quarta-feira, agosto 27, 2008

Tarefas domésticas


OBS: A interrogação continua sumida. Mó saco, isso. Aliás, o teclado inteiro tá no formato de inglês, mas se eu mexo nas configurações lã em painel de controle, tá tudo selecionado pra português. Alguém tem alguma idéia do que pode estar acontecendo (interrogação). Joel (interrogação).


Segunda e terça foram dias de atividades domésticas. Segunda fiz compras no supermercado (paguei com meu cartão de débito que tinha acabado de chegar e a máquina me perguntando se eu queria “cash back” e eu pensando como assim (interrog) ainda vão me devolver dinheiro (interrog), andei pelo bairro e encontrei minha amiga brasileira à noite. Fomos jantar num mexicano, com o ex-marido dela e um cliente dele. O cara – o cliente – que eu nunca vi na vida, pagou a conta toda. Salim começa a ficar com vergonha, já.

Cheguei em casa passando mal. E a Grega querendo que eu avisasse o restaurante que eu estava passando mal e que deveria ter alguma coisa errada com a comida e eu tentando explicar que tinha alguma coisa errada era comigo que tinha comido mais do que deveria.

Ontem fui à lavanderia da esquina. Apanhei feio das máquinas. Não tenho muito contato com laudromats. A última vez que usei isso foi quando morávamos eu, Karine, Fló, Dani e Gi num ap de dois quartos (sendo um deles de empregada, reversível) e a faxineira não dava conta – e nem tinha espaço – de lavar tudo. E a funcionária não faz a menor questão de ajudar, afinal eles têm um serviço para lavar lá, então se você quer usar o self service, é self service. Te vira, amigo. A sorte é que tinha pilhas de donas de casa profissionais lá que me ajudaram. Mesmo assim cometi alguns erros, a saber:


1) Pus pouco sabão. Poderia ter ficado mais cheiroso.

2) Tudo funciona por fichas. A quarter – 25 cents. Dois quarters por uma caixinha de sabão, quando você coloca a roupa a máquina te diz quantas fichas quer – ela me pediu seis – e depois fichas pra secar. Cada quarter te dá direito a oito minutos de secagem. Como as roupas saem quase secas da máquina e eram poucas eu imaginei que não ia gastar muito tempo. Botei três quarters, 24 minutos. Não secou. Meus quarters acabaram. Tem uma máquina que troca nota por moedas. Mas já tinham acabado minhas notas de um dólar. E eu não ia trocar dez dólares por vários quarters – nem sei se pode. Daí levei as roupas úmidas pra casa. E montei mó favelão no meu quarto (lembra que a gente fazia isso, meninas - interrog). Dependurei tudo no solidéu – ou dossel, sei lá – da cama, na janela… no fim da tarde tava tudo sequinho. Passar (interrogação). Tolinhos.

3) Não botei amaciante. Aliás, me disseram que eu posso botar tudo junto ou fazer um enxágüe depois. A ver. Raquel (interrog).


O mais legal foi o casal albanês que eu conheci. Sim, albanês. Lá da Albânia. Escutei um sotaque meio italiano e perguntei de onde eles eram – a mulher já tinha me ajudado tanto nas máquinas que achei que ela fosse funcionária da lavanderia. Aí eles disseram que a Albânia está perto da Itália e por isso o idioma era parecido. Demos início a uma animada conversa – eu e minha sociabilidade!. O marido é eletricista, mas ta sem emprego. Eles moram aqui há oito anos, parece – o marido, além de falar mal inglês falava muito baixo. Primeiro foram pra Massachussets, mas não gostaram. A filha se formou na NYU, em jornalismo. Acharam engraçadíssimo quando eu disse que nunca tinha visto neve. Parecia que eu tinha dito que nunca vi chuva. Ou sol.

O mais incrível aqui – bom, é até sacanagem falar em mais incrível numa cidade cheia de coisas incríveis – são as pessoas. As histórias das pessoas. Ok, em todos os lugares há pessoas e histórias. Mas são histórias tão diferentes da minha realidade…gente que veio fugida de guerra (guerras recentes, guerras que acontecem e a gente nem sabe muito bem), gente cujos pais tiveram histórias forjadas (e dilaceradas, muitas vezes) por acontecimentos históricos…quase todo mundo tem uma história assim em NY.

Segunda fui ver preços de celulares e o cara que me atendeu era indiano. Perguntou de onde eu era e quando eu disse Brasil ele disse que passou 6 meses viajando pelo Brasil. Conheceu as cataratas do Iguaçu, Brasília, SP, Rio (Copacabana, claro)…o cara conhece mais o Brasil do que eu.

Todo mundo fala inglês com sotaque em NY. Isso te deixa muito à vontade. É verdade que às vezes, como no caso do indiano da loja de celulares, fica até difícil de entender, mas…por outro lado é bom.


***


Dormi a tarde toda, quase, enquanto as roupas secavam. Não tinha dormido bem à noite, por causa do mal estar. (Resolvi que tô de férias até o Labor Day – dia 1 de setembro. Não me encham o saco. Depois começo minhas atividades). Mas, então. Enquanto eu dormia passava aquele filme “Efeito borboleta” – que é ótimo, mas péssimo pra você ver enquanto dorme e acorda. Fiquei tendo mini-pesadelinhos mesclados ao filme. Eu voltava no tempo e via a minha vida como teria sido. Não bom. Também é péssimo você dormir com esses canais de notícias. Sempre tenho mini-pesadelinhos e fico nesse estado intermediário entre o sono e a vigília, mesclando os sonhos às notícias.


