terça-feira, janeiro 13, 2009

Para os fãs de Rui: ele está de volta a Versailles, dessa vez para botar um ar condicionado – o quarto da casa, aliás. Dessa vez não está emitindo muitos comentários, já que não há livros no quarto onde ele está trabalhando. Apenas não pára de repetir como as paredes daqui de casa são resistentes. Que ele não acredita que essa casa tem 30 anos. Que parece que foi feita ontem. Que não tem nenhuma rachadura e isso e aquilo.

É. Minha casa tem bases sólidas. Pode ter problemas aparentes, mas a estrutura é forte (hãn? Hãn? Pegaram a metáfora?).

Meu quarto está ficando ótimo. Hoje chegou Zuleide, minha TV de 29 polegadas que foi ao médico, também. Eu vou por um ponto de Net. Também quero comprar uma cadeira de escritório nova e instalar um ventilador de teto e aí estou pronta pra continuar na tese!

Tô que nem uma amiga de Fu Sis que tá sempre mudando de emprego. Ela já fez as mais diversas atividades, das mais improváveis possíveis, como bilheteira do estádio de futebol de Gotham City, até vendedora de salgadinho no shopping. O problema é que a cada nova idéia dela, a primeira coisa que ela faz é investir pesado na infra-estrutura (caiu o hífen? Nunca teve? Passou a ter? Escreve junto?) compra todo o equipamento (e do mais caro) pra depois ver se vai ter lucro. Por exemplo: se ela vai fazer congelados pra fora, a primeira coisa que ela faz é comprar um freezer ultra mega moderno, mais um fogão novo e uma geladeira. Aí o troço não vai pra frente e ela fica pagando os eletrodomésticos durante um ano e ainda por cima desempregada.

Só vai faltar um frigobar, um penico e um lençol cheio de nó amarrado da sacada até a rua até a rua pra ficar perfeito! Ah, como eu entendo a Tia Virinha! (nossa, hoje eu estou assaz tergiversadora!)

Não conheci tia Virinha até uns 15 anos de idade, porque ela não saía do quarto. Meus avós moravam em um apartamento em Copacabana, recém mudados com toda a família de São Cristóvão, bairro da Zona Norte do Rio. Família portuguesa, enorme, então os filhos que ainda eram solteiros (quase a metade) moravam todos lá – sem contar os casados, com filhos que não moravam no Rio (como o meu pai) e que ainda ficavam por lá. Tia Virinha não come carne há uns 200 anos, mais ou menos - ela deve ter uns 260 - nem doce, nem fritura, nem nada artificial, nem bebe e se exercita à exaustão, além de rezar e meditar. Andou tendo anemia e uns problemas de saúde há uns tempos atrás e foi obrigada a comer um pouco mais. Daí que durante as festas ela não saía do quartinho dela. Lendários almoços de carne assada e macarrão (tudo feito pela minha vó), bebedeira - meus tios e os amigos trêbados de cair no chão - umas 50 pessoas na sala pulando em uma perna só e cantando “ai, ai, ai, Dona Cegonha” (música da minha família, cuja coreografia consiste em pular com um só pé. A-há! Vocês acham a família de vocês maluca? Tolinhos!) e tia Virinha no quarto comendo arroz integral. No máximo dava uma espiada pela sala, cumprimentava todo mundo e voltava pro seu quartinho.

Quem diria, descobri, aos 32 anos, que eu sou a Tia Virinha. Amadurecer é descobrir semelhanças – porque as diferenças a gente se dá conta na mais tenra infância.


* * *


Comecei a fazer (Pôncio) Pilates. Quer dizer, fiz uma aula experimental e adorei.É bem puxado, mas ao mesmo tempo você que dá o ritmo. Vou fazer só uma vez por semana, por enquanto, porque vou entrar na iôôôga (tia Virinha também fazia iôôôga – no tempo que iôôôga se chamava ióga) duas vezes por semana. E caminhadas. E chega, né? Não vou tentar entrar na musculação pela milésima vez pra pagar seis meses e ir a um. Não consigo fazer musculação. Não necessariamente não gosto, mas não gosto principalmente da liberdade da musculação. Essa coisa de poder ir em qualquer horário, ir aumentando o peso...isso não funciona pra mim. Nós, pessoas obsessivas, não podemos com isso. Porque eu sempre quero aumentar minha carga. Fazer mais. Mais vezes. Daí, obviamente, o corpo não agüenta e eu preciso parar. Assim é minha história em academias: dois meses de Rambo e o resto do ano no sedentarismo. E eu já sou muito dura – literal e metaforicamente falando. Preciso de regras, mas regras flexíveis. Alguém que me diga até onde eu devo ir. Alguém não me deixando exagerar. Estrutura. Disciplina. A porra da disciplina. Aliás, disciplina é liberdade, como diria Renato Russo (e a Juventude Hitlerista, também).

