setembro 12, 2008

30 dias nos EUA

Hoje não fui a universidade. Tava muito cansada e resolvi trabalhar em casa, já que estou com muitos livros aqui. Mas, comecei a sentir uma onda faxinística vindo, tomando conta do meu ser..Neidinha, a manicure cujo sonho é trabalhar nas J. Sisters, já começou a se empolgar e botar o lenço na cabeça. Deixei ela se apossar de mim, catei o aspirador de pó da grega e comecei a limpar. Nunca na hiffftória defffe apartamento fffe viu uma limpeza desse tipo.
Limpei a sala, cozinha, banheiro. De novo: na medida do possível, porque é tanta coisa, mas tanta, tanta que não tem condição de limpar tudo com perfeição. O chão da cozinha é coberto por um piso - tipo um paviflex, acho, só que mais frágil - que tá saindo e por baixo é possível ver um azulejo horrível. Hoje também tinha um cadáver de barata no chão, de pernas pra cima, na cozinha.
Fiz uma boa limpeza, utilizando o melhor da tecnologia estadunidense e o Brazilian way of cleanning.
Acho que outra dessas eu não faço. Vou fechar as janelas - aproveitar que o inverno parece que tá finalmente chegando - e, como diria mamãe, deixar a abóbora lastrar.
Agora que estou familirizada com a lavanderia - descobri que, com esse negócio de cadimia tenho que ir toda semana, não dá pra deixar de 15 em 15 como eu tinha pensado - quero lavar o endredon (na verdade só a capa, já que ele sai).
Amanhã faz um mês que eu cheguei a NY. Parece que faz tanto tempo. Já parece que eu conheço Nova Yok há anos. Ando joaofanquicamente pelas ruas. Já entendo melhor as pessoas falando, já consigo falar melhor e leio com muito mais facilidade. Diz a Karen que meus e-mails são perfeitos. Claro. Escrever você pode parar, olhar no dicionário, pensar. Falar é que ainda é o problema. Eu preciso pensar ainda, antes. Ainda tenho mais 3 meses. Oba.
***
E o Evo Morales, hein? Que coisa. Amanhã vou encontrar minha amiga boliviana na biblioteca, a Carmen, e teremos muito assunto.
Mas ela gosta dele. Bom, de todos esses presidentes de esquerda maluquinhos da América Latina ele é o meu preferido. Menos maluco que o Hugo e com mais cojones que o Lula.
É, eu tenho tendências radicais que se manifestam bissextamente.
***
Perdi a Jam Session dos meninos da Escola de Jazz hoje na Starbucks. Merda. Semana que vem tem mais. Vou gravar e botar aqui pra vocês verem.
***
Vou perder a formatura do meu primo Cássio em Bê Agá esse findi. Merda merda. E vou perder a formatura do meu priminho querido fofo Tùlio, no final do ano. Merda, merda, merda.
Mas eu tô em NY, né? Há que se fazer escolhas.

3 comentários:

VanOr disse...

Amada, quando vc sair daí, seu inglês será perfeito! Além da prática, vc vai passar a maior parte do seu tempo num meio totalmente "educated", onde a gramática que se ouve é correta e o sotaque é não-gueto. Em pouco tempo, seus colegas começaram a ter medo de vc por causa do seu impressionante vocabulário com palavras de raiz latina. Ponto pra gente que fala português como língua-mãe.

Mesmo que haja a diversidade cultural dos sotaques, vc já deve ter notado que há estrangeiros gueto e não-gueto, e que o sotaque entrega até a inteligência emocional e a afabilidade de uma pessoa.

O inglês gueto (ebonics + imigrantes que nunca aprenderam a falar inglês direito, o que eu acho um desaforo sem tamanho!) é mais difícil de entender, e portanto de pegar - afinal, Deus é pai, e não padrasto!

Curta horrores essa big maçã aí e estude bastante, querida. Por aqui, a torcida pelo seu sucesso continua mega-forte. bjs,

VanOr disse...

Eu quis dizer começarão, e não começaram. Foi só escrotizar o povo do gueto que, ó, paguei minha língua. UHAUAHUAUAHAU!

Carrie, a Estranha disse...

Ai, queridinha! Obrigada pela torcida e pela companhia enquanto estavas aqui. Desculpe não poder comparecer mais aos programas, mas Salim não deixou. Tenho q economizar.

Bjs