sexta-feira, julho 28, 2006

Filosofia groucho-marxista de vida (parte I)


"Estes são meus princípios e se você não gosta deles...bom eu tenho outros!" - Groucho Marx.
Descobri que sou Groucho-marxista. Eu não confio em ninguém que possua convicções muito sólidas. Aqueles que batem no peito e gritam a altos brados "eu tenho princípios" serão os primeiros a se venderem e/ou te apunhalarem pelas costas - vide nosso governo. Prefiro o filhadaputa descarado. Ele é mais honesto. Você sabe que não pode confiar e pronto.
Desconfio de pessoas, como os marxistas, que encontraram respostas e soluções pro mundo. Na maior parte dos casos, estas pessoas não viverão conforme sua ideologia.
Vivo angustiada. Mudo de idéia umas três vezes ao dia e, em geral, termino com a mesma idéia do início.
Acho que não tenho princípios. Nem fins. Só meios.

13 comentários:

VanOr disse...

Você tem algo entre o princípio e o fim: a isso, eu chamo de conteúdo. Na maioria das pessoas, entre o princípio e o fim, só há um vácuo.

terra do nunca disse...

tipo assim, vc só pode confiar em seus inimigos, esses sempre te odiaram e serão seus inimigos. Agora seu amigo um dia pode te trair.

;)

Anônimo disse...

Diverdida Carrie,

Discordo de você totalmente. Há pessoas com princípios sim, lamento te informar, e tais princípios foram passados por pessoas que também tiveram princípios. Conheço gente que tem princípio, mas, se você não os tem por que os muda, e se a mudança de princípio é o seu princípio, então fica difícil saber quem você é, nesta contradição recorrente.

VanOr disse...

They have a point. Entraria nesse mérito se eu acreditasse que você é uma metamorfose ambulante, mas não acho que seja este o caso. O caráter é uno, já a opinião muda à medida que surgem novos fatos.

Carrie, a Estranha disse...

É muito difícil saber quem somos. Sempre. Sim, Vanor. Sim, sim, sim.

Anônimo disse...

Isso mesmo, o caráter é uno, e é por isso que surgem grandes amizades, pois pessoas que têm uma unidade de caráter quando encontram outras, tornam-se invariavelmente amigas. Nada abala duas amizades assim, desde que haja a confiança no caráter. Eu tenho pouqúissimos amigos, não completam os dez dedos da minhas mãos, mas sei muito bem quem eles são e até onde sou capaz de ir na minha relação com eles. Claro, pois todos têm limites. E esse é um princípio básico da existência em sociedade.
Já o contrário, pessoas sem caráter definido, quando encontram outras iguais, não formam amizades fortes, pois que acabam por se chocar na mudança de caráter.
Acho que dá para sabermos quem somos sim, sempre, é só olhar para nós mesmos, no fundo, e ver o que somos, o que fomos e o que querermos ser. E concluir disso tudo o que merecemos ser.
A verdade de tudo: ser feliz com o que se é e com o que se tem. Buscar sempre melhorar, mas dentro de seus padrões de felicidade, e não os da mídia, ou de outras pessoas.

Anônimo disse...

Uma outra coisa, Carrie, mas por que vc cita o exemplo das pessoas marxistas e diz que elas mudam de idéia mais tarde? A questão é: por que viver com princípios fundamentados em teorias críticas? Por que não viver com os princípios mais simples que existem, que não provêm de teorias críticas ou filosóficas? Um exemplo: o princípio do homem ou mulher comum, que sai de casa cedo para trabalhar, naõ aceita suborno (conheço um monte de gente que naõ aceita suborno, acredite se quiser), que pega duas conduções, e depois ainda vai para a faculdade ou colégio, pois quer crescer, melhorar de vida, e ainda por cima tem que aturar professores intelecualóides chatos e babacas, e depois tem que retornar a casa podre de tão cansaço? Eu vejo a vida por esse prisma. Estou me lixando para o que Marx e os ideólogos da Escola de Frankfurt escreveram. Não tô nem aí, pois eles me dizem muito pouco. Eles não me dizem nada sobre as poucas amizades que eu tenho e sobre o meu amor pelos bichos, que é o que mais me importa. Se eu me definisse, eu diria que eu sou um relógio, que, graças a DEUS (sim, eu acredito nele) nunca para, pelo menos por enquanto, e sigo a vida no sentido horário. O anti-horário, para mim, é passado.
Beijos.

