quinta-feira, março 18, 2010

Eu tento respeitar a religião de todo mundo, mas...tem horas em que fica difícil.

Nada não. Só pensando alto.


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Cultura de massas não é pra qualquer um. Esse papo de trazer intelectual pra TV não dá certo. Trouxeram o Bosco Brasil, dramaturgo ganhador de prêmios de teatro, pra fazer a novela das sete. O cara resolve adaptar Rei Lear. Deu a merda que deu.

O Fagundes engoliu um ovo desde o primeiro fazendeiro do nordeste que ele fez do Benedito Rui Barbosa e nunca mais cuspiu. A Grazzi...tá pelejando. Cês sabem que eu defendo a Grazzi. Ta difícil, mas eu continuo defendendo. Afinal, tendo em vista que ela fez pouquíssima coisa...acho que cresceu bastante. E vilã não é fácil. Acho que tem gente muito pior do que ela há décadas na TV brasileira e que se diz ator/atriz, por que ela não pode? É só assistir a novela das oito pra ver um monte. Aliás, é só ver qualquer novela.

Ser Umberto Eco é pra poucos.


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A Courtney Cox – a Mônica de Friends – está com um novo seriado chamado Cougar Town (algo como “A cidade da pantera” ou, quem sabe, numa versão mais tupiniquim alguém traduzisse por “Toca da Loba”, ou sei lá como as pessoas chamam as mulheres na faixa dos quarenta, recém separadas e ansiosas por garotões. Tia Sukita? Whatever...). O fato é: gente, a Courtney Cox pagando de Cougar? Sério? Porque, tipo...quando ela fazia Friends lembro que o papel era de alguém um pouco mais velha que eu – ok, podia até ser mais velha na prática, mas ela fazia papel de uns 25 anos quando começou Friends. Ou menos. De repente ela virou uma Cougar? Cho-quei. Pior do que essa só a Letícia Spiller, a nossa eterna Paquita Sorvetão, que eu imitava nas festinhas nas casas das minhas amiguinhas (zero vergonha x 10 humilhação), pagando de crise de meia idade, mãe da Cecília Dassi e amiga da Natália do Valle (não que não se possa ser amiga de pessoas mais velhas, mas a ideia implícita ali é meio de que elas são quase da mesma geração).

Mas, depois que colocaram Ana Paula Arósio mãe da mocinha da novela das seis uns tempos aí atrás eu acredito em tudo. Até que a Ellen Jabour se leva a sério.


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Por falar em seriados, ainda não consegui ver Community. Também estreou nessa temporada e fala sobre as Community Colleges estadunidenses, que são as faculdades públicas de lá – que, ao contrário daqui, são as piores. Destinadas a pessoas mais velhas, que pararam de estudar por um tempo, que tem deficiência de aprendizado, que não conseguiram entrar nas particulares de lá – que são as melhores. Quer dizer, são as Esculachos de lá – hahahaha...não, eu nunca me cansarei de fazer esse tipo de piada com a Esculacho. Tive excelentes alunos lá. Conheço gente muito boa que se formou lá (inclusive Formiga Irmã, que fez uma das duas graduações que tem lá), mas são sempre a exceção que confirma a regra. O que é diferente de uma pública. Não, não vou entrar nesse debate, nem perca seu tempo tentando, amigo.

Mas o seriado parece ser hilário. Só que eu ainda não consegui ver porque passa quinta à noite. Onde eu estou na minha Community.

O slogan é “conheça porque a universidade é pra qualquer um”.


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Sugestão de comunidade para o Orkut: “me constranjo com propagandas de dentifrício”. Preciso explicar? Será que sou só eu que tenho vergonha alheia ao ouvir “dentistas” com CNPD, CNPO, sei lá...como se chama o órgão regulador da profissão? (“Órgão regulador” me dá vontade de fazer piadas de duplo sentido), fazendo experiências com “pessoas comuns” e me dizendo que existem 12 poblemas bucais? Caguei para 12 problemas bucais. Te conto 12 problemas da minha vida que vão fazer “placa bacteriana” e “mau hálito” parecerem piada. Pra isso existe o Halls Preto. E pro meu concurso, existe o quê, seu Dentista? Ok, eu tenho dentes muito bons, deve ser por isso que não me aterrorizo ante a ameaça de 12 poblemas bucais.

Sim, dentifrício.


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Mais constrangedora só a da Grazzi e a ginecologista dela dizendo que usa sabonete de xereca. Sou só eu ou vocês ficam pensando se a mulher é realmente a ginecologista da Grazzi? E, caso seja, será que as consultas dela aumentaram depois da propaganda? Será que o CRM autoriza? Caso ela não seja, não é muita canalhice?

Publicitários: morram todos lentamente consumindo os produtos de seus anunciantes.


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E Desperate Housewives? Alguém pode me dar uma pista vaga do que acontece? Toda semana quando eu assisto está completamente diferente. Numa semana a Gabrielle está gorda, na outra não. Numa semana aquela loura tá grávida, na outra os filhos dela são gêmeos e têm quase 18 anos e na outra é só um menino e ele tem 12 anos...

E que fim levou o crime que deu origem a série? Solucionaram?


