quinta-feira, janeiro 04, 2007


Chove. Chove como se nunca tivesse chovido e como se nunca mais fosse parar de chover. Aqui onde estou está frio, muito, muito frio. Durmo de cobertor e janela fechada. Muito bom.

Só tenho feito comer, dormir e ler. E beber.

Já li os três livros que tinha trazido. Dentre eles, a melhor surpresa foi “Breve romance do sonho”, de Arthur Schnitzler, livro no qual Kubrick se baseou pra fazer “De olhos bem fechados”. Detesto esse tipo de comentário, mas gostei bem mais do livro do que do filme. Se bem que não consegui parar de imaginar o Tom Cruise como protagonista. Ele encarna bem o médico bundão entediado.

Aí tive que atacar prateleiras alheias. Estou lendo “O encontro marcado”, de Fernando Sabino, que eu nunca tinha lido. Cenas de uma Belo Horizonte e de um Rio de Janeiro que não existem e que nunca mais voltam e que só os muito burros ou os muito hipócritas diriam que não era melhor do que hoje. Tempo em que as pessoas andavam sozinhas pelas ruas em altas madrugadas e nada lhes acontecia. Tempo em que as pessoas andavam. Pelas ruas. E nada lhes acontecia.

Desaba outro pé d’água. Parece que estou longe do mundo. E isso não é nem um pouco ruim. Só os muito hipócritas achariam isso ruim.

13 comentários:

La Vita `e Troppo Strana disse...

Pois eh! Uma, dentre tantas coisas boas de se morar aqui, uma delas eh poder andar sozinha pelas ruas em altas madrugadas e nao acontecer nada. As vezes vamos ao "Pagode" no Giovanna Caffe e vamos e voltamos a pe. Uns tres quarteroes daqui do edificio. Ai, no Brasil, pelo menos em Sao Paulo, JAMAIS fariamos isso. Uma das coisas que mais nos sentimos bem aqui eh com a seguranca. Ha diariamente carros de policia parados nas esquinas e como sao sempre os mesmos que fazem a ronda, acabam nos conhecendo e ate nos cumprimentam. Certamente ha criminalidade, sim; mas te garanto que nao na proporcao dai. E sao sempre nos lugares mais especificos. Vamos nos visitando, ok? curta bastante as ferias merecidas... (minha filhota tb eh professora e voces merecem um excelente descanso....) Hetie

Anônimo disse...

Do alto da minha sempiterna burrice não consigo enxergar tempo melhor que o nosso. E olha que eu não sou mulher, nem bicha, judeu, preto (mulatinho é que nem branco), ou tuberculoso. Além da qualidade do ar e das empadinhas de galinha, quê mais que piorou? Era gostoso caminhar de madrugada pros Eduardos, que tinham sapatos. Violência? A pretalhada só resolveu apresentar a conta de 400 anos de serviços prestados: chega de receber em roupa velha e sapato usado, queremos é Nike Shox.
Feliz 2007 e viva a Havaiana, a camiseta Hering, as lampadinhas de natal chinesas, a vancomicina, o dvd, o msn, a água fluoretada e o Cutty Sark a 40 real.

Anônimo disse...

Carrie, onde vc está que tá chovendo tanto? Caraca! Manda essa chuva aqui pro Rio, eu não tô mais aguentando o calor daqui. Eu amo frio e chuva, sem sacanagem. Dia 31 foi lindo, pois choveu o dia inteiro e refrescou.

VanOr disse...

Lauzinho, eu penso como você: não há tempo melhor que este. Tenho nostalgias de tempos vividos por mim ou por outrem que eu admiro, e a nostalgia, até um determinado ponto, é saudável: ativa áreas adormecidas do cérebro, enleva o espírito e alavanca ondas de revivals. Ondas que vão e vêm, mas que matam a fome do passado sem engordar a melancolia.

E Carrie, minha adorada: estou morta de saudades, sem tempo de vir ao seu sublime rosinha todos os dias (o rosa é seu lado mulherzinha mais afetado, já reparou?), mas doida pra te ver de novo. Chega desse lance virtual. Quero cinema e troca de livros com você. Quero te apresentar a todos os meus amigos, te exibir. E deixa de ser tímida, porque meus amigos são todos tarados ou sem-vergonha. Exceto o Joel, que é tímido também.

Ainda não li "Encontro Marcado". E como eu me odeio por isso!

Sou prolixa, isso é foda. Entrei mesmo aqui pra dizer que estou com saudades e exijo te dar um abraço de feliz ano novo e te desejar, olhos nos olhos, todo o sucesso que você merece.

Quero notícias do Rufo, ok?

Anônimo disse...

Nossa, "O encontro marcado" é um dos livros da minha vida. Amo.
E tem muito da minha "memória sentimental" belorizontina.

