Não sei bem por onde começar. Nem se de fato vou começar novamente este blog - dado o número de tentativas de voltar, essa pode ser apenas mais uma. Nem sei se as pessoas ainda leem blogs. Eu não leio mais quase nenhum (é, pensando bem, acho que deixei de ler todos os meus blogs queridos).
Várias razões me levaram a deixar de escrever no blog. Ano passado foi o ano mais louco de toda a minha existência. Eu passei por reviravoltas incríveis com uma galera da pesada na minha profissional, com direito a vilões de novela mexicana e amigos que não eram amigos, etc. Trabalhei de uma maneira escrava e insana e estúpida como eu nunca trabalhei em toda a minha vida. Passei por problemas de saúde que me renderam três cirurgias. Até hoje eu olho pra trás e fico pensando como eu aguentei tudo isso. (Bom, que remédio eu tinha? O que é aguentar?). Em compensação no final do ano eu tive agradáveis surpresas que me fizeram largar tudo e recomeçar em outra cidade, outro estado. E antes de tudo isso eu casei, mudei (e não te convidei).
Além disso, acho que outro motivo que me fez ir escrevendo menos e menos e cada vez menos é que quando se trabalha em iniciativa privada nunca se sabe o que pode ser usado contra você. E alguns dos meus textos não eram exatamente uma ode ao trabalho no setor privado - para usar um eufemismo. De modos que, aos poucos eu fui me distanciando do blog, ao mesmo tempo em que os sites de redes sociais foram ocupando um lugar maior na minha escrita e leituras diárias. Digamos que todo o meu "impulso criativo", antes canalizado para o blog, passou a ser usado nas redes sociais. O que é uma merda. É legal, mas é uma merda. É legal porque como "está todo mundo lá" a possibilidade de mais gente me ler e me curtir e comentar é maior. Mas é também uma merda, porque tem o povo do silvisso, que não necessariamente entende o seu senso de humor, tem o coleguinha da quinta série que você reencontrou, tem a tia Cocota...enfim...aqui também tem tudo isso, mas em escala reduzida. Tenho uma relação de amor e ódio pelos sites de redes sociais. No momento estou na vibe ódio. Porque é muito chato, também. É muita gente tendo muita opinião sobre tudo.
Daí me pegava às vezes pensando em ideias para posts que eu podia muito bem estar desenvolvendo aqui, mas eu acabava postando nas redes sociais. E isso é quase sempre visto pela maioria das pessoas como alguém-que-não-tem-nada-pra-fazer-e-fica-o-tempo-todo-no-Face. Mas aí eu percebi que a minha questão nunca foi só a sociabilidade, ainda que eu tenha conhecido gente incrível por aqui. A minha questão é a escrita. A sociabilidade vem num pacote, como feedback da escrita. Nós, escritores frustrados, escritores de meia tigela, escritores de guardanapos de boteco e bloquinhos, gostamos de escrever e sermos lidos. Mas antes de mais nada a gente gosta de escrever - bom, não sei se posso falar pela catchiguria toda, mas falo por mim.
Sei lá, já disse aqui e repito: eu acho que os blogs, ainda que públicos, são espaços mais reservados. Entra quem quer. Em um site de rede social como o Face você é forçado a interagir com todos os seus amigos - que muitas vezes você é forçado a adicionar - e ler toda e qualquer porcaria de todo mundo. Claro que você pode sempre cancelar as notificações do selumano-sem-loção, mas às veze o selumano-sem-loção em questão é um querido. E você não quer ouvir as merdas que ele diz sobre política e segurança pública, mas quer ver as fotos dos filhos e saber como está. Como faz então, Brasel? Não sei.
Além disso, acho que outro motivo que me fez ir escrevendo menos e menos e cada vez menos é que quando se trabalha em iniciativa privada nunca se sabe o que pode ser usado contra você. E alguns dos meus textos não eram exatamente uma ode ao trabalho no setor privado - para usar um eufemismo. De modos que, aos poucos eu fui me distanciando do blog, ao mesmo tempo em que os sites de redes sociais foram ocupando um lugar maior na minha escrita e leituras diárias. Digamos que todo o meu "impulso criativo", antes canalizado para o blog, passou a ser usado nas redes sociais. O que é uma merda. É legal, mas é uma merda. É legal porque como "está todo mundo lá" a possibilidade de mais gente me ler e me curtir e comentar é maior. Mas é também uma merda, porque tem o povo do silvisso, que não necessariamente entende o seu senso de humor, tem o coleguinha da quinta série que você reencontrou, tem a tia Cocota...enfim...aqui também tem tudo isso, mas em escala reduzida. Tenho uma relação de amor e ódio pelos sites de redes sociais. No momento estou na vibe ódio. Porque é muito chato, também. É muita gente tendo muita opinião sobre tudo.
