sábado, julho 08, 2006

Sutilezas

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Os poucos momentos em que falo com você me são caros. É uma alegria delicada. Sem pressa, ao contrário de quase tudo que faço. Porque você tem o tom certo. A medida exata.
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Não há como secar a terra molhada depois da chuva a não ser esperando o sol. E só dá pra entender isso quando ele finalmente volta. E ele dá alguns tímidos sinais. Me divirto com a luminosidade da água escorrendo pelas folhas, ou com barquinhos de papel se desmanchando em poças d'água. Piso nas poças fazendo bastante estardalhaço. Algazarra. Adoro a palavra algazarra. Tem som de recreio de criança e cheiro de Mirabel de chocolate. Palavra da minha infância, de livro de quinta série, quando a gente ainda não sabe e olha no dicionário. Frescor. O dia com cara de acordando. Não que não tenha sido uma bela temporada de chuvas. Mas chega. Acordar, secar, amanhecer, estender a roupa e a alma. Olhar no dicionário e aprender novos significados. Novas formas de (ser) dizer a mesma coisa.
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Você tem sido um pouco disso. Embora nem desconfie. Ou talvez desconfie. Você não é tão bobo.
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Um comentário:

Anônimo disse...

sobre Marx: os personagens eu identifiquei. só não li os escritos germânicos.

saudações.