Existe uma estranha lei física, ainda não explorada pelos cientistas, que diz que todo vizinho(a) é barango(a). Explico.
Em todos os lugares nos quais eu já morei tinha sempre um infeliz ao meu lado que ouvia pagode, funk ou algo de gosto duvidoso idêntico. Cheguei a esta constatação ontem, assistindo ao jogo do Brasil. Estava em Gotham City, minha terra Natal - onde tudo é feito de aço e o céu é rosa - quando os vizinhos da frente começam os festejos copísticos. Olha que nem moram exatamente em frente, mas dos fundos da casa da rua debaixo. Mesmo assim, desde os meus 14, 15 anos que eles nos atormentam com festas. Mais especificamente festas barangas, com karaokê, discurso e "umas carne pra assar".
Quando tocou "Festa no apê", do Latino, dei graças ao Senhor e orei. O resto foi só "Glamurosa" e outras que o horário e o local não me permitem pronunciar. Muito, muito alto. Fora as cornetas, os apitos e outros objetos anárquico-sonoros de difícil identificação.
Tudo bem...é Copa do mundo. Tudo bem nada! Custava ter um gosto musical cadiquinho melhor? Gritar tudo bem. Soltar fogos tudo bem. Buzinaço...não acho que houve motivo pra tanto, mas vá lá. Mas uma, duas, três, DEZ funks tocados ininterruptamente? Speaks serius!
Aí fiquei pensando: desde minha adolescência em Gotham City que essas figuras tocam essas merdas. A pessoa não cansa? Não muda o gosto? Eu até entendo que esse lapso ocorra na adolescência, mas depois de quase 15 anos! Qualquer adolescente já teria crescido. Não posso crer que um adulto escute esse tipo de música. Não em sã consciência. Não tendo um repertório completo que vai de Furacão 2000 até Sandy. Disus Craisti!
Aí me lembrei dos meus vizinhos lá no Rio. Sempre acho que morei embaixo de drag queens. No primeiro apartamento onde morei, além de uma louca loura alcoólatra que morava no aptartamento em frente ao meu - e amedrontava as irmãs MM que coabitavam comigo -, descobri que morava em cima de uma aficionada por Gloria Gaynor.
No meu segundo e atual apartamento tenho um vizinho que ouve Fred Mercury e Monserrat Caballet Duets. No último volume.
Aí, um belo dia, ouvindo Alanis Morisset, me distraí com a hora e quando vi já eram onze e tanta. Eis que uma vizinha me telefona. Ela havia achado meu número na lista e ligado pedindo pra eu abaixar.
Quer dizer: eles podem ouvir as porcarias deles, mas quando chega a minha vez...Nãããão!
Fiquei conjecturando: será que eu sou a vizinha baranga de alguém?
Um comentário:
dura constatação, né? eu tb sou.
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