(A falta que faz um scanner...)
Esse é Primo Poeta. Essa sou eu. No momento tínhamos uns 5 e 8 anos, mais ou menos. Essas fotos dizem muito. Sobre mim. Sobre ele. Sobre a nossa amizade.
Vejam a primeira foto: ele, galochas vermelhas de plástico – desbravador; (parte do figurino de Super Homem que ele e Cássio tinham; Serginho e Juninho, Homens Aranha; eu, a única Mulher Maravilha do grupo. Super Amigos); ao mesmo tempo, pequeno chiclete brincando na boca – zombeteiro. Eu, olhos semicerrados, braços cruzados, meio que vendo a vida, com um certo ar de tédio. Os dois em cima da pilha de tijolos, no fundo da horta da casa das tias, em Andrelândia. Num tempo em que a maior diversão poderia ser ficar em cima de uma pilha de tijolos. Nosso bunker. Nosso forte. Não sei onde estavam os outros primos. Não sei porque ficamos ali. Na ocasião estavam construindo a casa dele nova, por isso os tijolos.
Segunda foto: mesmo dia, dentro do buraco. Eu, ele e o buraco. Num tempo em que a maior diversão poderia ser ficar dentro de um buraco.
Terceira foto: close nos dois. Ele, virando a boca, meio torto. Olhando com curiosidade e desconfiança para o fotografo, meu irmão Marcelo. Eu, mão no queixo, olhar blasé, profundas olheiras (o que me tirava o sono?) vendo a vida com o enfado que os pesados oito anos já me traziam. Características que mantivemos por toda a vida.
Essa outra foto somos nós, de novo. Vinte e poucos anos depois. Lançamento do livro de Primo, em Andrelândia. Num tempo em que a maior diversão poderia ser lançar livros. Vocês estão vendo as galochas vermelhas? Não??!!! Estão lá. Só que hoje elas são outras. Diferentes veredas, mas o desbravar é o mesmo. As brincadeiras são as mesmas. Os olhinhos de criança que se apertam são os mesmos. Vocês não conseguem ver a pilha de tijolos?
E Primo Poeta, mesmo tendo visto muito mais do que eu, mesmo sendo muito mais velho do que eu – ainda que três anos mais novo – ainda mantém suas galochas vermelhas de plástico. Para os dias de chuva, de sol. Pra qualquer aventura. Elas estão lá. Se você olhar bem conseguirá enxergar.
Feliz Aniversário, Cósnis. Da sua companheira de pilhas de tijolos e buracos. Sejam eles rasos ou fundos demais. Conte sempre comigo. Seja pra entrar neles e ficar dando um tempo, seja para sair. Ontem, hoje e sempre.
(Essa semana uma leva de librianos queridos fez aniversário. Minha amiga Dani e, fechando a semana, minha nova amiga Cris – PARABÉNS CRIS!!! - e Primo Poeta. Não sei se isso é típico de todos librianos ou só os dessa semana – mesmo porque as pessoas são mais do que signos zodiacais – mas esses librianos são pessoas muito velhas e muito jovens. Muito cansados e ao mesmo tempo dispostos a tudo. Seria a balança que os equilibra? Quem sabe... acho que eles são um refresco para o que se segue, nós, os escorpiões vaidosos e cheio de ferrões...)
Esse é Primo Poeta. Essa sou eu. No momento tínhamos uns 5 e 8 anos, mais ou menos. Essas fotos dizem muito. Sobre mim. Sobre ele. Sobre a nossa amizade.
Vejam a primeira foto: ele, galochas vermelhas de plástico – desbravador; (parte do figurino de Super Homem que ele e Cássio tinham; Serginho e Juninho, Homens Aranha; eu, a única Mulher Maravilha do grupo. Super Amigos); ao mesmo tempo, pequeno chiclete brincando na boca – zombeteiro. Eu, olhos semicerrados, braços cruzados, meio que vendo a vida, com um certo ar de tédio. Os dois em cima da pilha de tijolos, no fundo da horta da casa das tias, em Andrelândia. Num tempo em que a maior diversão poderia ser ficar em cima de uma pilha de tijolos. Nosso bunker. Nosso forte. Não sei onde estavam os outros primos. Não sei porque ficamos ali. Na ocasião estavam construindo a casa dele nova, por isso os tijolos.
Segunda foto: mesmo dia, dentro do buraco. Eu, ele e o buraco. Num tempo em que a maior diversão poderia ser ficar dentro de um buraco.
Terceira foto: close nos dois. Ele, virando a boca, meio torto. Olhando com curiosidade e desconfiança para o fotografo, meu irmão Marcelo. Eu, mão no queixo, olhar blasé, profundas olheiras (o que me tirava o sono?) vendo a vida com o enfado que os pesados oito anos já me traziam. Características que mantivemos por toda a vida.
