segunda-feira, abril 12, 2010

Ó rapá! Foi só a Roberta me citar e meu blog atingiu a senscional marca de 467 visitas. Teve momentos em que vi 11 pessoas online.

Aí amanhã baixa de novo, porque nego entra, roda, olha e pensa consigo: "ah, é só essa merda mesmo? Então tá".

* * *

Morro de rir com a minha mãe acompanhando meu blog, twitter e agora Formspring. Ela se emputece com certos comentários, quer responder, fica me dando ideias, chega até a escrever as respostinhas dela dizendo que vai responder como se fosse anônimo...mas a última dela foi a melhor. Uma pessoa no Formspring perguntou quanto eu calço. Mamãe não perdoou: "ih, quer saber se você é sapatão!". E tente argumentar? "Não, mãe, claro que não". "Mas então porque a pessoa perguntaria uma bobagem dessas?".

Porque o mundo é estranho, mãe. Nego pergunta até se eu sou virgem e se eu uso soutien o tempo todo. Perguntar quanto eu calço é fichinha.

* * *

O dia de hoje custou a passar. E ainda por cima teve o taxista da volta. Como vocês sabem, no dia em que não tenho carona, pego sempre os mesmos taxistas e tenho o telefone de todos eles.Minha mãe precisava de um taxista no sábado, pra ir pra uma festa e ficar por conta dela, com um preço fixo, sem taxímetro, porque era numa quebrada meio sinistra de Gotham City e não era boa ideia ela ir dirigindo - e você deve estar se perguntando o que minha mãe, uma senhora de 73 anos, estava fazendo numa quebrada sinistra em Gotham City sábado à noite, né?. Daí tentamos esse cara, que eu costumo pegar sempre e de quem eu tenho o telefone. Mas caiu na caixa postal. Tô eu contando isso pra ele, quando:

- Ah, eu desligo sempre o celular quando chego em casa.

- Eu, tolinha: Ah, porque você dorme, né?

- Não. Não é por isso, não. É por causa da minha mulher. Ela é muito ciumenta e ligam sempre lá pra casa.

- Eu, fazendo a linha não-estou-entendendo-nada: muitos clientes?

- Também. Mas não só.

Fiquei quieta. Daqui a pouco:

- Minha mulher é super ciumenta. Mas eu dou motivo, também. Eu sou safado.

Muda estava, muda continuei.

- Eu sou safado, mas todo homem é. [ôô, e como! Tive que concordar. E palhaço ainda por cima]. Mas o homem que trabalha à noite é pior ainda.

Resolvi mudar o rumo da prosa: Vocês têm filhos?

- Temos. Gêmeos. Sete anos - diz o cara, todo orgulhoso.

Pensei que o assunto tinha se encerrado, mas a cereja do bolo estava ainda por vir:

- Eu traio a minha mulher porque é do instinto masculino trair.

Aí nessa hora eu perdi a paciência e mandei: "ah, é. E se a mulher trai, aí é safadeza mesmo".

Ele riu meio sem graça, e disse que não, que ninguém tava livre disso, mas que se ele descobrisse que a mulher dele tinha traído ele, separava na hora. "Minha mulher também tem a opção de se separar de mim. Não separa porque não quer".

No que ele está absolutamente correto.

É o que eu sempre digo: não é que homem seja tudo palhaço. Mulher é que é muito burra. Pra cada palhaço existe uma mulher que aceita aquela situação. Mulher ainda se sujeita a isso. Ainda se sujeita a engravidar pra prender homem, a casar e achar que a vida tá resolvida e pode para de trabalhar - quando se um homem para de trabalhar quando casa é logo acusado de folgado e aproveitador - a tomar porrada do marido e perdoar (afinal, isso é sinal de amor). Então, é bem feito.

Aí fiquei pensando: será que o cara tava jogando uma conversa pra cima de mim, do tipo "se-colar-colou?". Interessante observar os diferentes tipos de homens casados traidores: o que faz o estilo "minha mulher é doente e eu não posso separar", o "tô praticamente separado" e o "sou casado e sou safado e daí?", como este nosso amigo taxista.

