Inaugurando fases temáticas do blog, o primeiro contemplado é o meu amigo Nietzche. Famoso Bigode. Nini da Saxônia.
Cara…tipo assim…tuuuudo a ver eu e Nietzsche! Suuuuuuper me identifiquei, a nível de selumano enquanto pessoa-gente!! Bobagem que ele morreu louco, desequilibrado, doido e lelé da cuca, né?! Quem liga pra isso? Assim como ele eu também, desde a mais tenra infância, acho que a humanidade não está preparada pra mim e o meu pensamento. Liga não, bobo! Esses humanos são assim, messs.
Estou aprofundando ainda mais meus já intensos, densos e subterrâneos estudos sobre o maluco.
Hoje eu comprei seis livros, dentre os quais “Humano, demasiado humano – Um livro para espíritos livres” (sim! Eu sou um espírito livre!) e “Além do bem e do mal”. Tudo do bigode.
Quer dizer. Eu não sou um espírito livre. Ainda. Mas é minha meta pra 2008. Ser livre nem que seja a força.
Também comprei “As ilusões perdidas”, do Balzac – porque o Bourdieu, n’As Regras da Arte, cerne teórico-metodológico do meu capítulo 2, analisa este romance. E também dois do Dalton Trevisan – sempre comparado ao Rubem Fonseca. E “Boca do Inferno” da Ana Miranda porque...por que mesmo? Ah é! Porque é uma importante obra pra se pensar a relação história/literatura.
(Sim, eu consegui acabar o capítulo 1 e mandar para o orientador. Agora é só aguardar a catracada. E reescrevê-lo. Rumo ao capítulo 2!).
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Na minha frente um casal conversava. Lá pelas tantas o sujeito manda: “porque você é extremamente inteligente, Fulana”. A Fulana faz um suposto ar de modéstia (Bem dizia Nini que “a humildade é o postulado dos vagabundos” – quer dizer, Goethe dizia isso e ele assinava embaixo - e também parafraseava Lucas, Cap. 18, versículo 14: “Quem rebaixa a si mesmo quer ser elevado”) ao que ele retruca: “não, porque de mulher bonita o mundo tá cheio, mas o que adianta? Eu gosto de mulher de conteúdo! Por isso eu gosto de você”. Olhei pro “conteúdo” da mulher: peitão, bundão, magra, olho verde...aí fica fácil, né amigo? E o amigo: careca, magrelo, baixinho, velho e esquisito. (Ai, vou ali bater a cabeça no primeiro volume do Capital e já volto).
E eu, com meus seis livrinhos na mão, pensava: pra que Carrie? Por que você se esforça tanto? Por que estuda tanto? Por que não investe esses cem reais em sessões de drenagem linfática? Por que não compra um vestido, uma saia? É sério. Afinal, só homem muito canalha manda essa de “conteúdo”. Conteúdo de cu é rola. Mesmo porque o tal conteúdo que eles falam consiste em não babar, não comer com as mãos e não fazer perguntas cretinas demais em público. Pronto. Eles já ficam satisfeitos. Duvide-o-dó que se a tal mulher de “conteúdo” pesasse 120 quilos ela continuaria sendo de “conteúdo”. Não, nem isso. Se pesasse 90 quilos. Oitenta. Eu queria ver pra onde ia o tal “conteúdo” dela.
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Na boa – e eu não estou sendo irônica – eu acho que a verdadeira futilidade é uma coisa muito profunda. Exercer a arte da superficialidade com maestria é para poucos. Eu, infelizmente, sofro do preconceito de achar que pessoas bonitas não podem ser inteligentes. Ou que, pra ser levado a sério a pessoa tem que ser feia. Ou uma coisa ou outra. O que é uma bobagem. O mundo está cheio de exemplos contrários. E eu estouro o cartão na livraria, mas sou incapaz de estourar em uma loja. Bobagem imensa. Um dia eu chego lá. No reino das Adrianes Galisteus – eu adoro a Galisteu; de novo: isso não é uma ironia.
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Tive uma péssima noite de sono. Fui ao banheiro e dei de cara com uma barata viva que, ao tentar matá-la, entrou na minha gaveta de escovas de cabelo. Fechei a gaveta e voltei pra cama. Não conseguia dormir pensando na barata esmagada, na barata penteando seus cabelos com as minhas escovas, em se havia uma passagem da gaveta para outros compartimentos do armário...daqui a pouco, outro xixi (sim eu faço muito xixi de madrugada). A barata de novo! Cacetilda! De novo tentei matá-la, de novo ela fugiu (reflexos lentos devido ao sono) e entrou, dessa vez no armário. Voltei pra cama. Mais pensamentos sobre baratas, será que ela passa debaixo da minha porta?, e se ela entrar e vir dormir comigo na minha cama, puxando a coberta e dizendo Caaaaariiiiie no meu ouvidinho?, Kafka, Inimigos do Rei...pronto! Pesadelos com a barata e com meu ex-namorado – nessa ordem. Acordei suando. Bombardeei o banheiro com Baygon. Acabei com o vidrinho. Tive uma dor de cabeça filha da puta e tive que tomar duas aspirinas. Merda.
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Quase bati numa velhinha de bengala na fila do Banco do Brasil. Longa história, mas eu juro que eu estava com a razão. A mulher praticamente me acusou de pegar o dinheiro dela – isso porque ela ficou vinte e cinco minutos – vinte e cinco - no mesmo caixa, atendendo ao celular, completamente dispersa (Até a mocinha “Posso ajudar?” veio falar pra ela sair da fila) e depois vem falar que “alguém pegou o dinheiro dela”, sendo que o alguém era eu? Ah, maluco...mandei logo: “se a senhora prestasse atenção e não ficasse falando no celular ia saber onde está o seu dinheiro!”. Fala sério. Aí ela puxou essas histórias de filho doente...ai, meu saco...sempre tem um filho doente pra deixar a gente culpada. Mas todo mundo da fila concordou comigo.
Será que eu vou pro céu?
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E aí gostaram do novo layout? Não, não responda agora! Vá ali do lado e responda a nossa enquete.
6 comentários:
Tá impossível, heim Formiga? rsrs
Tô morrendo de rir de vc!!!!
Pra que estudar? Pra me matar de rir...
E, além do mais: vc é linda e inteligente.
Te amo, minha linda!!!!
Bjs, Formiga Sister
Hahahahaha...meu Balu...pândega!
Donzela Carrie, seu layout ficou bom, mas não achei essa opção na enquete ao lado... "Amei!" é meio... suspeito, né não?! Gostei especialmente pela inspiração divina (sim, isso foi uma ironia).
Beijo,
Ih, coincidência. O livro que eu estou traduzindo está justamente no capítulo sobre a Lou Andreas-Salomé, e na parte em que ela conhece e se relaciona com o Bigode. Relacionamento espiritual, sacumé.
André,
Uai, é o "amei"! Vc achou ele meio viado?
Anna,
Uia, q coisa chique!
Bjs
Peso oitenta quilos. Tenho conteúdo. E namorado.
Não é impossível não.
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