sábado, outubro 17, 2009

Pedido de ajuda

A minha capacidade de me estressar com as coisas deveria ser estudada pela ciência. E o pior é que são todas situações que eu crio. Claro. Todo estresse é assim. É o peso que você dá as coisas da sua vida e não o que acontece à sua vida. A vida de todo mundo passa por momentos de estresse. Se você vai dar corda pra ele ou não é uma escolha sua. E eu estou sempre escolhendo dar corda. É quase um dom que eu tenho – que é apenas mais uma face do auto-boicote. Tudo se transforma em um enorme problema maior do que já é. Os problemas crescem na minha cabeça.

Até o meu aniversário está impregnado de uma série de problemáticas que simplesmente não me dizem respeito. Aliás, desde que sou pequena que minhas festas de aniversário me estressam. Eu sempre acho que ninguém vai, já que ninguém gosta de mim, já que todo mundo tem sempre algo melhor pra fazer, então pra que dar festas? Aí eu faço a festa e é tudo ótimo, na maior parte das vezes. Ou, se não faço me arrependo de não ter feito.

Eu estou completando mais de um ano de estresse contínuo e profundo. Primeiro foi a ida pra NY – que foi um estresse bom, mas um estresse. Não saber se ia dar tempo de arrumar todos os documentos pra ir, ter que lidar com prazos e burocracias de consulado e universidade, ver lugar pra morar, não saber se o dinheiro ia dar, pensar no que fazer...foi muuuuito, muuuuito estressante. As pessoas não imaginam. Pensam: “ah, indo pra NY e achando estressante!”. Não imaginam. Ir morar é bem diferente de ir passear. Depois, lá, foi tudo bom e valeu muito à pena. Mas aí passou muito rápido. Teve a volta. Aí teve a “novela defesa”. Muito, muito ruim, muito estresse. Consegui, defendi. Aí arrumar emprego. Consegui. Novo emprego. Estresse, estresse, estresse. Concursos, pau. Constatação de que não ia dar pra ficar fazendo concursos esse semestre: estresse. Ter que escolher entre as coisas: estresse.

Meus amigos me estressam. Eles brigam comigo por motivos que eu desconheço e eu preciso ficar correndo atrás e me explicando por algo que eu nem sei o que foi. Eu estou sempre em falta com todo mundo – e ai de mim se cobrar alguma coisa de alguém.

Eu passo todas as horas do meu dia, todos os dias da minha semana pensando no futuro.

Eu estou sempre em falta comigo mesma. Eu não tenho um minuto de paz na minha vida.

Todo mundo tem palpites sobre a minha vida. Menos eu.

As pessoas têm palpites até sobre o meu blog.

As pessoas que não respondem meus e-mails me estressam.

Eu tenho vontade de enfiar a porrada em todo mundo. Tenho vontade de botar uma placa do meu pescoço escrita “volto já” ou “não me olhe, se tem amor à vida”. Esses dias um carro – uma kombi, daquelas bem populares, de algum serviço - passou por mim na rua e o cara ficou com aquela cara de babaca me olhando e rindo e eu simplesmente fiz um gesto obsceno para ele, como quem diz “tá olhando o quê, palhaço?” – coisa, esta, que está completamente fora do meu cotidiano. Eu tenho reações despropositadas para as coisas, mas, quando vi já foi. Eu choro por tudo e nada. Eu choro lendo texto teórico. Eu vivo num constante e interminável estado de TPM. Eu entendo pessoas que dizem que de repente não se lembram de nada e só se deram conta quando já estavam sujas de sangue. Se eu cometer algum crime nos próximos dias esse post poderá ser usado como prova de premeditação pela promotoria.

Sinceramente eu não agüento mais. Mesmo. Sério.

14 comentários:

ballerina disse...

nossa! eu leio o seu blog pela seguinte razão: haja alguém que não sofre de stress, haja alguém que não sofra antecipadamente como euzinha!!!:p
beijos!!

Ila Fox disse...

E como já diria o Twitter quando as coisas não vão nada bem: "Carrie is over capacity".

Docinho de abacaxi disse...

Bem-vinda ao clube!

La Vita `e Troppo Strana disse...

