quinta-feira, janeiro 28, 2010

Previously in my life...


(Recapitulando os dois primeiros dias de viagem...)

Embarcamos no sábado, uma e meia da tarde. Não sabíamos se teríamos almoço, então comemos alguma coisa ali no porto (que eu nunca tinha ido, mas é tipo um aeroportozinho; tem lojas, cafés, restaurantes...).

Já no porto encontramos uns dois conhecidos, de Andrelândia e Gotham City respectivamente – vocês sabem, sempre que se reunirem três ou mais pessoas, as chances de que um deles seja de Gotham é grande, aquela história dos judeus do Vale do Paraíba...não vou repetir a piada.

O casal de amigos, Tia J e Tio I, atrasou horrores. Começamos a ficar preocupados, pensando se tinha acontecido alguma coisa no trajeto Gotham-Capitarrrr. Entraram 20 pras quarto.

Eles são dois pândegos. Eles não sabem disso. Ou se sabem, com certeza acham que o são por outros motivos. Eu em geral morro de rir das coisas e das pessoas por motivos diferentes aos que eles imaginam.

Passamos pelos controles, pegaram nosso passaporte (podia ser a identidade, também, mas o passaporte era melhor) e ele ficou retido. Não gostei. Detesto que peguem meu passaporte. No seminário de abertura na NYU eu tive que dar durante duas horas (o passaporte) e fiquei tensa. Mas aqui ele vai ficar retido até desembarcarmos no Rio. Tive que me conformar.

Aí soltaram a gente no navio e ficamos perdidões. Aliás, demorou uns três, quatro dias pra gente entender e se localizar no navio. É um tal “escada de proa”, “escada de popa” que você fica louco. Até ontem eu tava descobrindo bares que eu nunca tinha visto. Você entra em ambientes completamente desertos, onde só tem os garçons e o cara cantando.

Depois de raciocinarmos no demos conta de que deveria ter um almoço ou lanche rolando em alguma parte do navio. Não deu outra, no andar 9, o da piscina, estava rolando um lanche tipo hambúrguer, carne, cachorro quente, batata frita, e uma saladinha. Caímos de boca, com o perdão do trocadilho. Resultado: perdi o treinamento de emergência que seria às 17h, juntamente com a partida do Rio. Fiquei tensa, porque adoro me inteirar de procedimentos de emergência. Ainda mais depois que ouvi dois membros da tripulação, falando um pro outro: “puxa, não foi ninguém no treinamento”, no que o outro respondeu: “ah é, se acontecer alguma coisa, deixa morrer”. Bom, mas entre comer e treinamento de segurança e opto pelo primeiro – que, no caso, não deixa de ser um treinamento. Depois com a vista da saída do Rio, aí é que eu relaxei total. Muito legal ver o pão de açúcar de costas.

Aí começou a turbulência. O navio “joga” (joga aí entendido como verbo intransitivo). Joga legal. Dizem que pro sul ele joga mais do que para o nordeste e que esta viagem está tranquilíssima. A menina do free shop disse que teve uma viagem onde os vidros de perfume foram todos ao chão. A sorte era que é tudo acarpetado. Se você acha que pode enjoar em barcos, não faça um cruzeiro. Esse papo que é estabilidade total é relativo. É que nem avião: tem momentos que parece que ta parado de tão estável, em outros movimenta um pouco. Teve gente enjoando. Conversei com um moça que a amiga dela passou o primeiro dia no quarto, passando mal. Tia J. teve que tomar remédio. A mulher de um conhecido nosso que ta em outro navio também teve que tomar remédio. Mas, para mim, Mamã e Fu Sis, tudo tranquilo. É uma sensação como se você tivesse tomado umas três cervejas ou umas duas caipirinhas. É bom que eu economizo na bebida. E, como diria Formiga Irmã, “o mundo deveria ser assim meio tonto”.

Ah, antes de continuar preciso contar a reunião que teve antes, às 16h com a nossa Diretora de Cruzeiros, Sabrina. Nessa hora eu fui obrigada a falar como minha sobrinha Paulinha: “tenho medo”. É o momento em que você apresentado(a) às atividades do navio. Pela Sabrina. Sabrina é uma italiana de uns 30 a 40 anos suuuper em-gra-ça-di-nha. E é neste momento em que ela apresenta toda a equipe de animação (professores de dança, recreadores infantis, etc). Eles entram ao som de um “pancadão da jovem pan” e você pensa: fu-deu. Mas aí você percebe que não precisa participar disso tudo e o medo passa.

Nos primeiros dias nos alojaram no primeiro turno do jantar. São dois: um às 19:30, podendo chegar até às oito e outro às 22h. Quem for no primeiro turno, pode ir ao teatro depois, quem vai no segundo, vai ao teatro antes. Montanha mágica total. Não gostamos muito do horário porque além de ser muito cedo e “incavalar” com as outras refeições (como diria minha tia Desceles, notória obesa), estávamos em um restaurante diferente dos nossos amigos e queríamos sentar na mesma mesa. Isso teria que ser negociado com o maitre. Deixamos o pedido e ele disse que veria o que dava pra fazer.

O primeiro dia foi o jantar mais fraco. Acho que ainda estava tímida e pedi poucos pratos, o fato é que achamos a comida meio sem graça e padronizada demais. O meu ainda foi um pouco melhor (codornas), mas o da minha mãe estava péssimo (peixe).

(Continua...)

Um comentário:

trinity disse...

A parte do "deixa morrer" foi tragicômica!