Agradeço a todas as pessoas que torceram por mim. A qualificação foi ótima. Muitas críticas construtivas, muitos caminhos apontados para se seguir e a promessa de que meu trabalho possa vir a ser “fascinante” - dita pela maior especialista no meu tema.
É muito bom quando você consegue reunir um conjunto de pessoas que sabem o que você está falando, não têm pudor em te criticar em profundidade, sem ficar passando a mão na sua cabeça, mas ao mesmo tempo conseguem fazer isso com extrema delicadeza. Eu estava um pouco perdida em vários aspectos da minha tese e posso dizer que a banca me deu uma saída – e uma saída muito boa, que eu adorei.
O mais interessante foi ver pessoas que nunca me viram apontar características no meu trabalho que dizem respeito única e exclusivamente à minha pessoa. Eu não sei como acontece nas outras áreas – tipo química, por exemplo – mas um trabalho acadêmico quase sempre diz muito de quem o produziu. O que eu também acredito que seja verdade em relação à literatura. Toda escrita é autobiográfica. Mesmo se a pessoa escreve um romance ambientado no século XVIII. Por isso me espanta tremendamente que as pessoas acham que um blog exponha a vida da pessoa – aí, pessoas que estudam literatura de blogs: podem pegar isso pros seus trabalhos (já falei isso umas 398.174 vezes). E é, ao mesmo tempo, exatamente disso que trata a minha tese. Somos todos personagens de nós mesmos. E a melhor forma de se preservar é expor outras coisas.
Foi engraçado ver uma das “membras” da banca dizer que o meu memorial (uma paradinha que a gente tem que escrever sobre o desenvolvimento acadêmico) era de uma “sinceridade desconcertante” (há! Quase que eu disse: “se você ler meu blog...”) e que ela havia me respeitado antes de me conhecer. Que doutorado é complicado pra todo mundo, mas que passar pelos problemas que eu passei e consegui escrever um memorial sem me vitimizar era algo louvável – uou! Eu, a rainha da vitimização, a drama queen, tinha conseguido não me fazer de vítima? Yessss!
Detonaram umas paradinhas, disseram pra eu largar umas coisas e seguir em outras.
Elogiaram a ousadia do meu tema, mas disse que queria ver essa ousadia no texto.
Disseram, sobre o meu trabalho, aquele que é o maior problema da minha própria vida: que eu busco coerência e lógica em uma trajetória de um personagem múltiplo e multifacetado. Eu busco padrões, respostas, fórmulas, lógicas, explicaçõe...Ao invés de tentar explicar, eu deveria tentar compreender. E encarar a “incoerência” como constitutiva do meu autor/objeto – e de mim mesma, eu poderia acrescentar. Que eu já estava muito mais livre de uma série de amarras, mas que eu precisava me soltar ainda mais – se lembram dos posts em que eu falava sobre a rigidez? Pois é, pois é...
Ao tentar explicar porque eu queria explicar eu comecei a me explicar e ela me cortou dizendo: “você já está se explicando!” – quase que eu disse “você precisa ver minha família, como se explica tuuuuudo nos míiiiiiinimos detalhes!”. Venho de uma linhagem de explicadores, que acreditam em uma verdade cognoscível, mediante explanação lógica e debate de argumentos. Pffff...bullshit.
Em um dos momentos uma das professoras que o meu defeito era minha maior qualidade (familiar isso, leitor? Sim! Essa é uma das minhas máximas. Uma das coisas que eu mais digo aqui) e que também ela acreditava mais no meu trabalho do que eu mesma – coisa que também costuma acontecer com freqüência, embora eu tente fazer as pessoas me acharem arrogante só pra esconder meu complexo de inferioridade que fica soterrado debaixo de um monte de coisa. (não se enganem: todo arrogante tenta esconder a sua inferioridade; toda pessoa excessivamente humilde e modesta esconde, paradoxalmente, uma tremenda arrogância).
Ainda por cima elas se mostraram super solícitas em conversar comigo quando eu quiser. Quer dizer, ganhei mais duas orientadoras!
