sábado, agosto 02, 2008

Counting down: 9 days.


Meu colunista social local preferido hoje recheou a coluna de fotos de viagem de uma casal que terá filhos em breve. Foto dos casal em Curitiba, em Bananal, em vários lugares. Nem é foto de casamento, nem de lua de mel (acho). Ele “de tradicional família de Vassouras”. Eu não canso de me surpreender de como o mundo é estranho. E Gotham City, então, muito mais.

Acho que vou mandar umas fotos minhas de NY. Aí ele vai publicar e dizer: “a leitora Carrie White, que nos acessa de NY, onde complementa os estudos da sua tese de doutorado”. Claro que eu vou lê-lo de lá.
Ai, ai. Tanta merda para aprender em tão pouco tempo...

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Minha mala está pronta há quase um mês em cima da outra cama do meu quarto em Gotham City. Claro que todo dia eu mexo nela. Boto coisas, tiro coisas. Hoje vou desfazê-la todinha e refaze-la. Formiga Mãe fica me tentando. Dizendo: “mas você não vai levar essa saia?”. Pô, minha sainha fifties total, rodada, faz mó volumão...tá, posso até por, mas vai ter que sair três.

Coisas que preciiiiiiso levar: secador de cabelo. Não que eu me importe em fazer escova todos os dias (que eu sei fazer muito bem, modéstia à parte), mas já imaginaram aquele friozinho novaiorquino de outubro/novembro e eu saindo com cabelo molhado? Pneumonia galopante na certa.

Outra dúvida é sobre dicionários. Eu sei que na universidade terão zilhões de dicionários para consulta, sei que existem dicionários online, mas...eu preciso de um dicionário comigo (junto com meu kit anti-terrorismo). Aí estou em dúvida: tenho um pequeno, português-inglês; um médio, Longmam, inglês-inglês e dois grandôes, um português-inglês e o outro inglês-português. Acho que vou levar o português-inglês e o inglês-inglês. No caso de escrita, principalmente, eu sempre faço o seguinte: olho a palavra que eu quero dizer no português-inglês (calma, tradutoras. Não tenham um ataque) e olho no inglês-inglês pra ver se o sentido é o mesmo. Tem dado certo.

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Farmacinha completa. Naldecoms Dia e Noite, Antialérgicos, analgésico, Sal de Fruta Eno em embalagenzinhas individuais (pra não acharem que é cocaína). Sim, eu sei que eu estou indo pro país dos remédios, mas até eu tentar me entender na farmácia... E mais outras drogas legais, todas com suas devidas receitas. E quase tudo na mala grande. Só um aprazolamzinho básico no bolso, pra modi evitar um André Gonçalves Mood.

Minha amiga Dani, farmacêutica, fica apavorada. Mas metade dos remédios é só por garantia. São quase como amuletos. Eu sei que eles estão ali caso eu precise, logo acabo não precisando. Entenderam?

Meu vôo é direto Rio-NY, apenas com escala em SP. Que bom. Outra paranóia recorrente é que eu me confunda nas conexões, pegue um avião errado e vá parar em Pequim. O que não seria de todo mal, já que eu aproveito e assisto aos Jogos Olímpicos.

Outra aflição que eu tenho é da sala de embarque. A sala de embarque parece o limbo – que, como a gente sabe, foi abolido, juntamente a Plutão, pelo Bento XVI. Você ainda não saiu, mas também ainda não entrou. Foi numa sala de embarque pra Porto Alegre que eu fiquei sabendo do acidente da TAM em Congonhas. Com passageiros que iam pra Porto Alegre. E um pouco depois no vôo, recebo a agradável notícia, pelo comandante, de que estávamos sobrevoando POA, mas não tínhamos sido autorizados a descer, sendo necessário retornar à SP (que não tinha nada a ver com a história). Pensei: pane na aviação brasileira, tá tendo chuva de avião e eu vou morrer nesse momento.

Nada agradável.

Já sei: vou ficar postando no blog na sala de embarque pra relaxar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Quando você chegar na imigração faça "A egípcia" pois eles sentem o cheiro do medo/temor/insegurança e advinha a quem eles farão passar vergonha (tipo tirar o sapato, etc.)
Beijos.

Carrie, a Estranha disse...

"A egípcia"? O q é isso?

Ah, o primeiro passo pra ficar nervosa é: não fique nervosa. Mas ainda bem q eu tenho as cartas da universidade e o visto de estudante.

Bjs

NanaZylber disse...

Olá!
Eu acho assim: toma um olcadil em casa e vai tranqüila. Ninguém vai te barrar, nem comentar nada; é capaz de nem mesmo olharem tua cara, sabe? É o que acontece com a maioria dos turistas ou estudantes, que são milhares a passar por ali, mas a gente só fica sabendo dos que foram submetidos a alguma coisa ruim... chegue lá com cara de cansada da viagem, com cara de tédio, o que vai ser uma verdade. Quando a gente chega num aeroporto, atualmente, toda animada, parece que a gente está se esforçando para agradar...entende?
No avião, se você tiver a sorte de sentar ao lado de um homem mais velho, tipo 40, 50 anos, e vcs conversarem, e ele estiver sozinho e for legal, peça pra ele passar nabaia de imigração junto contigo, como amigos, como fazem os casais ou as famílias. Se perguntarem se são casados, fale que são amigos que vieram no mesmo avião. É mais garantido que te deixem em paz mesmo.
Cara, eu tenho uns sobrenomes estranhos, Abdalla e Zylbersztejn juntos; há pouco entrei até em Israel... sem problema. Para sair de Israel, com meu marido, foi mais chatinho: na fila de check in já perguntaram se eu falava árabe, se isso, se aquilo. Falei a verdade:
"No, I don't, sir. My grand father, who passed away a long time ago was from Siria; I'm christian, me and my whole family".
Aí o cara relaxou, falou até "obrigado" e eu ri. Eu estava indo para Paris. Chegamos com cara de morto-vivo no Charles de Gaulle. O cara da imigração não olhou pras nossas caras. Em 1 segundo, carimbou e nos deapachou. Que delícia!
Para os Estados Unidos a Abdalla aqui já foi sozinha, com 20 e poucos anos, encontrar amigos. Nem olharam na minha cara, também. Eu estava cansada, fiz aquela cara de "f**-se" e tudo bem!
O importante é que vc não está devendo nada a ninguém, assim como eu, e eles sentem isso. Há erros, há falta de sorte, às vezes. mas com calma se resolve tudo! Estou torcendo por vc! Sou médica, qualquer coisa...ah, lá em qualquer supermercado, tipo Wall Mart vc encontra remedinhos que vc pode pegar na prateleira, tipo aspirina, ibuprofeno, antigripais, vitaminas...mole, mole.
Mande e-mail pra mim, se puder! Vai com tudo!
Beijos

Carrie, a Estranha disse...

Oi, Nana!

Muito obrigada!

Sobrenomes estranhos foi ótimo...

É, vai dar tudo certo.

Bjs e obrigada. Vou te escrever, sim!

Anônimo disse...

Obrigada, Carrie!
Você é super atenciosa com seus leitores e, por que não, amigos... isso é tão raro atualmente...

Espero mesmo notícias! Beijo!