quarta-feira, novembro 22, 2006


Sabem aquele meu amigo “colorido”? Pois é. Ele esteve aqui hoje. Bom, na verdade a gente – quer dizer, eu – resolveu que seremos apenas amigos de agora em diante. O mongo passou aqui pra dar um abraço de niver, já que não conseguiu ir a minha festa, no sábado, pois fez o favor de anotar o endereço errado. E não foi um errinho básico, do tipo número ou rua diferentes. O cara conseguiu errar o bairro, a direção, tudo. Mesmo eu tendo dado milhares de referências. Falei que a festa seria perto de um ponto turístico X e ele foi parar em Y. Mais ou menos, caro leitor, como se, morando em Paris, eu dissesse: fica no Quartier Latin e ele fosse parar...em Versailhes! Ou, em termos cariocas, como se eu dissesse: fica ao lado do Maracanã e ele fosse parar...no Caio Martins! Simplesmente ele pensou num ponto turístico tão famoso quanto o que eu havia falado, mas que ficava do outro lado da cidade, fez meia dúzia de associações estranhas e foi parar, às duas da manhã, no lado oposto! E claro não achou a rua. Que aliás, ele também anotou errado. A rua era, por exemplo (não é este o nome) Rodrigo alguma coisa e ele achou que fosse Rodolfo alguma coisa. E não é desculpa, pois conhecendo-o eu sei que isso seria capaz de acontecer. Ele ainda deixou um recado às duas e pouca na minha secretária explicando o ocorrido - porque, claro, ele não tinha meu celular anotado. Enfim... Valeu, hein, Toninho? A gente vai até Pádua, conversa ao pé do túmulo, e as coisas vão continuar assim, né? É você quem sabe. A escolha é sua.


Aí a criança chega aqui dizendo que estava mal – novidade – porque teve uma experiência, a nível de ser humano, traumática. Estava voando de parapente e o troço não abriu dia desses. Ele quase morreu. Aí veio com aquele papo brabo de a-vida-passou-diante-dos-meus-olhos-que-nem-filme e algumas imagens surgiram. Ô-ou. Houston, we have a problem. Temi que ele fosse dizer que me viu e que me amava. Mas a vítima dessa vez foi a ex-namorada dele (pobre da atual, que tá sempre em último lugar nas preferências do moço). Daí o maluco liga pra ela que, com toda razão, soltou os cachorros em cima dele.


Toda razão pelo seguinte: pense bem, amiga leitora, você termina com o sujeito de forma super hiper traumática, com direito a garrafas de vinho quebradas na parede, sangue e quase polícia no recinto. Você era apaixonada pelo cara, mas tem milhares de desentendimentos do mesmo naipe deste. Aí o puto te liga dizendo “quase morri e me lembrei de você”? Alou?! Se ainda fosse pra dizer “olha, eu percebi que é com você que eu quero ficar”, mas nããão...Tipo, só tô te avisando, tá meu bem? Pensei em você. Hã-han.

Aí ele veio com uns papos de que ela não gosta mais dele só porque está namorando outro e que poderia ter sido mais gentil ao telefone, já que não tem mais nada a ver. Do tipo "poderíamos ser amigos agora que tudo passou". O que me levou a pensar em algumas coisas: A) Quem disse que o fato dela estar namorando outro significa que ela o esqueceu e pode conversar com ele tranquilamente?; B) Ainda que ele o tenha esquecido, certas pessoas devem ser evitadas pro resto da vida, C) Ela pode ter ódio dele e D) As coisas não são simples. E quando fui dizer que ódio e amor são sentimentos análogos no inconsciente, ele disse que isso era clichê de música brega.



Ontem fui jantar num japonês com uma outra amiga minha. Apesar dela ter me autorizado usar a história dela futuramente num conto – desde que com os nomes trocados, claro – não vou fazer isso pelo menos por enquanto. É uma história muito, muito bizarra. Sei que é escroto deixar vocês assim curiosos, mas não dá pra contar. Mas eu tinha que deixar registrado meu espanto.

O mundo não só é muito, muito, muito, muito, mas MUUUUITO estranho como as pessoas são todas malucas. Só eu sou normal. E na Record o mundo é mais estranho ainda.

4 comentários:

Anônimo disse...

Acho que é por estas e outras que eu nunca serei amiguinha de ex.

Eles fazem isso para nos manter ligada a eles, do tipo que se as coisas na vida deles começarem a empacar, nada como um momento "remember" para dar uma aliviada e uma levantada no ego do Rapaz.

Meu ex veio com estes papinhos de ser amiguinho, eu até tentei, mas foi eu começar a falar de um paquera meu que ele virou o bicho! começou a falar mal do cara, dizer que meu padrão estava caindo e tudo.

Me lembro de um revéillon que ele me ligou dizendo que estava com saudades de mim, da nossa época, da minha família, dos meus gatos, da turma... coitado, eu só me limitei a dizer "ó fulano, não quero que você ligue mais, nós não temos razão para manter contato, e principalmente por que respeito meu namorado, ele não iria gostar de saber que você ainda me liga, tchal".

(detalhe que quando ele me ligou ele já estava namorando sério, coitada da namorada dele...)

Argh! odeio ex!

Anônimo disse...

Tô com você, Ila, e como um bom radical, eu me recuso a ser amigo de qualquer ex. Não procuro, não mantenho contato. O máximo que eu faço, se esbarrar comigo na rua, é cumprimentar e desde que me cumprimente também, e só paro para conversar se for necessário.
Não existe amizade possível com ex, não na minha opinião.

roberta carvalho disse...

Gentem, eu já li toda história de homem maluco, palhaço, sem noção, mas esse aí é um artista circense dos bons, hein? :p

E a história da sua amiga, vc acha que seria das que chegam a me chocar? Manda lá pro HTP!

Beijo

Carrie, a Estranha disse...

Mas aí o cara não teve a menor culpa. Meeesmo.