Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
(Drummond - Confidência do Itabirano)
5 comentários:
"A vontade de amar, que me paralisa o trabalho" , ah Carrie, essa é minha frase, a vontade de amar e a imaginação de ser correspondida realmente me paralisa no meu trabalho, no meu estudo, na minha vida! Quero crer que o que desejo n é tão impossível de acontecer. Tenha uma boa semana.
Olá,
desde que assisti ao programa Happy Hour sobre geração blog, tenho visitado seu blog. Parabêns, ele é bem interessante mesmo
até mais
Adoro Drummond!
Natucha,
Ahhhh, e quem de nós não é?
Mundinhobonitinho,
Bigada!
Nóis,
Eu tb!
bjs
Drummond sabia desconstruir como ninguém! Criava seus poemas nos meandros deste certo sempre incerto do modernismo.
Postar um comentário