Carrie querida do coracao:

vai passar! vc vai ver!
Estou lendo a Doutrina de Buda. Muito interessante. Tem me ajudado a nao ficar tao estressada como antes.

Beijos carinhosos.

Dolores disse...

Acho que não é consolo, mas vc não é a única. Juro. É difícil acreditar (acho sempre que só eu sou assim) mas é verdade.
Não posso dar respostas (estas eu também procuro), mas posso afirmar: entendo cada stress, cada choro com texto teórico...
Beijos

Mr. Big disse...

Como já diria o grande filósofo Odorico Paraguassu: "Tudo no final dá certo, se não deu, é pq não chegou o fim"! Qdo vc se sentir assim, vá ao barzinho mais próximo, mesmo q seja só, abra uma latinha de Skol e olhe gente... Relaxa q é uma beleza!

Ana Almgren disse...

Carrie,
Como eu entendo tudo isso.
Vc não tem ideia do quanto eu compreendo.
Bjs solidários,
Ana

Anônimo disse...

Te ,entendo Carrie, comigo tudo era pra ontem, até que comecei a sentir uma tal de extra-sistole, meu coração dava umas paradinhas tipo escola de samba, sabe? Pior, eu escutava pq veio acompanhada de uma coisa chamada tinitus. Então, meu cardio me disse que a maioria das pessoas sofre disso, mas só as com muita sensibilidade a sentem. Chama-se ansiedade. Como já sou uma velhinha caquética a solução foi usar o velho e inestimável lexotan, mas você, tão nova, pode partir para a ioga ou coisa semelhante antes que isso se torne uma doença.E olhe, se não terminou é porque não acabou. O Odorico, falando pelo Dias Gomes, era um sábio.
E eu sou uma chata que aprendeu com a vida a esperar sempre o melhor, jamais o pior. Custou lágrimas de sangue (drama mexicano) mas consegui.
Beijos

Ila Fox disse...

Carrie,

Odeio dar um peso maior às coisas do que elas realmente tem. Só faz a gente se desgastar e gastar energia a toa. Mas vai tentar fazer de outro jeito... a gente não consegue!
Me lembro de uma fase da vida que estava tudo ok, e eu lá chorando pelos cantos. A gente se auto sabota. :(

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Também tenho medo de dar festas de aniversário pelo mesmo motivo. :(

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Desde 2006 eu andei bastante estressada: fim de namoro turbulento, desempregada por vários meses quase tendo que voltar a a morar com minha mãe no interior, minha casa roubada, a viagem com os gatos, aquela correria atrás de atestado de saúde, medo deles terem um piripaque no vôo, mudança pra BH... agora posso dizer que entrei numa fase de não estresse. Porém, aquele primeiro item de "auto sabotagem" começa a pesar nestas horas. Parece que a gente não se contenta de estar em paz. :-/

*

Idem. Faço parte de uma lista de discussão que não sei oq acontece q as pessoas sempre ficam brava comigo. As vezes acho que pq sou meio café com leite da lista. ou por que sou bonita (modesta) e as mulheres ficam com ciumera e dão um jeito de me tirar do sério, ou pq.. ah sei lá, só sei que é sempre um climinha.

*

Eu também me preocupo demais com o futuro. Como se esta preocupação excessiva fosse me dar alguma solução. :-P

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Você não tem um minuto de paz por que quando tem vc se auto sabota. Igual eu. :(

*

Espero que passe logo esta fase. :(

Cinthya Rachel disse...

solidarizo e compactuo

Unknown disse...

Realmente o mundo é estressante, mas vc nao pode dar tanto valor assim às coisas q acontecem.
Relaxa!
Mta gente gosta de vc sim!!!!

VanOr disse...

Se você precisar de um bom advogado pra te tirar da cadeia, meu pai acaba de tirar sua carteirinha da OAB. E pode contar com o meu álibi, sempre. Eu vi quando te provocaram. Eu sei que ninguém te estressa impunemente.

Anônimo disse...

Olá,

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Sergio
blogs@difundir.com.br
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Nayara disse...

Fia, dá cá as mãozinhas...meu post de hoje foi sobre o direito de dar na cara dos abissais que poluem o mundo...rs