terça-feira, março 27, 2007

Vida doméstica II

Ontem adentrava eu a cozinha da mansão White já em altas horas quando sou surpreendida por uma barata enorme andando calma e placidamente pela minha cozinha. Enorme. Gorda. Cascuda e marrom. Isso não é uma barata, pensei comigo. É o próprio Gregor Samsa em asas, patas e fluidos gosmentos. Ela olhou pra mim como se pensasse “nossa, tem uma humana enorme, gorda e branca na minha cozinha!” e continuou seu animado footing, nem dando bola pra minha presença. Baratas têm essa habilidade, né? São tremendamente caras de pau.

James já havia se recolhido a seus aposentos e Frau Bertha enxaguava a porcelana inglesa em outra ala da mansão, portanto achei melhor não importuná-la. Como não sou mulherezinha que tem medo de barata fui com toda a força em cima de nossa amiga. Aqui eu preciso fazer uma pequena digressão, caro leitor. Não tenho medo de baratas. O mesmo não posso dizer a respeito de lagartixas. É só ver uma e eu quebro qualquer recorde de corrida a distância. Não sei se baixa em mim algum resquício ancestral de medo de dinossauros...não sei. E as pessoas ainda dizem ah, mas lagartixas são boazinhas, elas comem os insetos! Reloooou! Eu convivo muito bem com insetos. Insetos eu jogo um inseticida e pronto. Insetos eu mato e acabou. Lagartixas não morrem nunca! Você mata e sempre sobra um rabinho balançante. Mil vezes eca.

E por falar em não morrer voltemos a nossa amiga kafkiana. Pois bem. Fui com tudo em cima da bicha. Quando levantei o pé ela ainda estrebuchava. Dei outra pisada. Outra estrebuchada. Outra pisada. Céus! Estou diante do Jason das baratas! Que inferno! Dei mais umas três pisadas com toda a força e resolvi jogá-la na lixeira. Peguei a pazinha de lixo e fiquei pensando: mas se ela é o Jason, é bem capaz dela acordar no meio do lixo e sair andando, levantando as patinhas meio trôpegas, que nem o final de Sexta feira 13 – XIII, dizendo Caaaaarrie, cadê você!!

Por via das dúvidas achei melhor enrolar a bicha num pedaço de papel higiênico, tirar o lixo e jogar na lixeira do prédio. E fechar a porta da cozinha.

6 comentários:

anouska disse...

eu tenho pavor de baratas. não piso mesmo; grito, berro, subo na mesa, até aparecer um macho pra me defender. uma vez eu tava sozinha e uma cascuda me encurralou. fiquei meia hora esperando ela ir embora, sem me mexer. eu sei. o meu caso é gravíssimo!!!!!

Canimo disse...

Oiee..que honra você por lá nas minhas tão tímidas (???) linhas! Keep in touch...eu vou postar mais coisas quando resolver perder peso, malhar e acreditar no amor de novo..risos...sentiu que vai demorar!
Beijos e saudades!

Carrie, a Estranha disse...

Mônica,

Pois é, não sei qual dessas tarefas tá mais difícil!

Bjs

Lilica disse...

Amei a história da barata Jason. Eu tb tenho um certo nojo mas não tenho medo não. Mas a Jane- a rainha da selva aqui MORRE, mas MORRE de medo de formiga. Todas elas, desde aquelas miudinhas de açúcar até essas gigantes aqui da Amazônia.
UI, que meda.
Sou alérgica a picada de formigas, talvez por isso tb eu tenha tanto medo delas.
Beijocas

PS: Eu ia comentar ali sobre o curso de gestão do surf, mas assim como vc, desisti!

Anônimo disse...

mmm... voce tb é estranha, muito estranha.

e. disse...

Eu tenho horror!
Sabia que ter medo de barata está entre os 5 medos mais comuns?