domingo, maio 24, 2009

Mais sobre laranjas...


Conversei com a minha amiga Giovana que está em NYC. Ela me diz: “agora eu te entendo quando você dizia que não sentia falta de nada do Brasil, a não ser dos amigos e da família”. Não tem como querer voltar pro Brasil morando em NY não, gente. Só se for por outros fatores, mas comparando cidades, países...dá não. Ta, talvez depois de muito tempo canse, neve todo ano...é uma cidade cara...difícil pra se criar filhos...E vocês podem pensar: “ok, Carrie, você é uma pessoa estranha, que gosta de frio, dark, sombria (eu nunca sonhei com você, nunca fui ao cinema, não gosto de samba, não vou à Ipanema...). Mas a Giovana é A solar. A cidadã mais carioca que eu conheço.

Não tem cidade mais incrível que NY. Não tem.

[Suspiro]

Bom, mas fico feliz porque Gigi passou por poucas e boas ano passado e merece. Aí fiquei pensando: será que tem que ser sempre assim? Temos que sofrer tanto, passar por tanta coisa difícil para sermos felizes? E, mesmo assim, saber que essa felicidade é temporária. Que ela logo será abalada por alguma coisa pelo simples fato de que nada – nem alegria, nem a dor – dura para sempre, como diria Sidney, o Sheldon.

Ou, como diria seu Arthur Capitão: temos que passar pelas laranjas azedas para encontrarmos as doces? Mas as doces também só duram uma temporada. E no meio disso tem as laranjas sem graça, sem gosto. Ressecadas. As que estão um pouco passadas. Logo as doces, as realmente boas, passam a ser apenas uma pequena parcela entre todas as outras.

Oquei, mas...cadê minhas laranjas doces? Por que elas duram sempre tão pouco? Por que nunca dá pra se ter tudo? Por quê, por quê - como diria João Fanquico? (quando perguntaram pra ele: “por que você pergunta tanto?” ele respondeu: “o que é tanto?”).

Talvez o problema seja esse: lidarmos com a dualidade do preto ou branco, bom ou ruim, felicidade ou infelicidade. A maior parte da nossa vida acontece entre. Nas zonas de interseção. Nos matizes.

Falar é fácil. Mas que é foda é. Queria ser que nem minha amiga Fló, pra quem tudo está bom, não importa o tamanho da merda em que a vida dela esteja.

2 comentários:

Stella disse...

A vida acontece nas entrelinhas, né? :) Acho que só achamos que a felicidade dura pouco porque faz bem. E tudo que faz bem faz a gente esquecer do tempo. Então passa rápido.

Na verdade, é tudo como a gente interpreta a vida.

Já assistiu Happy Go-Lucky? É um filme muito legal. Sobre isso. Em português acho que é "Simplesmente feliz". Tava no CineArte UFF, mas acho que já saiu de cartaz.

Beijo!

Carrie, a Estranha disse...

Oi Stella,

Exatamente isso!

Não, não ouvi falar sobre esse filme, não. Vou pesquisar. valeu pela dica.

Bjs