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Não, não vou comentar do Rubem Fonseca indo alimentar a pupila dele que está fazendo uma performance dentro de uma caixa de vidro numa livraria em SP e dando declarações aos jornalistas de que ela tem um futuro brilhante como escritora. Primeiro porque eu odeio performance. Odeio peça interativa. Esse foi mais um dos múltiplos motivos que me fez desistir do teatro (um dia vou escrever um livro: “Porque desisti de ser atriz” ou melhor “Porque não dei pra atriz – nem pra nenhum diretor babaca”). Não preciso constranger meus amigos e parentes a esse ponto. A última performance que se tem notícia de ter sido bem sucedida foi a do Marcel Duchamp – que não era bem performance, mas...por isso mesmo deu certo. Segundo porque eu fico puta toda vez que ele “rompe o silêncio”. Mais uma teoria para a minha tese – tese mesmo, caro leitor, de doutorado – de que essa persona que ele cria de avesso à badalação é a) um pouco de falta de saco para com este mundo de pseudo celebridades babacas; b) charme e c) Medo de alguém tocar no assunto da colaboração dele no Ipês, célula intelectual do golpe civil-militar de 1964, cujo envolvimento ele nega peremptoriamente embora existam provas concretas – pra quem não viu, um resumo da minha tese saiu na Veja (alguém ainda não viu, Carrie? Depois de você ter avisado, tipo, todo o Sistema Solar!!).

Só duas palvrinhas: tá comendo. É a única explicação. Ou: tá gagá.

E os comentários dos leitores? Cada um mais perfeito do que o outro. Queria ser amiga desse povo. Vejam: "Performance de c. é r... Isso é jogada de marketing mesmo, para (tentar) vender livro e chamar atenção pra mocreia literal, que tem cara de louca furiosa.O escritor senil poderia se poupar deste mico, ainda mais por gostar de tirar onda de recluso - outra jogada de marketing.Bom mesmo era Machado de Assis, que escrevia bem e nunca precisou se trancar em livraria como animal numa jaula.A gente vê cada coisa..." (Nicephore Niepce). Fora umas mandando ela ir lavar uma trouxa de roupa ou tomar cerveja num botequim. Não eu juro que não escrevi nenhum deles. Mas bem que poderia.


Inveja? Claro. Bem que eu queria que ele me desse comidinha. Ou uma entrevistinha. Não que fosse aliviar a barra dele. Também toda vez que alguém digitar no google Rubem Fonseca + Ipês + envolvimento no golpe de 1964 vai cair aqui no meu blog e saber de tudo! Minha vingança é espalhar essa história aos quatros ventos. Não que nada disso mitigue o talento dele como escritor - que já não é mais o mesmo, mas ok, a gente releva.

E vai lá o bando de jornalista babaca mendigar declarações dele...tsc, tsc, tsc...um dia também vou escrever um livro intitulado: “Porque desisti do jornalismo”. Acho que vai ser uma série.


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Consegui baixar a trilha de (500) dias com ela, que, além de ser um dos melhores filmes que eu vi este ano – e olha que ainda estamos em março – ,tem uma das trilhas sonoras mais lindas que eu já vi – The Smiths, Pixies e...Carla Bruni. Sim, descobri que a música que eu mais amei no filme todo é da Carla Bruni. Não sei se isso é bom sinal, mas...

Como diria meu amigo Luís Miscow no post de hoje: “Meus livros e meus discos, sempre me amparando e tornando as coisas mais fáceis, principalmente nesses dias intransponíveis”.

Assiste aê à mulé do Sarcozyi e veja o que você acha:

8 comentários:

trinity disse...

Carrie,

Certas propagandas me assustam, principalmente a da demarcyd, eu fiquei pensando se aquela senhora era ou não gineco.
***
Eu não vi o filme que você comentou, mas tentarei ver em breve.
***
Escreva uma coleção de livros que comprarei todos. E aí vc vem para SP para dar autógrafos.
***

Sabia que seu blog me ampara e
facilita um pouco minha vida?

Carrie, a Estranha disse...

Trinity,

Lindinha! Vcs tb...

Bjs

Ila Fox disse...

Eu só me finjo de cega, surda e muda quando o assunto é religião alheia, até porque, não tenho nenhuma.

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O povo não quer cultura na TV, quem quer cultura lê livro. É assim que o povo pensa. -_-'

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Ana Paula Arósio fazendo papel de mãe tbm me chocou. O_o

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Hahahaha também pensei a mesma coisa quando vi este comercial! eles devem pagar muito bem, pq dá uma vergonha alheia danada!

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Cara, Desperate Housewives tá quase pior que Lost. Também não to entendendo mais nada.

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Eu já conhecia esta música da Carla Bruni, um amigo tinha se apaixonado pela voz dela e me mandou para escutar. Curti, acho a voz dela doce.

Luís Miscow disse...

Sabia que seu blog me ampara e
facilita um pouco minha vida? [2]

Carrie, a Estranha disse...

Oi Ila!

Luís Miscow,

Lindinho [2].

Então façamos uma rede pra amparar a nós todos.

Cinthya Rachel disse...

só passei pra dizer que ODEIO performance ou qq coisa interativa, e atores vindo pegar gente na plateia, chega a me arrepiar os pelos da nuca, rs

Ila Fox disse...

Sinto que não curtir este lance de performance remete às mais tenras memórias da infância, do tempo em que eu ia para os parques e trenzinhos, e os bichos fantasiados vinham me azucrinar. ARGH!

Pior que este mal me persegue até hoje.

Dia desses, estava na praia, e uma pessoa vestida de coelho (que teoricamente estava lá por causa das crianças), resolveu me pentelhar. Aí das duas uma:

1) Ou estou fadada a ser perseguida pelas pessoas fantasiadas de bichos para sempre.
2) ou o coelho achou que eu fosse criança. -__-'

Carrie, a Estranha disse...

Ila e Cinthia,

Eu tb sou sempre a sorteada na platéia.