terça-feira, abril 17, 2007



A moça do jornal de agora fala sobre o porquê da tragédia na Universidade de Virgínia, nos EUA. Ela olha séria pra câmera e diz: “Por que os Estados Unidos, o país que produz mais riqueza, tecnologia e conhecimento no mundo sofre com esses ataques?”. Porque eles são o país que mais produz riqueza, tecnologia e conhecimento no mundo! Em parte. Porque explicação total não há. A melhor tentativa de explicação pra mim sobre esses fatos foi o filme do Michel Moore, Tiros em Columbine. Ele vai pegando vários desses “motivos” como cultura da violência, facilidade de armas e vai cruzando com outros dados e comparando com outros países. A conclusão é devastadora: não tem resposta. Há indícios. Ao contrário do que deveria dizer uma historiadora, cada vez mais acredito que coisas como essas não tem explicação. Isso não quer dizer que a gente não deva tentar. Tentar explicar, tentar entender, tentar.

Só que isso é completamente angustiante pro americano, né? Que quer respostas e soluções pra tudo. Só que a vida não é assim. A história se faz com acasos, também. E o mais duro é constatar que a tentativa de resposta pode estar na cultura deles. Eu não sou anti-americanófila como é moda por aí. Acho a cultura norte-americana fascinante e muito mais do que Bushs-texanos-republicanos. Mas infelizmente também é Bushs-texanos-republicanos. Uma cultura que te obriga a ser o melhor em tudo. Mas isso não é privilégio dos EUA. O mundo tá ficando assim. Aí vem psiquiatras especializados em “mentes criminosas” dizerem que pessoas que cometem esse tipo de crime têm fortes tendências à depressão, problemas mentais e se sentem extremamente frustrados e angustiados. Sério? Nossa, eu achava que eram pessoas super felizes que de repente acordasse pensando: “hum... o que eu faço hoje? Ah, já que tá chovendo eu vou matar umas pessoas”.

O buraco é bem mais embaixo.

Finalizo com uma frase pregada no mural de meu orientador: “Sometimes I think I understand everything. Then I regain consciousness” (Às vezes eu acho que eu entendo tudo. Então eu recobro a consciência). Quanto mais eu estudo, mais eu descubro que eu não sei nada e que o estudo não vai me dar resposta nenhuma. Aí vocês perguntarão porque eu estudo. Eu estudo pra saber disso. E sofrer menos (já teve épocas em que o estudo me deu sofrimento, não mais hoje). Cada vez eu vejo menos sentido em sofrer pelas coisas.

ERRATA: consciousness é falta de consciência, como qualquer palavra com sufixo "ess". Viajei. Mas acho que prefiro desse jeito que eu escrevi.

2 comentários:

Anônimo disse...

Carrie, que coisa mais estranha. Quanto mais o mundo fica melhor, mais fica pior...

Fer Guimaraes Rosa disse...

o michel moore, infelizmente, nao passa de um manipulador... faz o que precisa fazer pra passar a msg que ele quer passar. nao eh todo mal de fato, mas nao eh honesto tambem. bjs,