sábado, novembro 04, 2006


Tô doente e de mau humor por estar doente. Passei o dia no cream cracker e no arroz com batata – e isso aumentou meus pontos flex. Ainda por cima não consegui caminhar/correr. Saco.

*

Assisti Táxi Driver em dvd. Nunca tinha visto. No máximo alguns pedaços. De Niro é meu Pastor e nada, nada, nada me faltará.

Um dos diálogos mais maneiros no filme é um em que o personagem de De Niro, Travis, vai conversar com seu colega de profissão, apelidado de Mágico. Travis fica tentando explicar o que tá sentindo, algo que nem ele mesmo consegue definir. Mágico diz: “é depressão? Ah, todos nós temos isso”. Travis solta a pérola: “nós estamos todos fudidos”.

Travis fala sempre sobre o fato de querer fazer algo na sua vida. Algo...realmente...

Sim, De Niro. Estamos todos tentando fazer algo...realmente...em nossas vidas. Mas estamos todos irremediavelmente fodidos. E nem temos o seu salário.

*

Também vi A bruxa de Blair, ontem. Convenhamos, a idéia do diretor foi genial. E o mais legal foi ver os extras no dvd. Aparece a suposta cobertura jornalística do desaparecimento dos garotos, depoimentos de familiares...e nos comentários dos diretores eu fiquei sabendo que a equipe realmente deixou os garotos na floresta, com câmeras, pra fazer o filme. Claro que com uma infra-estrutura mínima. Tudo bem, de repente não tão mínima assim, pois faz parte da estratégia de marketing da parada dizer tá-eles-não-morreram-mas-foi-bem perto. Mas mesmo assim, é um marco do cinema. Já é um clássico.

Fiquei pensando nesse já tão batido papo sobre as fronteiras entre realidade e ficção...muito se tem dito, mas ainda há muito que se explorar (nossa, tô igual aluno de comunicação: “eu me amarro nessa coisa, fessora..tipo assim...sei lá”).

*

Outro filme que eu vi hoje – esse na FOX – foi “Caçada ao unicórnio”. Trata-se de um desse filmes feitos pra televisão, bastante comuns nos EUA. O filme conta a história verídica de um ativista político, pacifista e um dos grandes líderes da contra cultura norte-americana do final dos anos 60, chamado Ira Einhorn. O cidadão matou a namorada (feita pela linda Naomi Wattis) de porrada, em 1977, escondeu o corpo dentro de casa, num baú e quando foi descoberto, um ano mais tarde, disse que era uma conspiração da CIA porque ele era um elemento contrário ao sistema. Nessas idas e vindas da justiça e inúmeras fugas pra Europa ele só foi preso agora, em 2002. Antes disso, o pai da garota, completamente desiludido com a absolvição do assassino da filha, se mata (depois de ter tido uma perna amputada em decorrência do agravamento da diabete), a mãe morre um ano depois e quem leva a briga adiante são as irmãs.

Claro que eu tive que jogar no google e tentar saber tudo sobre o caso. Foi aí que eu fiquei sabendo que ele finalmente foi preso em 2002, pois o filme é de 1999, acho.

Durante muito tempo ninguém acreditava que o cara seria culpado. Como acreditar que um sujeito brilhante, sedutor, pacifista, hippie, engajado em movimentos ecológicos, que ganhou bolsa pra estudar em Harvard, que era uma figura proeminente no meio acadêmico poderia agredir a namorada fisicamente a ponto de matá-la?

Fiquei pensando no e-mail que eu recebi – e reproduzi aqui - dizendo que um golpe foi dado no primeiro turno das nossas eleições para que o Lula não fosse eleito e outro golpe estava em curso para o segundo turno, que as urnas estavam fraudadas e que a verdade estava lá fora. Com a vitória do Lula eu tive vontade de mandar um e-mail pra lista só perguntando: “e o golpe?”.

É difícil acreditar que as pessoas que a gente menos imaginava podem nos trair.

E que o sonho acabou. Definitivamente.

*

Se lembram das tatalugas que taaaansam? Pois é. As vi, quinta feira. Transando, claro. Ninfomaníacas. Nunca pensei que tartarugas tivessem a vida sexual tão animada.

*

Deu pra notar que eu tô meio sem assunto, né? Pois é. Tô. E o pouco de assunto que eu tenho não tô com saco pra desenvolver a fundo. Na verdade todos eles estão interligados. Sei lá. Tipo assim. É que eu tô num momento meio Travis. Queria fazer algo. Realmente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ô, melhoras.

Carrie, a Estranha disse...

Pierre,

Obrigada! ;)

Já estou bem!

Bjs

Anônimo disse...

Eu vi o filme. Muito bom. Gostaria de comprá-lo mas não acho nem a pau.ç Beijo. Parabéns pela sinopse.