quinta-feira, março 01, 2007

Mondo bizarro


São muitos os programas escrotos na televisão brasileira. Mas entre os escrotos os que eu mais detesto são os que se pretendem ser sérios. Os para-classe-alta-inteligente-que-não-assiste-bobagem. Entre este, o canal GNT da Globonews é o campeão nesse tipo de programa.

Nada, absolutamente nada barra um programa chamado Contemporâneo. É apresentado pelo filho da Marília Gabriela. Parte do princípio de que existem homens finos, educados, inteligentes, bonitos, ricos, sarados, vaidosos e sensíveis. Sim, caras leitoras! A praga do homem sensível.

Um programa desses é que nem mesa redonda de futebol com mulher. Por mais que a gente se esforce, entenda, vá ao Maracanã, existe algo do futebol que é intrínseco da raça masculina (aliás, hoje mesmo tem um ótimo texto sobre isso no blog das Damas).

Aí eu vejo um rapaz lindo perguntando – numa seção de dúvidas de beleza masculina – o que fazer para ficar com o abdômen tanquinho, sendo que ele já malha, malha e muito. Esse mundo, vocês sabem, definitivamente, absolutamente não me pertence.

Aí vêm dicas de beleza para o Homem Contemporâneo. E tudo com o filho da Marília Gabriela tentando fazer cara de homem. Contemporâneo. No final ainda tem uma entrevista com uma mulher – quase sempre uma atriz global super bonita. A de hoje é com a Letícia Spiller.

Passam matérias de interesse masculino. Uma delas mostra que o Ministério da Saúde vai lançar uma campanha “sem drama na kama” aliviando a barra do homem broxa, dizendo que falta de ereção acontece e ele deve procurar um médico e blábláblá.

Caras, é por essas e outras que eu me sinto como Oliver Sacks: um antropólogo em Marte. Eu não sou desse mundo. Não sou mesmo. Yo no comprendo!! Nada disso importa pra mim. Acho a idéia do “homem sensível” o maior embuste da civilização contemporânea.

Por isso é que eu assisto Big Brother e Luciana Gimenez. Me poupem desse tipo de coisa. Me poupem.

Deve ser por isso que eu estou sozinha. Eu não compreendo o Homem Contemporâneo. Eu não compreendo sequer a idéia do Homem Contemporâneo. No final a pergunta para a entrevistada é “como você define o homem contemporâneo”. A minha resposta seria: “completamente perdido”.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei suas histórias. realmente, está de parabéns.