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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Me inclua fora dessa


Vocês conhecem a expressão “boi de piranha”? Sabem de onde ela veio? Quando o boiadeiro precisa atravessar o gado por um rio cheio de piranha ele escolhe o gado mais velho, fraco e doente pra seguir na frente, de forma que as piranhas se distraiam com ele, que já não vai muito longe mesmo, e deixe o restante do gado passar em paz.

Nada não. Só pensando alto.


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E chutar cachorro morto? Chutar cachorro morto é ótimo. Adoro essa expressão. Você pode prever o comportamento de um cachorro morto. É até covardia. Por outro lado é mais cômodo também.

É mais fácil nos ampararmos nos rótulos que criamos sobre as pessoas do que tentar entender caso a caso. Ver que embora sempre tenha sido assim, pelos séculos e séculos amém, talvez dessa vez, dessa única vez, não tenha seja.


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Outra comunidade que eu quero criar no orkut é: “estabeleço cumplicidade para ofender”. Sabe esse tipo de pessoa que diz: “posso te dar um toque? Você tá um pouco gorda. Eu posso falar porque eu também estou” ou “você tem um defeito que eu sei como é, porque eu também tinha...” e tome porrada. Você estabelece um grau de identificação para com o interlocutor para depois dar uma cacetada. O que não impede da pessoa ficar puta da vida com você e pensar: “quem ela pensa que é pra falar isso?” ou “caralho, se eu for igual a você, amigo, eu me mato!”. E o que é pior: a pessoa que fala isso nunca acha que realmente é assim. Ela sempre acha que ela está um pouco melhor, baseada no fato de assumir o próprio defeito. Ai de você se virar pra ela e disser: “realmente, Beltrano, você também é assim. Aliás, eu diria até que você é um pouco pior do que eu”.

Claro que essa comunidade vai estar relacionada a uma que eu já faço parte chamada: “exemplifico expondo os outros”. Porque a mesma raça de gente que faz uma coisa, faz outra. Do tipo: “eu quero te dar um toque. Você anda muito desligada. Eu sei por que eu também já fui assim. Inclusive Fulaninha também, né Fulaninha?” – e mexe com a pobre da Fulaninha, que nem tinha entrado na história.

Claro que as intenções são sempre as melhores. Aliás, a coisa que eu mais tenho medo é de gente de boas intenções. Esse tipo de gente é o que mais te decepciona. Porque o que é boa intenção pra um pode não ser pro outro. Só o inimigo nunca te decepciona. Ele vai te fazer sempre o que você espera: mal. Tenho medo é de amigo.

No que cai na minha filosofia de vida, na qual vou montar uma Igreja, dominar o mundo, ser milionária, casar com o Santoro ter seis filhos e adotar quatro: “quer ajudar ao próximo? Cuide de si mesmo”. Quero adesivos. Canecas. Camisetas. “Faça algo de bom para o outro: seja egoísta”. Quantos problemas seriam evitados! Até Cristo disse: “ame ao próximo COMO a si mesmo”. Ele não mandou ninguém amar mais ao próximo. Cuide da sua vida antes de tudo. O símbolo da minha Igreja será a Ema. Embaixo dela, o nosso lema (que também rima): “Ema, ema, ema. Cada um com os seus pobrema”. A Ema pode estar dentro de um quadrado. Ado, ado, ado.

Igreja Universal Renascer na Ema. IURE. Não economizaremos no teto.


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Hoje em dia o que eu mais faço é escrever posts que nunca são publicados. E ao invés disso, escrevo frases sem sentido, cuja ordem não importa e todo mundo acha que eu estou escrevendo para A, B ou C, mas na verdade é para Z.
Ou não.