Amadurecer é usar os defeitos a favor.


* * *



Uma das enormes vantagens de se morar na Província é o preço das coisas. Depois de ter morado no Rio e em NY eu acho tudo grátis aqui. Pilates: R$ 74,00 por mês, uma vez por semana (ok, pilates sempre é mais caro, mesmo). Iôoooga: 30. Trinta. Isso. Não, não é uma aula. Trinta o mês. Com duas aulas por semana. Eu ainda acho que Formiga Irmã entendeu errado, que deve ser trinta por uma aula na semana. Mas ainda assim é muito barato. Minha amiga Karen dava aula de pilates em Manhattam e cobrava 80 dólares a aula.


* * *


Sobre a reforma ortográfica: por que não caiu a crase?! Por quê???!! Eu sei o porquê, caro leitor. Não precisa responder. Porque crase é um fenômeno ortográfico que é a junção da preposição e do artigo bla bla bla. Mas já que caiu o trema, tão importante a meu ver, assim como outros sinais idem, podiam tirar logo a crase.

Agora os hífens podiam cair todos mortinhos da silvassauro que ninguém ia sentir a menor falta.


* * *


Ai, eu to tão madura hoje.


* * *


Stallone escalou Mickey Rourke para o seu filme “Os mercenários” que terá locação no Brasil, no Rio especificamente. Contrata o Frota também! (aliás, queria aproveitar a ocasião para dizer uma coisa que eu ainda não disse esse ano: FROTA EU TE AMO!).


8 comentários:

Anônimo disse...

Já estava com saudade das suas declarações ao Frota:)
2009 será um ano de atividades para a senhorita não?
Muito bom!
Beijo.

Ila Fox disse...

Carrie, se deixasse eu também ficaria só enclausurada no meu quarto, na verdade, no meu caso, seria na casa, com direito a ser mumificada e enterrada junto com tudo quando fosse morrer. Ai como sou apegada a estas coisas todas viu. :-P

*

Eu não consigo fazer nenhuma atividade física, a não ser sexo, e olhe lá. Por que namoro a distancia é aquela beleza.

*

Realmente, na aldeia onde meus pais moram as coisas são tão baratas... sinto falta de comprar as coisas lá, naquela época me sobrava mais dinheiro. Pensando bem me sobrava mais dinheiro por que eu morava com eles...

*

Esta reforma ortográfica tá dando o que falar viu... mas de uma coisa é certa. TREMA, jamais te abandonarei! :-P

*

Sou a favor de Frota no filme também!

Anônimo disse...

Não sei se ai tem, mas vi na banca a tititi dessa semana com o seu Frota na capa. A manchete era algo como: Frota confessa tudo
Se não tiver ai me manda seu endereço por depoimento lá no orkut que eu mando pra você.
Beijos

Carrie, a Estranha disse...

Hahahaha...fantástico, Tati! Eu conheço essa revista, sim! Vou tentar comprar. Não precisa ter esse trabalho.

Oi Ila, fiel comentadora! Só vc não me abandona!

Bjs

Ila Fox disse...

Hahahaha, quando estou em casa fica dificil eu comentar na discada! aqui no trabalho é bom pq é rapidim. ;-)

Paula Clarice disse...

Carrieeee, esse post tá mto bom... morri de rir com teu ataque de maturidade hahahaha

Carrie, a Estranha disse...

Aí a senhora mata silvisso, né Dona Ila? Muito bom! Adoro ver as pessoas matando silvisso pra ler meu blog.

Paula Clarice,

Tão madulaaaa! Nem me aguento de tanta maturidade. Vou ali deitar se não é capaz de eu cair de podre de tão madura.

Bjs

Ila Fox disse...

Tô matando silvísso naaada! trabalho numa faculdade, e aqui nesta época do ano é devagar que dói! :-/

Tem gente que até estava assistindo filme e jogando videogame que eu vi!!