quinta-feira, setembro 21, 2006


Frase que ouvi hoje no ônibus:

- Cada um tem a sua cruz. E a minha é de isopor.

Frase que eu vi pregada na sala do meu orientador:

- “I try to take one day at a time, but sometimes several days attack me at once”

XXX

Analista de risco de mídia. Que porra de faculdade o ser humano faz pra ser essa merda? Só pode ser de comunicação.

XXX

Mais um festival de cinema do Rio. Mais matérias sobre a quantidade recorde de filmes, espectadores e novas salas. Mais histórias sobre pessoas que tiram férias nessa época só pra assistir 65 filmes. Filas nos guichês, mostrando pessoas saindo com 89 ingressos. Sessões esgotadas nos primeiros 10 minutos de venda. Histeria, choro e ranger de dentes. Entrevistas com gordinhas que não pegamnínguém e aspirantes a cineastas idem falando o quanto é maravilhoso ver tantos filmes. Astros que vêm prestigiar o festival. Eu realmente tenho pena de jornalista…

Desses 65 filmes, 30 vão entrar em cartaz no circuito comercial e 35 são filmes do Burundi ou das Ilhas Fiji sobre garotinhos surdo-mudos, onde você fica três horas assistindo a parada pra no final a irmã dele dizer “mm”. E você sai, junto com vários pseudo-intelectuais largadinhos de cabelo ensebado, óculos e bolsa de pano que reclamam que o filme era muito comercial e discutem sobre a função lingüística do “mm”. Todos fazem cinema na UFF, ou teatro na Cal ou comunicação na Estácio (mas estão querendo trancar) e carregam sempre um livro “a nível de objeto cênico”. Globais circulam tranqüilamente ao lado dos mortais.

Dona Henriquetta tem paciência mais pra isso, não. Se é que algum dia teve.

Mas que eu queria esbarrar com o Matt Dylon numa sessão à meia-noite no Estação, ah isso eu queria…

7 comentários:

Anônimo disse...

Carrie, você simplesmente destruiu a fama/glamour do festival!!!...
RSRSRSRSRSRSRS Muitas risadas mesmo!!!

Lara disse...

HAHAHAHAHA! Tô passando mal de rir aqui! Minha amiga me chamou para ir nesse festival hoje..mas tô fora. Detesto pseudo intelectuais!

beijão!

VanOr disse...

Macacos me mordam, Bat-Carrie! Eu amo o Festival e sou exatamente como esses doentes que você descreveu tão bem, com o importante diferencial de que sou veterinária, e não é todo veterinário que gosta de cinema. E só por isso eu fui pra Rural, senão teria ficado porraqui mesmo e feito comunicação. UHAUHAUHA!

Carrie, a Estranha disse...

Van,

Eu fiz comunicação na UFF (fiz alguns filmes com a galera de cinema), teatro na Cal e dei aula pra comunicaçõa da Estácio. Eu fui (sou?) um desses doentes! Só acho muita tiração de onda pra pouco conteúdo. Deu no saco, já.

bjs

VanOr disse...

Quando eu crescer (e ganhar o quádruplo do que ganho, trabalhando pelo menos 30% menos), vou fazer teatro na CAL. É uma meta de vida. Não é pra ser atriz, não, que pra isso eu não levo jeito (não sei contar nem piada sem começar a rir vinte minutos antes, durante e depois). É pra tirar onda mesmo. UAHUAHAUHA!!!

PS: você é sinistra, Carrie. Benza-a Deus!

Carrie, a Estranha disse...

Uma das coisas mais importantes q eu fiz na minha vida foi ter feito teatro. Assim, a-nível-de-ser-humano-enquanto-pessoa-gente. Eu aconselho qualquer pessoa a fazer, nem q seja aula livre, como as do Tablado (q eu tb já fiz).

Não acredito em talento, acredito em persistência. Eu sou a prova viva disso. Infelizmente vivemos ainda sobre a maldição do "gênio"; o artista-nato. Maldito romantismo! Quer dizer, antes ainda fosse romantismo. Hoje em dia não é nem mais nada. É o restolho, do restolho. É ilha de Caras. Preparação pro personagem virou contratar um personal e malhar pra aparecer ainda 5 quilos mais magra.

Acredito em vocação. E, deefinitivamente, não tenho vocação pra Madre Tereza de Calcutá, pra ficar eternamente fazendo figuração e desperdiçando meu cérebro privilegiado ao lado de atores-ameba, de ver a atriz principal ser escolhida pq deu pro professor.

Não q isso não exista em outras profissões. Mas no teatro é pior. Muito pior. E ainda por cima, em função de idéias pre-concebidas a respeito da arte dramática, deturpam-se ainda mais as coisas. O artista é um "louco", "à frente de seu tempo" e bla bla bla. E não se tem parâmetros de julgamento. E os parãmetros, qdo existem, estão cada vez mais baixos.

Mas acho fundamental fazer teatro. Pra vida. Pra todas as idades. Principalmente se vc é uma pessoa muito tímida como eu. É um curso intensivo de auto-conhecimento (ai, já tô eu, de novo, falando q nem atriz! Só falta agora eu dizer q eu sou assim por causa do meu lado escorpião e da minha lua em virgem...).


Bjs

Carrie, a Estranha disse...

PS: Professor/diretor.