sexta-feira, junho 30, 2006

Cristal

Que Belíssima, que nada! Rebeldes? Ha ha ha!! Betty, a Feia? Fala sério! Floribella não chega nem perto. A novela mais trash da TV brasileira chama-se Cristal. Passa no SBT, às 7 da noite. É brasileira. É muito, muito bizarra.
Pra início de conversa: o que esperar de uma novela cujo protagonista é o Dado Dolabela, fazendo sotaque de paulista e aparecendo na abertura da novela cantando? Sua partner romântica é a Bianca Castanho, Cristina, que é uma órfã e aspirante a top model na empresa da mãe do Dado, vivida pela pobre Bete Coelho (ah, se Gerald Thomas te vê...). Não sei se tô sendo preconceituosa, mas ela não tá meio velha pra começar numa carreira de modelo, não? Num mercado onde as meninas começam com 14, 15, no máximo 16 anos, 25 tá um pouco além, não tá não? Sem contar que ela não é assim, nenhuma Brastemp. E precisarai emagrecer uns 10 quilos pra ter o phisic du role.
Cristina mora com a personagem de Bárbara Paz e uma outra garota - a melhorzinha delas, no quesito atuação. Todas elas órfãs e criadas no mesmo orfanato. Formam, portanto, uma espécie de república de órfãs. Bárbara Paz faz uma moça que quer se casar com um homem rico. O bom de ver Bárbara Paz trabalhando é que em cada cena ela tem uma cara diferente, dependendo do ângulo em que suas cicatrizes aparecem. A outra garota faz o tipo óculos-virgem-romântica-ingênua. E temos a nossa heroína, a Bianca/Cristina, que procura a identidade de seus pais verdadeiros. Paralelo a isso, sabemos que Dado é adotado e sua mãe morreu num acidente. Claro que eles serão irmãos, né? Daí não poderão ficar juntos e aí no final vão descobrir que na verdade eles não são irmãos, porque TV nenhuma vai por incesto em rede nacional. Ainda mais Silvio.
Não é que os atores sejam ruins. Eles apenas não tem a menor idéia do que estão fazendo ali. E isso é culpa do diretor que deveria dar uma referência. Os diálogos também não ajudam. São um primor de non-sense. Num tem timing. Hoje, uma das personagens morreu num assalto ou sei lá o que. Resolveram fazer uns diálogos "cabeça". Toda hora os personagens quase olhavam pra câmera e diziam, no meio do enterro, entre uma fungada e outra: "enquanto o país não der empregos para a população, isso vai continuar existindo". Uma personagem, Dona Maria total, soltava umas pérolas do tipo "o amor une corações apaixonados até na tragédia". Depois juntou todas as suas economias pro filho, policial e pobre, comprar uma pulseirinha de ouro pra dar pra Bárbara Paz - interesseira, mas que já está caidinha pelo moçoilo.
Os cenários têm sempre aquela cara de cenário e não de casa como são os da novela da Globo. As freiras do orfanato parecem saídas diretamente de "A noviça rebelde". Gente, quase nenhuma freira e padre, hoje em dia, usa hábito no dia a dia! A não ser aquelas muito, muito tradicionais, mas mesmo assim são hábitos bem mais simples. A grande maioria anda à paisana, mesmo. E os padres? Jesus, toma conta! Os padres são medonhos! Eu não sei o nome dos atores, mas um é um cara de olho azul que já fez novela na Globo e o outro é um gordinho também conhecido. Os padres simplesmente parecem gays! Tudo bem que muito padres tem um jeito afeminado de ser. Mas, não vamos escrachar né, gente? E os caras andam vestidos quase iguais a bispos em dia de baile no Vaticano. De todos os padres que eu conheço - e eu conheço alguns - nenhum anda com a roupa de guerra assim, pra lá e pra cá - um hábito preto, aquele colarinho duro...
Enfim, mas é a emissora do Sílvio, né? O que esperar...

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