Anônimo disse...

Ah, esse anonimo sou eu, Celso. rs

Carrie, a Estranha disse...

Celso,

Qdo crescer quero ser q nem vc. Cheio de certezas! Rsrsrs...brincadeirinha!

Só sei q nada sei, como diria Platão.

Ou: tudo é tudo, nada é nada, como diria Tim Maia!

Agora, falando sério...Qto a sua dúvida...todos os princípios simples, como vc exemplificou no seu texto - do cara q trabalha, é honesto etc - provém de algum princípio filosófico, mas que se encontra diluído no senso comum. E mascarada. Só q a maioria não percebe e acha q está agindo por si só. Vivendo em sociedade, nunca se age por si mesmo. Somos sempre afetados pela mídia e as coisas q vc listou. Só q dá pra tentar relatizar tudo isso. A forma q eu encontrei de relativizar foi estudando - teorias críticas ou não. Cada um tem a sua. Eu estudo pra tentar tirar o véu dos meus olhos e ver as coisas um pouco mais próximas do q elas são (mesmo sabendo q o q elas são é realmente inatingível). No dia em q a teoria me impedir de ver algo, não terei nenhum problema em largá-la! Mas longe de mim dizer q alguém detém a verdade! Como eu disse, cada um tem seu caminho. E algumas pessoas podem optar por nenhum.

A minha "implicância" com os marxistas se deve a um pequeno acontecimento de minha vida. Aliás, todo esse post se refere a isso. Foi uma forma sarcástica de canalizar minha falta de paciência c/ pessoas q se dizem legais e puxam seu tapete na primeira chance.

Sacou? ;)

Bj grande! Volte sempre

Anônimo disse...

Carrie,

Bem, já tentaram me puxar o tapete em vários momentos da minha vida, principalmente na experiência profissional. E sabe como eu me saí? De forma simples, sempre trabalhando normalmente e sempre sendo franco. Bem, esse foi o meu estilo. Mas, claro, não convivo num ambiente de trabalho onde as pessoas lêem Marx, por exemplo. Eu convivo em outra seara, completamente difernete, mas tão ruim quanto.
Sei o que é ser sacaneado por marxistas, lacanianos, freudianos, libertários e etc, e por isso não acredito em nada disso enquanto discurso para concreção. Eu só acredito no que eu vejo no dia a dia, no comportamento da pessoa, na direção que ela toma, na forma como ela trata as pessoas e o trabalho. Aí sim eu digo: esse cara tem princípios.
Logo, em qualquer ambiente haverá sempre a rasteira, se não houver o cuidado de quem tá com a bola fritando. E isso é mais agravante num ambiente profissional, pois envolve grana, promoção, status. Aí, mexeu com grana, a parada fica mais foda, como você gosta de dizer.
Beijos, voltarei sempre.

Anônimo disse...

Mata minha curiosidade, Carrie: você se graduou em quê, aonde, e faz doutorado em quê e aonde? Beijos

Anônimo disse...

A propósito de princípios, existem aqueles que dizem tê-los apenas para ficar bem na foto, mas na hora de aplicá-los...sai de baixo.E há também os que não se jactam de que têm princípios mas que são pessoas seriíssimas e confiabilissimas. Enfim, tratando-se de raça humana, todos os matizes são possíveis.Como diziam meus antepassados, a vida é bela por ser variada.

osvjor disse...

acho q o pessoal da banda Marx vive de acordo com sua ideologia, sim, pq a ideologia deles pode ser qq coisa, justifica qq coisa, emula qq coisa e nega a si mesma a partir de suas conseqüências, como se fosse o maior dos absurdos avaliar a correção de uma idéia por seus resultados práticos...