domingo, novembro 19, 2006

É isso que estraga... - 2


“Minhas grandes infelicidades neste mundo têm sido as infelicidades de Heathcliff. Aguardei-as e senti-as todas desde a sua origem. É ele a minha grande razão de viver. Se tudo perecesse, mas Ele ficasse, eu continuaria a existir. E, se tudo permanecesse e ele fosse aniquilado, o mundo inteiro se tornaria para mim uma coisa totalmente estranha. Eu não seria parte desse mundo. Meu amor por Linton é como a folhagem dos bosques: o tempo o transformará, estou bem certa, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathcliff assemelha-se aos rochedos imotos que jazem por baixo do solo: fonte de alegria pouco aparente mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff. Ele está sempre, sempre em meu pensamento. Não como um prazer, visto como nem sempre sou um prazer para mim mesma, mas como o meu próprio ser”


(Brontë, Emily. “O morro dos ventos uivantes”. São Paulo, Abril Cultural, 1982: 80-81)

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso só me faz lembrar de uma coisa, aquela música da Kate Bush:

"Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window
Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in in-a-your-window ohohhhhhh"

Anônimo disse...

"Não como um prazer, visto como nem sempre sou um prazer para mim mesma, mas como o meu próprio ser”

nossa.
de dar arrepios.