sexta-feira, março 07, 2008

Ainda sem internet

Foda essa vida de lan house e cibers café...

Muito bom! Cláudia, você leu o livro! E gostou! Somos três, então! Formiga Irmã também leu - mas disse que se eu falasse ela falava que era mentira. Vocês podem escrever suas impressões gerais pro meu e-mail e eu publico - com os devidos créditos, claro: carriewhiteaestranha@yahoo.com.br. Também estou preparando as minhas.

Enquanto não resolver minha vida internética tá difícil de começar nossas reuniões virtuais. Mas vou tentar escrever em casa e trazer o texto no pen drive. Acho que vou me render a TIM web. Alguém tem alguma outra sugestão ou contra-indicação sobre o Tim web?

Quem mais leu o livro? Favor se pronunciar aqui ou .

4 comentários:

bel seslaf disse...

Carrie, não entrei no clube, mas me deu vontade de pitacar. Ana Karenina foi uma decepção pra mim. Nem devia ter sido, na verdade, porque eu já tinha lido Guerra e Paz (com muuuuito esforço) e saído com a mesmíssima impressão com que saí do Ana: Tolstoi desprezava as mulheres. Nos dois livros, ele abre com personagens femininas interessantíssimas, de mil promessas (a Natasha, do Guerra, ainda mais que a Ana), mas dedica o resto do livro a destruir qualquer traço interessante dessas personagems até reduzi-las, no fim, a um trapo chocho e sem sal. As duas começam fortes e cheias de vida e terminam mingau morno de aveia. Faz muito tempo que eu li os dois, não lembro de trechos e exemplos pra dar, mas minha impressão foi exatamente essa: Tolstoi desprezava as mulheres; no caso, desprezava a Ana. Será que mais alguém sentiu o mesmo que eu?

Carrie, a Estranha disse...

Bel,

Sim, pitaque à vontade! Ora, vc leu, então já está no Clube! ;)

A minha sensação ao chegar ao final do livro foi: a Ana é louca. ela foi uma pessoa que seguiu sua busca pessoal tão intensamente que enlouqueceu qdo conseguiu realizar. Ela me lembrou muito a Madame Bovary, mas esta tinha "motivos" para se matar ou para achar sua vida um tédio. Já a Ana...tipo, o q mais ela queira da vida, meu Deus? O cara já tava com ela...cacete! Que mala! Mas, realmente, é o Tolstói q a constrói dessa forma.

Qto ao sentimento machista, bom, é século XIX, né? As conquistas femininas ainda não foram efetivadas e, logicamente, esse pensamento transparece nos livros -e é por isso que eu não acredito em escritores universais e atemporais...por isso eu estudo Literatura e História e não apenas literatura, enfim...

A personagem adúltera tem q ser castigada - ainda mais se pensarmos q Tolstói era um aristocrata, religioso...sem querer explicar a obra pela vida do escritor, em alguns casos a obra é explicada exatamente pela vida e formação deste - e aí eu tomo mais porradinhas do pessoal da área de letras q acha que vida é uma coisa e obra outra...

Estou pensando aqui...será que temos personagens interessantes na literatura do Século XIX? Capitu, talvez? A Aurélia do "Senhora", de José de Alencar, q compra o marido? Crime e Castigo tem a Sônia, personagem q é meio puta (isto é, se perdeu na vida) e que, paradoxalmente, é a grande redenção de Raskholnikóv. Mas ainda assim é a idéia da Maria Madalena arrependida. A puta que tem o seu valor porque se arrependeu - e se prostituiu por uma causa nobre...(se bem q, bem antes do sécu XIX há personagens muito interessantes...e eu estou me contradizendo!).

Acho extremamente difícil q um escritor, homem, do século XIX, consiga fazer uma personagem feminina complexa, rica e verdadeira. Mesmo porque não era assim que a sociedade via a mulher. Jane Austen, talvez seja uma das poucas. Bom, tb minha cultura literária não vai tão longe assim para afirmar peremptoriamente.
Não li Guerra e Paz. Aliás, era uma idéia pro ao Clubiho.

O par mais interessante, na minha opinião, é Liêvin e Kitty - mas, ainda assim, Kitty é quase uma criança, tolinha, q só encontra norte nos braços de Liêvin.

Bom, continuarei esse pensamento no texto q estou escrevendo para o clubinho (adoro falar "clubinho". Penso logo no Clube do Mickey, com chapeuzinhos e tudo. Isígnias e apertos de mão próprios. Sociedade dos Poetas Mortos. Aliás, queria ter reuniões com fantasias e leituras dramatizadas, ao redor de grandes mesas com quitutes da época. Talvez deva me juntar a um clubinho do Harry Potter...ou quem sabe à maçonaria).

bel seslaf disse...

Acho extremamente difícil q um escritor, homem, do século XIX, consiga fazer uma personagem feminina complexa, rica e verdadeira.

Eu também acho. É por isso que prefiro aqueles que nem tentaram, que escreveram sobre aquilo que conheciam melhor.

Por outro lado... Você já leu Middlemarch, da George Eliot? É um livro que até tem seus paralelos com esses russos, em quantidade, tipos e interações de personagens, só que é bem melhor (pelo menos pra mim). A George Eliot, mulher, criou a Dorothea, que também prometia muito, mas também se revelou um tanto mingau, e criou o doutor Lydgate, o personagem mais complexo e interessante do livro, e homem.

Gostei de ler sua resposta. Acho que eu não conseguiria levar uma discussão literária dessas porque sou muito indisciplinada, dispersiva e entendo tudo torto. Mas esse gostinho foi bom. :)

Não proponha Guerra e Paz pro clube. É um saco, sério, ninguém vai agüentar. Eu só li pra agradar minha mãe (era o livro da vida dela) mas demorei um ano inteiro. Foi duro.

Carrie, a Estranha disse...

Bel,

Não, nunca li nada dela. Na verdade ouvi falar há muito pouco tempo dela. Acabei de achar no Project Guttemberg e vou dar uma olhada. É um pseudônimo, né? Entre parênteses vem Mary Anne Evans.

Eu não sou disciplinada. Sou obssessiva, o q é diferente! Rsrsrs...e não há entendimentos tortos. Há entendimentos e entendimentos. A idéia do clubinho era justamente cada um falar da sua maneira, o q lhe chamou a atenção, uma "crítica" bastante impressionista. Se não vira trabalho acadêmico. Já chega a gente ter q achar o q o outro acha ou procurar os sentidos certos das coisas. A idéia é resgatar o prazer da leitura para as "pessoas comuns", não iniciados.

Bom, fico por aqui se não não vai sobrar nada pra eu escrever no meu testículo!

Eu vou deixar em aberto pras pessoas sugerirem livros. Talvez algo mais leve dessa vez - literalmente leve, no sentido de menos páginas.

Por enquanto estou no meio da leitura de A montanha Mágica e estou amando! Estou na página 200, mas acho q termino rápido, nessas minhas mini-férias. Mas, sei lá...acho q talvez seja muito pesado propor outro livro de quase 1.000 pp, denso pra caralho. Ao mesmo tempo acho q devamos encarar desafios q sejam realmente desafios - pois o q é fácil dá pra ler sozinho.

Enfim, Bial.

Bjs