Anônimo disse...

Eu concordo que aquele tempo era melhor, em tudo. Não havia a tecnologia de hoje? Mas isso não significa nada, pois havia as cartas, as pessoas escreviam cartas, e não e-mails. E e-mail é facil deletar, não dá pra pingar perfume ou lágrima; já a carta, é diferente. Eu sempre gostei de escrevê-las, mas confesso que perdi o incentivo devido à tecnologia moderna. Que lástima.
Seguramente, as cidades não tinham a violência de hoje, e também por que as pessoas eram diferentes, e isso em minha opinião é inegável. É bem diferente comparar um jovem de hoje, viciado pela cultura consumista, de um jovem de 40 anos atrás, com outros valores. Puxa, seu texto me deu saudades de um tempo no qual eu não vivi.
Acho que há 40 anos, até eu gostaria de viver no Rio de Janeiro.

Anônimo disse...

Figuraça, estamos com saudades. Não precisa deste chá de sumiço radical. Os amigos sentem saudades, vamos combinar umas biritas com Vanor e turma?

Carrie, a Estranha disse...

Oi, Pssoas! Bom vê-los aqui! Vamos por partes:

Mama & Papa,

Pois é...essa é uma idéia q eu me pergunto se valeria à pena. Dar linha desse país.

Lau,

Empadinha piorou? Acho não! Tem tanta empada boa, sô! Qto ao resto...Bem, talvez o q eu queira sizer é q a modernidade é dialética, só q às vezes é inevitável olhar pra um lado só.

E a Jojo? Veio mesmo? Queria muito conhecê-los todos!

Celso,

Estava em Pasárgada, uai!

Van,

Tiiamooo! Tb quelo encontáááá!! mas vai ser difícil esse mês! Tô passando vapt vupt no Rio e já viajo again.

Viviane,

É, tb adorei...

Celso, de novo,

Pois é. Uma das poucas coisas q nós concordamos! Rsrsrs

Pierre,

Pois é. Tô tão sumida q nem eu me acho! Hahahaha

Bjs

Anônimo disse...

Carrie,

Vou te contar um segredo meu: sou um puta de um cabeça dura, tipo cabeçudo mesmo, teimoso feito uma mula, e admito: conviver comigo e insuportável até pra mim. risos
Mas com o passar do tempo, os bons textos que você escreve me conquistaram e por isso sempre venho aqui. Não vou revelar a frequência que não é pra encher muito a tua bola, tendo em vista que tem horas que eu quero te matar de tão chata, carajo!
Tem textos seus que eu às vezes fico pensando se antes de escrevê-los você queimou erva ou tomou um coquetel de tylenol; noutras vezes, você é brilhante, incomparável. E chega, já elogiei demais.
Beijos.

Carrie, a Estranha disse...

Celso,

Jura q isso é segredo? Nossa, nem reparei!

Hahahaha...

Não, não uso drogas, só chocolate e televisão.

Tem horas em q eu tb quero me matar de tão chata q sou.

Bjs

Anônimo disse...

Oi Carrie!! Feliz 2007!!!eu não sou boa em falar essas coisas, nem estou com espírito, mas desejo que vc alcance todas as coisas boas que quiser!!

Vou deixar pra te mandar o e-mail qdo vc voltar,pois ao que tudo indica vc vai ficar sem tempo. Eu tb gosto mto de frio; frio com chuva, então, maravilha.
Eu li "O encontro marcado"; me deu uma certa inveja branca da amizade daqueles quatro; amizade essa que perdurou além daqueles tempos de colégio e faculdade.

Tb senti falta dos seus posts, mesmo não tendo comentado, passei por aqui direto.

Carrie, a Estranha disse...

ôôô, q meigo, Jussara! Obrigada!

Anônimo disse...

Carrie,

Bom saber que você eu temos autocrítica e sabemos que somos chatos pra carajo! Nossa, encontrei então uma chata igual ou pior a mim? Puuuuuxa, se não houvessem tantas divergências ideológicas e tantas brigas virtuais entre nós, juro que eu ficava "xonado". quá quá quá.

Agora é sério: um assunto que você gosta, mas neste final de semana terminei de ler um romance lindo de morrer, chamado "O sol é para todos", de Harper Lee. Leia-o, acho que tem a ver contigo. E no domingo, vi o filme homônimo, com o Gregory Peck, e o filme ficou tão lindo quanto o livro, uma adaptação perfeita.

Até fevereiro, vou ficar só lendo romances, e depois eu volto a estudar. Ah, vou ler neste mês um que você comentou aqui no seu Blog, do Mário Vargas Llosa, "Travessuras da Menina Má". No mínimo, deve ser uma boa viagem de metrô.

Bjs.