Daí me pegava às vezes pensando em ideias para posts que eu podia muito bem estar desenvolvendo aqui, mas eu acabava postando nas redes sociais. E isso é quase sempre visto pela maioria das pessoas como alguém-que-não-tem-nada-pra-fazer-e-fica-o-tempo-todo-no-Face. Mas aí eu percebi que a minha questão nunca foi só a sociabilidade, ainda que eu tenha conhecido gente incrível por aqui. A minha questão é a escrita. A sociabilidade vem num pacote, como feedback da escrita. Nós, escritores frustrados, escritores de meia tigela, escritores de guardanapos de boteco e bloquinhos, gostamos de escrever e sermos lidos. Mas antes de mais nada a gente gosta de escrever - bom, não sei se posso falar pela catchiguria toda, mas falo por mim.
Sei lá, já disse aqui e repito: eu acho que os blogs, ainda que públicos, são espaços mais reservados. Entra quem quer. Em um site de rede social como o Face você é forçado a interagir com todos os seus amigos - que muitas vezes você é forçado a adicionar - e ler toda e qualquer porcaria de todo mundo. Claro que você pode sempre cancelar as notificações do selumano-sem-loção, mas às veze o selumano-sem-loção em questão é um querido. E você não quer ouvir as merdas que ele diz sobre política e segurança pública, mas quer ver as fotos dos filhos e saber como está. Como faz então, Brasel? Não sei.
O fato é que eu sinto falta da escrita diária em um local onde as pessoas podem me ler (escrita diária eu tenho no meu diário, mas ninguém me lê. Assim espero). E o FB tá me sufocando, Euclides. É gente demais, conhecida demais, dando pitaco demais sobre tudo o que você faz.
Além disso, acho que rede social também é vício. Quanto mais você usa, mais você quer usar. Quanto mais você se expõe, mais você quer se expor. Você não se controla e quando percebe está colocando fotos que outrora você não colocaria.
Tudo isso para dizer que eu senti a falta disso aqui essa semana como em nenhuma outra e resolvi voltar. Aí tive que lutar com senhas e que tais, já que agora é tudo muito interligado e eu não lembrava que já tinha mudado a minha senha ultra mega über difícil pra outra mais razoável. Espero que o ânimo de escrever diariamente me visite novamente. Se eu ainda terei leitores, não sei. Se terei que reconquistá-los, me digam vocês.
É estranho voltar a um lugar tão especial, que eu não voltava há tanto tempo, e perceber quanta coisa mudou e quanta ainda permanece miseravelmente igual.
Tem alguém aí?
PS: Roberta falou disso aqui.
PS2: Acho que já usei esse título em algum lugar remoto deste blog.
PS: Roberta falou disso aqui.
PS2: Acho que já usei esse título em algum lugar remoto deste blog.
24 comentários:
Sim, tem. Ainda que silenciosamente, sempre haverá alguém.
Oi, Anônimo!!! Que emoção! Ainda que vc seja silencioso e anônimo.
Tem o anônimo e tem eu. Fiquei bem contente ao ver no feed que tinha post novo seu. :)
Anônima 4 também está feliz.
Que noticia boa!!! Carrie, que saudades dos seus posts! =)
Mas oh... pode contar do casamento (ehhhhh!!!) e da mudanca... E dos viloes de novela mexicana... =)
Eu sempre levo um susto quando um feed dá sinais de vida, è sempre WTF? Mas vai se lendo post anteriores no feed, lembrando histórias e de repente, 'que bom te ver por aqui de novo, senti sua falta'. Bjs.
Opa! =)
Olá...Carrie...fiquei super feliz ao ver no feed que tinha um post novo seu...espero que continue escrevendo. E concordo com a Luana...conta tudo!!!...estou morrendo de saudade dos seus textos...Bjão.
Olá!