Essa outra foto somos nós, de novo. Vinte e poucos anos depois. Lançamento do livro de Primo, em Andrelândia. Num tempo em que a maior diversão poderia ser lançar livros. Vocês estão vendo as galochas vermelhas? Não??!!! Estão lá. Só que hoje elas são outras. Diferentes veredas, mas o desbravar é o mesmo. As brincadeiras são as mesmas. Os olhinhos de criança que se apertam são os mesmos. Vocês não conseguem ver a pilha de tijolos?
E Primo Poeta, mesmo tendo visto muito mais do que eu, mesmo sendo muito mais velho do que eu – ainda que três anos mais novo – ainda mantém suas galochas vermelhas de plástico. Para os dias de chuva, de sol. Pra qualquer aventura. Elas estão lá. Se você olhar bem conseguirá enxergar.
Feliz Aniversário, Cósnis. Da sua companheira de pilhas de tijolos e buracos. Sejam eles rasos ou fundos demais. Conte sempre comigo. Seja pra entrar neles e ficar dando um tempo, seja para sair. Ontem, hoje e sempre.
(Essa semana uma leva de librianos queridos fez aniversário. Minha amiga Dani e, fechando a semana, minha nova amiga Cris – PARABÉNS CRIS!!! - e Primo Poeta. Não sei se isso é típico de todos librianos ou só os dessa semana – mesmo porque as pessoas são mais do que signos zodiacais – mas esses librianos são pessoas muito velhas e muito jovens. Muito cansados e ao mesmo tempo dispostos a tudo. Seria a balança que os equilibra? Quem sabe... acho que eles são um refresco para o que se segue, nós, os escorpiões vaidosos e cheio de ferrões...)
14 comentários:
Eu também tive um primo chegado, o Maurinho.
Foi ele uma das grandes influencias na minha vida, graças à ele me tornei uma garota fora do padrão. Foi ele que me ensinou a gostar de jogos de videogame antigos.
E graças a esta estranha mania conheci uma pessoa igualmente fora do padrão, meu namorado.
Valeu primo Maurinho!
Parabéns primo Poeta da Carrie!
Viva os primos legais! Aeeeee!
Lindinhas as fotos de família. Vc tá devenmdo agora uma do look Iracema.
Ila,
Sim, viva os primos legais. Eu tenho pilhas deles.
Andrea,
Ah é. Ainda são poucas as de Iracema, mas vou tentar.
bjs
oia, que coincidencia...vcs acreditam que meu cupido foi um primo meu de 2o. grau? pois eh; meu marido era amigo dele e, conversa vai, conversa vem, acabamos casando, ha 32 anos atras...(nao sei como pode ser ha tanto tempo atras, se eu so tenho 15 anos!!!!)...entao, vivam os primos....Hetie
Beijinhos...
Que lindo, Hetie! Viva os primos!
ah q fofo cara! adorei as fotos fofuchas de criança e o post!
bjks
É cosnis, sempre pegando na veia. Lindo demais!
Espero nunca tirar essas cada vez mais velhas galochas dos pés.
Muito obrigado. Conte sempre comigo também, para todos os buracos.
Um beijão, do primo.
primo poeta pode ser talentoso, não duvido. mas eu ainda prefiro a poesia da carrie. obrigada pelo lindo comentário, querida. eu acho que poucas vezes alguém usou as palavras com tanta precisão pra definir pessoas.
e você fica me devendo uma presença no aniversário do ano que vem, ok?
=]
bjs
jizuis, que buraco é esse??? ahuahauauhauhuahaa!
Ô, meu anjo! Muito bigada.
Que lembrança gostosa, carrie.
Desde a foto das galochas...
escreveu bonito, e fiquei emocionda.
vc manteve seu jeito gostoso de escrever...
acho que tem uma data que não visito seu blog. continuo a gostar dele...
vc é muito boa.
bjão e um abraço!
Adorei o texto. Bom demais compartilhar a infância, onde buracos e pilhas de tijolos são verdadeiros tesouros. Melhor ainda ver essa amizade amadurecendo conosco, sem perder a ternura dos primeiros anos.
Bj!
Acho que a cara de tédio de vcs era por eu obriga-los a serem fotografados!!
Beijos, irmão Marcelo.
Oi, Marília Sumida! Que bom q vc anda por aqui, mesmo quietinha. Obrigada pelas palavras doces.
Karina, sim! É disso q é feita a vida.
Marcelo, meu irmão querido: acho q é um pouco de cada coisa! Em parte porque éramos - eu, em particular - meio entediados, em parte devia ser de ter q posar pra vc.
Bjs
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