Ainda por cima meu orientador-fofo mandou uma carta (ele está entre Paris e New York, no momento nesta última....quando eu crescer quero ser que nem ele) fofa pra ser lida na hora, agradecendo à banca e fazendo muitos elogios a mim; dizendo que eu sou uma mulher muito forte e corajosa e qualquer problema no meu material deveria ser atribuído a ele – uma mentira deslavada, mas muito gentil da parte dele. Até a banca falou: “nossa, não conhecia esse lado doce de fulano!”. E eu pensei comigo: “e eu não consigo ver o lado amargo dele”.
Formiga Irmã e Cris estavam na platéia me assistindo. Cris teve que sair antes do final, mas viu quase tudo. Adorei o fato delas terem ido, pois é sempre legal ver o que as pessoas viram – que quase sempre não coincide com o que eu vi. Muito obrigada à Clara Lopez, que me ajudou lendo coisas minhas e se mostrou extremamente solícita, tendo me ligado hoje pra saber como eu fui. A internet têm dessas boas descobertas que nos fazem encontrar pessoas incríveis.
Estou muito feliz e aliviada. To que nem participante de BBB: vivi tantas emoções lá dentro que parece que eu envelheci 3 anos! Não sou a mesma pessoa! Hahahaha Só que, ao contrário deles, eu “não sou eu mesma” o tempo todo. Quem dera...(ó eu já querendo lógica e lineariedade...).
Depois vim pro Belmonte (boteco) tomei 5 chopps e meio, comi dois pastéis de camarão sem catupiry, um bolinho de aipim e camarão com catupiry e uma empada aberta de bacalhau. Quem conhece a rede de botecos Belmonte sabe do que eu falo. São os salgados mais deliciosos. Eu merecia. (a dieta foi pro caralho essa semana. Muuuuuita tensão, muitos episódios tensos, semana que vem eu volto).
Achei que fosse querer ficar um mês sem mexer na tese depois da quali, mas não vejo a hora de começar a trabalhar nas coisas que elas disseram. Mas não agora. Esse fim de semana eu tô de bobeira. Babando na frente da TV, comendo chocolate, indo ao cinema, aceitando convites em geral; enfim: facim, facim.
Ah! Minha internet voltou! Quer dizer, a Dona Net me ligou, chorando, pedindo perdão, dizendo que todo mundo erra e que ela merecia outra chance. Que o nosso relacionamento era muito sólido – desde 1998 – pra ser jogado assim no lixo. Aí começaram as propostas mirabolantes - e eu durona, impassível, me fazendo de difícil. E ela perguntando o que poderia fazer pra me reconquistar. Quase que eu pedi o Santoro e o Javier Bardem de tanguinha, lambuzados de nutella, na mansão da Playboy – com algumas coelhinhas de brinde – me servindo uvas na boca. Tava vendo a hora em que ela ia se oferecer pra vir fazer uma faxina aqui em casa – o que aliás seria super bem vinda, já que minha casa está quase sendo interditada pela Saúde Pública, tamanha a zona. Eis que de repente, não mais que de repente, ela me oferece uma coisa muito melhor do que todas essas: dois meses de internet 2 megas (a minha era 300) + TV por assinatura completamente di grátis! E que eu não tenho compromisso de fidelidade, caso eu queira desistir depois desses dois meses, zuuuuzo bem! Que era pra eu comparar com a concorrência e ver se a Net não era melhor. Em vinte minutos já estava voando com meu sinal. Pra vocês verem que todo mundo tem seu preço.
Essa é sempre uma ótima dica – pra companhias de celular, banda larga, TV. Sempre que você quiser um desconto ligue pra lá e diga que quer cancelar. Não diga que quer um desconto, diga que vai cancelar. Diga que o motivo são os péssimos serviços, o preço alto e que a concorrência está te fazendo uma proposta bem melhor. No meu caso, a mulher chegou a cancelar a Net, mas aí essa outra ligou de novo e me reconquistou.