Tem sim :)
Fiquei super feliz de ver post novo seu.
E concordo com Luana e Lilith conta tudo!
Beijos.
eu li tb. lia seu blog há milenios, meu deus, faz muito tempo. dps parei um poucop de ler blogs. de vez euquando voltava aqui pra ver se vc tinha voltado, como tava. e eis q entrei muito por acaso num aeroporto esperando um voo ra voltar pra casa dps de um ano e meio fora. lembrei de vc, vc tinha escrito há dois dias, será um sinal??? espero q sim!
Sim, tem alguém.
Oi pesssoas! Que alegria ver 10 comentários. Que emoção.Vcs são fofos. Fofos, fofos, fofos, mto fofos.
Tentarei contar, a medida que for possível.
Um beijo em todos.
Que alegria que voltou! Nunca deletei seu blog dos feeds na esperança do retorno. ;) Sempre lembro de ti agora que estou indo sempre respirar o ar sulfúrico de Gotham City. Bjo!
Eu estou aqui tambem! Saudades querida. Muito bom te ler.
Tem sim, sempre tem! Fiquei esse tempo todo esperando você voltar e sempre vinha aqui na maior ansiedade. Hoje foi um dia feliz!! Que volte para ficar! :)
dear,
EU ODEIO O FACEBOOK!
quero criar uma comunidade no orkut com o título Eu odeio o facebook, mas o problema é que ninguém vai ler e vai ver que orkut nem existe mais. Mas eu odeio o facebook. Lá todo mundo é sábio, e justo e perfeito e todo mundo é politicamente correto, enfim, é um treco chato sem fim. Odeio. Já saí duas vezes, agora bloqueiei tudo estou a fim de sair de novo. Aqui pelo menos temos como escrever sem meio mundo vir questionar se vc tá louca e sem vir dizer o q vc tem que fazer sobre isso ou aquilo. Quem te lê o faz por que se interessa por esse tipo de texto e ponto final. Quam não se interessa ou não gosta, simplesmente não lê. As simple as that.
Acho os blogs uma invasão de privacidade também, mas estar no facebook é como estar de calcinha em cima da árvore. Todo mundo sabe tudo que vc faz, mesmo que vc não poste, pois alguém posta e diz onde vc estava, com quem e a que horas. Acho absurdo.
então aqui, bem ou mal, não sabem muito bem quem somos e isto traz um certo sentimneto de proteção, ainda que pequeno, mas traz.
isso mesmo, volte para cá, eu gosto de vc aqui (e lá nem te conheço! rsrs)
bjs
Que alento ter vindo tirar a poeira do meu blog, e te descobrir fazendo o mesmo, e ainda com o mesmo problema: desenvolver no social o que talvez até saísse melhor - ou pelo menos mais completo aqui - pela ideia de que lá alguém nos lerá.
Que bom que você voltou! não te prometo que se ficares vai ter bolo, mas eu certamente lerei cada post ainda desejando: gente, que barato seria tomar um café com essa selumana-com-tanta-noção! ;)
Oi, Carrie,
Achei bom demais vc ter voltado a escrever. Quando vi no Feed um post novo seu, fiquei super contente. Gosto demais do que vc escreve - sobre qualquer assunto que escreva - mas não sou boa comentadora. Em geral, tenho aquele hábito dos leitores silenciosos, das épocas em que a gente não tinha como interagir com os escritores. Sou dessas que lê e leva o texto pra casa: penso sobre, tento entender a idéia antes de rebatê-la com outro argumento (Aliás, fico espantada com esse hábito de muitos internautas de nem ler direito e já sair descendo a pancada em quem escreveu... No Facebook então, nem se fala!)
Então. Estou sempre por aqui. Lendo. Achando ótimo ver as coisas por um outro ângulo (o seu) e nem sempre comentando. Mas sempre por aqui.
Abraço.
Carla
Ei Cosnis,
bom demais ver que você voltou a escrever no seu blog.
Não era justo você nos privar de suas obras primas literárias.
Grande abraço.
Retardatários também são admitidos? :) Bom saber do seu retorno!
Que bom que vc. voltou! Fiquei muito feliz em poder ler seus textos novamente.
Graças a Deus vc voltou !!! que saudade de ler coisas interessantes !!!! que saudade de vc !!! mesmo que anonimamente e silenciosamente !!!
que alegria!!
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