Aluno me vê e vem todo feliz:
- Professora, professora! Comprei meu primeiro livro! [da vida].
Escondi o espanto e o horror e dei parabéns.
Detalhe: o rapaz tem 25 anos. Ganha o dinheiro dele há algum tempo.
Eu não consigo me lembrar o primeiro livro que eu comprei. Nem com mesada dos pais, nem muito menos com meu próprio dinheiro. Não me lembro nem o primeiro livro que li. Lembro de alguns, mas não sei se foram os primeiros.
Provavelmente deve ser o primeiro livro que ele lê na vida.
Conheça a vida selvagem: seja professor.
Pra quem ficou curioso: o livro era o daquela menina alemã, Natália Kamputscha (algo do tipo), que passou anos presa no porão, transando com o próprio pai e tendo filhos dele.
Aluno:
- Me disseram que é bem pesado, mas a gente precisa de um pouco de realidade.
Desce o pano.
PS: Na mesma semana o vi com outro livro - um desses de vampiros, mas sem ser a saga Crepúsculo. Era o terceiro livro que ele lia. É o que eu digo gente: viva Bruna Surfistinha, Viva qualquer coisa escrita. Se isso servir pra despertar o amor (ou outros sentimentos mais carnais) pela leitura, ótimo. Não falem mal da Bruna Surfistinha que eu fico puta (perdão pelo trocadilho).
4 comentários:
Oi Carrie, durante dois anos eu fiz estágio de livre docência em uma escola da FioCruz. MInha realidade eram alunos de segundo grau que faziam o técnico na área de saúde pública. Eu costumava prestar atenção no livro das crianças. Era Foucault, José Murilo de Carvalaho (membro da ABL), Marx, Thomas Morus e por aí vai.
Eu saia de lá me sentindo numa escola para gênios.
Só digo 1 coisa: é triste viu?!?
ele faz faculdade de que?
Comunicação Social.
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