Só sei que peguei nojo do cara. Vou até mudar de ponto de táxi. Pior que era o meu taxista predileto. Era até bonito. Não é mais. Achei tão comovente quando vi que ele tinha uma tatuagem do nome da mulher no braço - que, por sinal, tem o mesmo nome que eu. A gente conversava sobre as perspectivas para os taxistas em Gotham City... Garrei nojo, agora. Tipo, o cara sai anunciando pras passagêra que ele é safado, mermo? Com coisa...tamos aê, minha senhora. Que coisa horrorosa! Me lembrou aquele personagem taxista que comia a Natália do Vale numa das novelas do Maneco. Quem mandou eu ter essa moral vitoriana em pleno século XXI? Olha que eu me esforço pra flexibilizar meus julgamentos morais. Na teoria eu já consigo compreender uma série de coisas que antes seriam impossíveis pra mim. Na prática a vontade é de voar garrafa na testa. Eu realmente acho difícil convencer alguém a permanecer fiel por 30, 40 anos (haha...a pessoa é realmente otimista), com toda a oferta que a gente tem no mundo. Mas sou uma legítima representante da pequena-burguesia, ora bolas. Como ignorar o desejo de posse e exclusividade? Realmente eu não sei. Mas, isso é um assunto que não me diz respeito, porque não sou casada. E, tipo...se acontece...vá lá, mas e quando o cara tem isso como prática constante, como o nosso amigo taxista? E qual o limite entre o "aconteceu" e o "prática constante?".

Diria Formiga Irmã: "o seu problema, Fumiguinha, é que as coisas pra você são muito preto no branco".

Cara, eu, definitivamente não sou deste mundo. Tipo...tsc, xá pra lá...devia ter nascido na Idade Média onde os casamentos eram todos arranjados antes de se nascer. Ou na Índia.

10 comentários:

roberta carvalho disse...

A Mila comentou a mesma coisa, que apareceram trocentos visitantes, mas que a maioria não volta. Como sempre digo, o mundo é estranho.

Sobre sua mãe, adorei. Fala pra ela que já perguntaram até se eu ficava olhando para o pau dos outros na rua. (antes que alguém repita a pergunta, não, não olho e acho bizarro tal hipótese).

Tá, isso foi por comentários. No Formspring só vc me perguntou. Sou uma blogstar abandonada!

E sobre o taxista é um palhaço sim, filha! Mas confesso que não pegaria o táxi dele de novo tb, acho desagradável. O casamento dele é problema dele e da mulher.

Agora, concordo com Formiga Irmã, tu tá muito preto no branco.

Beijos

roberta carvalho disse...

Menina, isso foi um post, não foi um comentário. Desculpa!

Carrie, a Estranha disse...

Hahahaha...Roberta, q isso! Vc pode fazer qtos comentários-posts quiser!

Bj

Luciana disse...

Sabe o que me incomoda em gente como esse taxista? Pessoa que, mal te conhecendo, já vai abrindo a intimidade contigo, falando da vida particular... Sou meio inglesa pra isso, não gosto quando alguém que eu mal conheço já vai atirando os detalhes da vida em cima de mim, sem prestar atenção se eu quero fazer parte...

Carrie, a Estranha disse...

Claro, Luciana. Eu tb concordo total. Nessas horas me pergunto porque não nasci na Alemanha.

Batendo perna por aí... disse...

Mó legal tecer cometários!Tow ficando viciada..heheh...
Cara Carrie, como estes palhaço taxista, tem milhões por aí....maaas...já que somo moças educadas, sabidas, lindas, etc,etc,etc...continuemos nossão ardua missão:fazer ouvido de mercador!
quando tenho o azar de esbarrar com um pangaré desse, fecho a cara e fico no: é! hmm... e por aí vai meu monologo riquissimo..hehehe..

bjs

Ila Fox disse...

Nuuuuoooossa, eu teria provocado um acidente com este taxista! que horror, que horror!

Mas realmente, se a mulher dele tá com ele é pq se sujeita. Meu ex, no primeiro deslize levou um pé na bunda bem dado, eu é que não queria ficar pra ver o que acontecia com o tempo. :-P

Carrie, a Estranha disse...

Regiane,

Sim, sim! Comentários fazem os autores de blog mega felizes!

Ila,

Achei bizarra a situação toda.

***GrAzI disse...

Falta de senso de privacidade me irrita! Quando passo por situações assim normalmente fecho a cara e fico na minha, mas se é no trabalho ou algo assim (em q eu tenho q fingir q sou simpática! rsrsr) tasco um sorriso amarelo e torço para a pessoa parar com seus comentários por ali (e fico pensando "eu não quero saber!! nem te perguntei, oras!")

nervocalm disse...

Eu achei que tinham me perguntado quanto eu calçava pra me mandarem um sapato de presente.