Somos escravos das nossas palavras. Do que dizemos, de nossas opiniões e de nossos posicionamentos. Da mesma forma, somos escravos dos nossos não-ditos, dos silêncios e das omissões. Seremos julgados pelos nossos julgamentos e também pelos nossos não-julgamentos.
Quando não opinamos, quando nos colocamos em cima do muro, quando assumimos uma postura pônciopilatense, quando nos transformamos em uma réplica da vaselina – substância gelatinosa usada para fazer com que as coisas deslizem mais facilmente – também estamos nos comprometendo: comprometendo com a não aderência. A vida nos cobra. Mais cedo ou mais tarde temos que pagar por termos sido neutros, tão bonzinhos.
Você vai ser sempre associado ao amigo de fulaninha e beltraninha e não de sicraninha. Se você for amigo de todos, será associado ao amigo de todos, e portanto aquele que terá problemas em conciliar todas as suas amizades. Falo particularmente de cargos de poder e chefia.
Você sempre vai desagradar metade das pessoas e agradar a outra metade, independente do que faça ou diga (ou não-faça ou não-diga). Você sempre paga um preço por ser. E também por não-ser. Uma hora a conta chega.
Um comentário:
Falou e disse, Carrie. É exatamente isso.
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