Ai, ai. Que bom se meus relacionamentos fossem pautados pela lei da livre concorrência...
É muito bom quando você consegue reunir um conjunto de pessoas que sabem o que você está falando, não têm pudor em te criticar em profundidade, sem ficar passando a mão na sua cabeça, mas ao mesmo tempo conseguem fazer isso com extrema delicadeza. Eu estava um pouco perdida em vários aspectos da minha tese e posso dizer que a banca me deu uma saída – e uma saída muito boa, que eu adorei.
O mais interessante foi ver pessoas que nunca me viram apontar características no meu trabalho que dizem respeito única e exclusivamente à minha pessoa. Eu não sei como acontece nas outras áreas – tipo química, por exemplo – mas um trabalho acadêmico quase sempre diz muito de quem o produziu. O que eu também acredito que seja verdade em relação à literatura. Toda escrita é autobiográfica. Mesmo se a pessoa escreve um romance ambientado no século XVIII. Por isso me espanta tremendamente que as pessoas acham que um blog exponha a vida da pessoa – aí, pessoas que estudam literatura de blogs: podem pegar isso pros seus trabalhos (já falei isso umas 398.174 vezes). E é, ao mesmo tempo, exatamente disso que trata a minha tese. Somos todos personagens de nós mesmos. E a melhor forma de se preservar é expor outras coisas.
Foi engraçado ver uma das “membras” da banca dizer que o meu memorial (uma paradinha que a gente tem que escrever sobre o desenvolvimento acadêmico) era de uma “sinceridade desconcertante” (há! Quase que eu disse: “se você ler meu blog...”) e que ela havia me respeitado antes de me conhecer. Que doutorado é complicado pra todo mundo, mas que passar pelos problemas que eu passei e consegui escrever um memorial sem me vitimizar era algo louvável – uou! Eu, a rainha da vitimização, a drama queen, tinha conseguido não me fazer de vítima? Yessss!
Detonaram umas paradinhas, disseram pra eu largar umas coisas e seguir em outras.
Elogiaram a ousadia do meu tema, mas disse que queria ver essa ousadia no texto.
Disseram, sobre o meu trabalho, aquele que é o maior problema da minha própria vida: que eu busco coerência e lógica em uma trajetória de um personagem múltiplo e multifacetado. Eu busco padrões, respostas, fórmulas, lógicas, explicaçõe...Ao invés de tentar explicar, eu deveria tentar compreender. E encarar a “incoerência” como constitutiva do meu autor/objeto – e de mim mesma, eu poderia acrescentar. Que eu já estava muito mais livre de uma série de amarras, mas que eu precisava me soltar ainda mais – se lembram dos posts em que eu falava sobre a rigidez? Pois é, pois é...
Ao tentar explicar porque eu queria explicar eu comecei a me explicar e ela me cortou dizendo: “você já está se explicando!” – quase que eu disse “você precisa ver minha família, como se explica tuuuuudo nos míiiiiiinimos detalhes!”. Venho de uma linhagem de explicadores, que acreditam em uma verdade cognoscível, mediante explanação lógica e debate de argumentos. Pffff...bullshit.
Em um dos momentos uma das professoras que o meu defeito era minha maior qualidade (familiar isso, leitor? Sim! Essa é uma das minhas máximas. Uma das coisas que eu mais digo aqui) e que também ela acreditava mais no meu trabalho do que eu mesma – coisa que também costuma acontecer com freqüência, embora eu tente fazer as pessoas me acharem arrogante só pra esconder meu complexo de inferioridade que fica soterrado debaixo de um monte de coisa. (não se enganem: todo arrogante tenta esconder a sua inferioridade; toda pessoa excessivamente humilde e modesta esconde, paradoxalmente, uma tremenda arrogância).
Ainda por cima elas se mostraram super solícitas em conversar comigo quando eu quiser. Quer dizer, ganhei mais duas orientadoras!