***

Minha amiga ficou me mostrando produtos de limpeza e métodos de limpeza que eles usam aqui. Como eles não têm tanque, não têm pano de chão, logo não tem rodo, logo usam um paninho cheirosinho que você acopla a um tipo esfregão. Gostei muito. Dependendo do preço vou comprar.

Não são os americanos que são porcos. Alguns americanos são porcos. E, como eles não fazem comida em casa, como passam o dia na rua, como não abrem as janelas – que ficam sempre fechadas por causa do frio ou por causa do ar condicionado – não sujam muito.

Ontem dei uma varrida na cozinha, de leve. Nossa. Saíram quilos de poeira. To sentindo que vou fazer um faxinão, qualquer hora dessas.

***

Ai, ai…não sei se vou de novo ao Met, se vou ao Museu de História Natural que eu ainda não fui…mas lá fecha cedo, então acho que vou aproveitar pouco…ô, vida difícil.

***

Depois termino de botar as fotos. Acho que vou ter que abrir uma conta paga no flick.

11 comentários:

Anônimo disse...

Caraca!! A última vez que usei essas máquinas foi nessa época mesmo... nem me lembrava mais. Posso imaginar seus miquinhos. Eu e a Fló somos mais inteligentes... rsrsrs Bjs, Karine

Carrie, a Estranha disse...

Hahahaha...mala!

Anônimo disse...

Nossa, voce eh rapida! Eu ainda estava lendo aos poucos o otimo post anterior. Realmente, o Obama nao vai resolver essas questoes.

Relaxa, todo mundo ja cometeu esses erros. Eu, que tinha maquina de lavar em Seattle, resolvi que aqui vou pagar para lavarem e passarem. Custa menos de U$1 a libra aqui pelas vizinhancas. Lavar eu mesma, so quando for calcinha e roupa muito delicada.

Ta melhor, ne?

Natalia/NY

Anônimo disse...

Carrie.
Adorei as fotos dos seus passeios e as aventuras na lavanderia.
Acho que ai você pode conhecer o mundo sem sair da Cidade, tamanha diversidade de pessoas.
Aproveite seu finalzinho de férias.
Beijos.

Amana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Amana disse...

hehehehehe
pior onda do-mun-do é dormir de dia vendo canais aleatórios. Pior que isso: se a barriga estiver cheia, os minipesadelinhos viram delírios angustiantes!!!
Mas vc ainda está de férias! Nas férias, vale tudo!!!
Boa sorte, conta tudo!
bjks

Ah!desculpa, vc já está se afeiçoando aos costumes locais, mas continuo achando paninho cherosinho um nojinho... :D

Anônimo disse...

Tecla shift e o botão onde tem : e ;. Veja se aparece a ponto de interrogação.
De resto, fala com o namorado da Barbie e cobra a garantia do serviço :-)
Vai gastar dindim no flickr afinal, né Salim?

Anônimo disse...

Carrie, mas e quando o paninho cheirosinho ficar sujinho de tanto limpar? não vai ter como lavá-lo, já que não tem tanque... ah, no mínimo ele é descartável, não é?

Se serve de consolo, qdo fiz intercâmbio e fui à lavanderia pela 2ª vez, consegui escolher a máquina que estava estragada; só depois fui ver que tinha um papel avisando, mas na hora eu não vi;perdi o dinheiro que tinha e a minha salvação foi uma menina alemã que pagou pra eu lavar em outra máquina. Antes disso, as pessoas que estavam esperando ficaram me olhando colocar as moedas na máquina estragada, e de certo acharam que eu era retardada ou que não sabia ler, ou ambas as coisas. mas nem pra me avisarem tb!sei lá.

Anônimo disse...

Você deve encontrar o ponto de interrogação clicando ao mesmo tempo no ALT do lado direito do computador e na tecla W.
Sucesso!
M.

Carrie, a Estranha disse...

Natália,

Eu sou a ninja dos blogs.

Amana,

É...pior q rola, né...mas até q eles tem boas solucoes.

Joel,

Não deu certo. Eu quero um jeito de configurar o teclado, mas já mexi em tudo qto é coisa do painel de controle.

Jussara,

É, é descartável!!

Hahaha...muito boa sua história!

M,

Tb não deu certo sua idéia.Tá amarrado, esse teclado! Só determinando com Jesus.

Bjs

Ana Manga disse...

1. to de volta, miguxa. vc aih de nova ióóóórque, inda tem ternurinha sobrando pras blogueiras miguxas? =P

2. vc tá em nova ióóóórqueeee (tá, a histeria tá outdated, mas cara, eu só voltei agora)

3. qdo acontecer isso com o teclado, a interrogação é apertar a tecla "Alt Gr" e depois "W". vc nem imagina q foda foi descobrir isso...

4. vc tá em nova ióóórqueeee (sorry, ainda to de bobs).

5. agora, além de tudo mais q já tínhamos descoberto em comum, somos doutorandas latino-americanas turistando enquanto terminamos a tese. veja bem se num somos almas assim quase gemeas? =D

6. eu leio várias coisas por motivos diferentes. hj tava pensando: seu blog não só me dá prazer. seu blog me organiza...

7. xoxoxo (já descobriu o q é isso no fim das mensagens?) ;)