terça-feira, abril 21, 2009

Gigi in NYC


Enquanto eu não estou aqui, divirtam-se com a minha amiga Giovana e suas aventuras em New York. Giovana, como ela mesma diz, é “preta, pagodeira e criada no subúrbio do Rio com muito orgulho”. Faz doutorado na Unicamp em História. Nunca tinha saído do Brasil e saiu logo pra ir pra NY e ficar um ano – menina corajosa! Tá que nem pinto no lixo naqueles arquivos de negão do Harlem – bom, e pelo menos os negões de lá devem olhar pra ela, porque pra mim eles nem tchun, né? Branquela azeda com pinta de romena... Ganhou a mesma bolsa que eu ganhei, só que ela foi mais esperta e pediu pra um ano. Tá no mesmo departamento que eu fiquei, com a mesma orientadora que eu e herdou algumas amigas minhas de lá, dentre elas a Karen - e ficou amiga de Amana, minha amiga daqui.

O engraçado é que a gente nunca se viu ao vivo.

Lindos os posts sobre a escola de idiomas dela e sobre o exercício da sozinhude. Muito bacana ver pessoas passando pelas mesmas coisas que eu passei, com olhares parecidos em algumas coisas e tão diferentes em outras. Das inúmeras experiências pelas quais eu passei nos EUA, exercitar minha sozinhude foi das mais intensas. Eu sempre gostei imensamente de ficar sozinha, sair sozinha - ainda que goste das pessoas, também (das minhas pessoas, pelo menos). Ter a sensação de que você está completamente sozinho, com alguns poucos pontos de referências, é das experiências mais intensas. Dá tontura. Dá onda. Você entra em outro nível de percepção. E estar numa língua completamente diferente é acirrar ainda mais esse sentimento de isolamento. Mas é muito bom. É um tempo precioso para se passar com a pessoa mais importante do mundo: você mesmo. Você se sente, ao mesmo tempo, terrivelmente próxima das pessoas que ama. Eu estava com o meu pai lá o tempo todo. E também com vários amigos, parentes, queridos...E a miríade de sensações que você experimenta, de gratidão, de estranhamento, de puta-que-o-pariu-eu-to-em-new-york-caralho!, de se ver como protagonista da sua própria história, de ter que se beliscar pra saber se é verdade, de ter todos os sentidos alertas e inteiros o tempo todo e uma ida ao supermercado ser um programão é muito legal. O estranho que logo se torna familiar num mundo de coisas estranhas. Me pego tendo saudades dos coreanos da lojinha de café na Washington Square ou das ratazanas do metrô. Das muçulmanas por tudo quanto é lado. De uma sensação que acho que só eu tive que é a de me sentir numa cidade pequena, ao mesmo tempo em que eu estava na capital do mundo. E as amizades, os acasos, os encontros...às vezes eu acho que foi tudo um sonho pelo qual eu passei. Sem contar que é bom ver que o mundo pode ser completamente outro - e você pode ser completamente outro, novo, todo dia.


Bom, deixa eu ir se não isso vira um post e dos grandes!

Segue o endereço.

5 comentários:

Cáah disse...

achei teu blog por acaso, e adoreei,
posts divertidos e bem contados.

se quiser, dá uma passada la no meu, nao cobro nada.
mas um comentario seria bem legal.

http://caahentrenos.blogspot.com/

Joel disse...

Já que ela ficou com a mesma bolsa, os mesmos amigos, a mesma orientadora, a mesma NY.. podia também ter ficado na grega e ter umas histórias engraçadas. Isto é, se a grega não foi despejada por subletting ou interditada pela vigilância sanitária.

Stella disse...

Indo lá ver o blog dela. :)
Tenho tanta vontade de viajar assim... deve realmente ser uma das experiências mais intensas. É bom mudar de vez em quando, nem que seja pra descobrir que o antigo também era bom. Se não mudarmos, nunca vamos saber, né? ^^

Beijos

Anita disse...

So aos 27 anos fiz minha primeira viagem internacional, mochila nas costas, três países e completamente so'. Deu tudo tao certo que o aprendizado que ficou era de que eu deveria ter começado muito mais cedo.

Amana disse...

E quando acaba o jejum mesmo?
:)