segunda-feira, outubro 27, 2008

Finlândia é a meta.


Tá quente aqui. Acordo suando com o aquecedor barulhento. Hoje perdi a paciência e abri a janela. Todo dia me apronto suando. Ah não.

Formiga Irmã diz que está muito preocupada comigo. Disse que eu vou ter que passar uma temporada na África ou algum lugar bem quente antes de voltar ao Brasil. Ela teme pela minha integridade física e mental (principalmente mental) se eu desembarcar em terras tupiniquins perto dos 40 graus – Celsius, não Fahrenheit.


A Islândia é a minha mais nova meta de vida.

* * *



Um advogado incomoda muita genteeee. Um advogado paulista incomoda muito maaaaais. Dois advogados paulistas conversando incomodam muita gente. Dois advogados paulistas de grandes escritórios trabalhando em Manhattam incomodam, incomodam, incomodaaaaam muito maaaaais.

E é por isso que cada vez mais eu gosto da Raquel. Ela é a prova daquela piadinha da semelhança entre advogados e espermatozóides – um em cada um milhão viram gente. Ela, o Álvaro e a Tati Tatuada (quem também é advogada e paulista) e quaisquer outros leitores advogados que eu tenha – porque você sabe: se você lê o meu blog, você não pode ser de todo mau.


Eu não posso conversar com alguém que fala da Daslu como se fosse algo sério. Eu – crente que sou - acho que a pessoa disse Daspu. Não é possível que alguém ainda vá nessa loja cafona que é a Daslu. Mas não. O ser humano sempre pode ser mais podre do que você imagina. Ainda tem gente que vai na Daslu – e acha isso bonito. E pior: se te ouvem falar mal vão dizer que é porque você é despeitada porque não tem dinheiro.

Tá certo.


Aí eu tenho que lançar meus comentários bombásticos e irônicos do tipo eu quero que essa crise quebre tudo, afinal, se o sistema inteiro não for a falência é impossível mudar alguma coisa – e consigo ouvir o risinho nervoso das pessoas pensando “será que é sério ou é só uma piada?”. Ah é. Porque a pessoa ainda é do tempo que tinha medo do Lula. De que se ele fosse eleito ia socializar tudo. “Nãããão, meu! Eu moro numa casa de 8.000 metros quadraaados!”.

Não, meu, digo eu. O seu cérebro deve ter 8.000 mil metros quadrados. Chapados. Vazios. Que dão até eco.

E quando eu digo que eu levo minha marmita pra faculdade a pessoa, que vai na Daslu, também me olha e diz “é, é?!!”, como se eu dissesse que eu caço javalis na África Setentrional. No caso, acho que o javali sou eu.

Se fosse só isso – Daslu e paulistês e “meus”, tuuuudo bem. Não tenho nada contra ricos – muito pelo contrário, se eles quiserem me pagar algumas coisas, fiquem a vontade. O problema é isso + racismo + burrice + se achar melhor que o resto do mundo. Aí só dando paulada na cabeça até desacordar.

Lembrando que se eu falar mal de algum grupo de pessoas e você está nele você é exceção – pelo simples fato de você ler o meu blog você é um ser humano melhor. Se eu falar mal de carioca e você for carioca, pense “ah, mas eu sou uma exceção”. Se eu falar mal de baiano e você for baiano, pense “ah, mas eu sou uma exceção”. Se eu falar mal de mineiro...não, eu nunca falaria mal de mineiro.

* * *


Um garoto soltou um pum. Na minha frente, na mesa em que eu tô sentada na biblioteca – por isso que eu tenho medo dessas posições ousadas na cadeira, com pé pra cima. Digo isso pro Meu Amigo Brasileiro (que daqui pra frente chamarei de MAB) que tá do meu lado e ele diz que também ouviu, mas achou que fosse alguma coisa na cadeira. Como pode ter sido barulho da cadeira, se o chão é acarpetado? Passamos uns 5 minutos elaborando se é possível fazer produzir algum som semelhante ao pum simplesmente pelo atrito do tecido da calça jeans na cadeira.

O ato de emitir gases – no caso, peidar (palavra que eu detesto) - em inglês é “fart”. “Do you fart, my boy?”.

A pessoa tá no doutorado, em Nova Iorque, mas continua com o senso de humor da sétima série.

5 comentários:

Raquel (NY) disse...

Ops, desculpae, a intencao nao foi te torturar... :o)
Pode ficar tranquila que para o Halloween voce e convidada exclusiva (caso ainda se anime a vir)!

VanOr disse...

Finlândia ou Islândia? E quanto à diferenciação de ruído de peido e barulho de jeans na cadeira, é só inspirar profundamente no local do crime. Se feder, definitivamente é pum; se não feder, pode ser simplesmente que o peidão esteja fazendo uma dieta de rosas. Você saber que os vegetarianos são todos uns loucos, né?

Hetie & Claudio disse...

Carrie querida do coracao: desde agosto eu so como e durmo... desde seu post sobre o Fantasma da Opera que eu nao aparecia...estava comendo e dormindo mais...
Adorei,como sempre, tudo q vc escreveu... vou dar um pulo la na comunidade do orkut... me aguarde e beijos...

Anônimo disse...

Carrie. Esses dias, num restaurante, um casal contava para o outro suas aventuras nos Isteites. Sabe o que eles falavam? Das montanhas russas da Disney. Juuuuro. Museus em NY? Nãããããão. Teatro, cinema, qualquer resquício de cultura passou looonge dos dois. Urgh, me deu um revertério cerebral de pensar como as pessoas são pequenas: gastam mó grana pra ir longe e só querem saber de vomitar em parque de diversão. Pode?
Beijos pra ti, tá linda nas fotos!!
Pati Linden

Carrie, a Estranha disse...

Oi, Pati! Bigada!

mas eu queria ir a Disney! Rsrsrs

Hetie...

Puxa...precisamos conversar.

Vanor,

É Islândia. Mas a Finlândia tb vale.

Raquel já escrevi mail.

Bjs