Ainda por cima meu orientador-fofo mandou uma carta (ele está entre Paris e New York, no momento nesta última....quando eu crescer quero ser que nem ele) fofa pra ser lida na hora, agradecendo à banca e fazendo muitos elogios a mim; dizendo que eu sou uma mulher muito forte e corajosa e qualquer problema no meu material deveria ser atribuído a ele – uma mentira deslavada, mas muito gentil da parte dele. Até a banca falou: “nossa, não conhecia esse lado doce de fulano!”. E eu pensei comigo: “e eu não consigo ver o lado amargo dele”.
Formiga Irmã e Cris estavam na platéia me assistindo. Cris teve que sair antes do final, mas viu quase tudo. Adorei o fato delas terem ido, pois é sempre legal ver o que as pessoas viram – que quase sempre não coincide com o que eu vi. Muito obrigada à Clara Lopez, que me ajudou lendo coisas minhas e se mostrou extremamente solícita, tendo me ligado hoje pra saber como eu fui. A internet têm dessas boas descobertas que nos fazem encontrar pessoas incríveis.
Estou muito feliz e aliviada. To que nem participante de BBB: vivi tantas emoções lá dentro que parece que eu envelheci 3 anos! Não sou a mesma pessoa! Hahahaha Só que, ao contrário deles, eu “não sou eu mesma” o tempo todo. Quem dera...(ó eu já querendo lógica e lineariedade...).
Depois vim pro Belmonte (boteco) tomei 5 chopps e meio, comi dois pastéis de camarão sem catupiry, um bolinho de aipim e camarão com catupiry e uma empada aberta de bacalhau. Quem conhece a rede de botecos Belmonte sabe do que eu falo. São os salgados mais deliciosos. Eu merecia. (a dieta foi pro caralho essa semana. Muuuuuita tensão, muitos episódios tensos, semana que vem eu volto).
Achei que fosse querer ficar um mês sem mexer na tese depois da quali, mas não vejo a hora de começar a trabalhar nas coisas que elas disseram. Mas não agora. Esse fim de semana eu tô de bobeira. Babando na frente da TV, comendo chocolate, indo ao cinema, aceitando convites em geral; enfim: facim, facim.
Ah! Minha internet voltou! Quer dizer, a Dona Net me ligou, chorando, pedindo perdão, dizendo que todo mundo erra e que ela merecia outra chance. Que o nosso relacionamento era muito sólido – desde 1998 – pra ser jogado assim no lixo. Aí começaram as propostas mirabolantes - e eu durona, impassível, me fazendo de difícil. E ela perguntando o que poderia fazer pra me reconquistar. Quase que eu pedi o Santoro e o Javier Bardem de tanguinha, lambuzados de nutella, na mansão da Playboy – com algumas coelhinhas de brinde – me servindo uvas na boca. Tava vendo a hora em que ela ia se oferecer pra vir fazer uma faxina aqui em casa – o que aliás seria super bem vinda, já que minha casa está quase sendo interditada pela Saúde Pública, tamanha a zona. Eis que de repente, não mais que de repente, ela me oferece uma coisa muito melhor do que todas essas: dois meses de internet 2 megas (a minha era 300) + TV por assinatura completamente di grátis! E que eu não tenho compromisso de fidelidade, caso eu queira desistir depois desses dois meses, zuuuuzo bem! Que era pra eu comparar com a concorrência e ver se a Net não era melhor. Em vinte minutos já estava voando com meu sinal. Pra vocês verem que todo mundo tem seu preço.
Essa é sempre uma ótima dica – pra companhias de celular, banda larga, TV. Sempre que você quiser um desconto ligue pra lá e diga que quer cancelar. Não diga que quer um desconto, diga que vai cancelar. Diga que o motivo são os péssimos serviços, o preço alto e que a concorrência está te fazendo uma proposta bem melhor. No meu caso, a mulher chegou a cancelar a Net, mas aí essa outra ligou de novo e me reconquistou.
Ai, ai. Que bom se meus relacionamentos fossem pautados pela lei da livre concorrência...