quarta-feira, junho 16, 2010

Happy Bloomsday!

Hoje é o dia de Bloom. Pra quem não sabe, o dia no qual passa-se o calhamaço escrito por James Joyce, Ulisses, que revolucionou a literatura do mundo. Lançado em 1904, as quase 1.000 páginas do livro se desenrolam todas em um único dia - o dia 16 de junho, em 16 horas. E, desde então, este dia é "comemorado" na Irlanda e no mundo inteiro através de rodas de leituras e outros eventos. Aliás, na Irlanda é feriado mesmo.

Nunca consegui ler até o final. Recentemente emprestei para Primo Poeta e ele me devolveu pouco tempo depois dizendo: "dá não".

Tenho um ex-amigo (há há. Só eu pra ter ex-amigo) que leu. Mas disse que era o mesmo que não ter lido, afinal não entendeu absolutamente nada e não se lembra de nada.

Mas um dia eu lerei. Está entre minhas metas de vida.

Pra comemorar, segue o famoso monólogo final da Molly Blom, sem um ponto nem vírgula (olhando assim parece que é fácil):


"o sol brilha para você ele me disse no dia em que estávamos deitados entre os rododendros no cabo de Howth com seu terno de tweed cinza e seu chapéu de palha no dia em que eu o levei a se declarar sim primeiro eu lhe dei um pedacinho de doce de amêndoa que tinha em minha boca e era ano bissexto como agora sim há 16 anos meu Deus depois daquele longo beijo quase perdi o fôlego sim ele disse que eu era uma flor da montanha sim certo somos flores todo o corpo da mulher sim foi a única coisa verdadeira que ele me disse em sua vida e o sol está brilhando para você hoje sim por isso ele me agradava vi que ele sabia ou sentia o que era uma mulher e tive a certeza de que poderia sempre fazer dele o que eu quisesse e dei-lhe todo prazer que pude para levá-lo a me pedir o sim e eu não quis responder logo (...) quando eu era jovem uma Flor da montanha sim quando eu pus a rosa em meus cabelos como as moças andaluzas ou de certo uma vermelha sim e como ele me beijou sob o muro mourisco e eu pensei bem tanto faz ele como outro e então convidei-o com os olhos a perguntar-me de novo sim ele perguntou-me se eu queria sim dizer sim minha flor da montanha e primeiro enlacei-o com meus braços sim e puxei-o para mim para que pudesse sentir meus seios só perfume sim e seu coração disparando como louco e sim eu disse sim eu quero Sim."



8 comentários:

Luana disse...

Li pra faculdade. Livro difiiiicil, quase impossível. Também não entendi nada mas os garotos da minha sala AMARAM. Pode reparar, quase todas as vezes que vc encontrar alguém que gosta desse livro, é homem. Não sei pq =)

Patricia Scarpin disse...

Também já tentei ler, sem sucesso.

Ila Fox disse...

Carrie, quando é que vc estava em NY mesmo? queria fuçar nos seus arquivos para ler um pouco sobre (acho que em agosto to indo pra lá passar uns 3 dias...).

Júlia Zuza disse...

Menina, conheci o blog há pouco tempo e adorei. Sobre o monólogo, que coisa difícil! Quase tive que tomar água depois de ler, fiquei sem fôlego. rsrs
Bj

Cinthya Rachel disse...

16? q interessante, o dia de Cinthya é 17, meu niver, rs. Só pra dizer que cheguei e AMEI! Deu um dolar no museu e fiz a minha melhor cara de I don´t speak english, rs Beijos

Carrie, a Estranha disse...

Luana,

Supondo q vc tenha feito Letras, uma questão se dependurou no trapézio do meu cérebro: havia meninos na sua sala? Rsrsrs...

Esse meu amigo é menino. E não gostou. Meu primo tb é menino.

Patrícia,

Pois é. Quem sabe num grupinho?

Júlia,

Q bom q vc gostou! Seja bem-vinda. Volte sempre.

Ila,

Foi de agosto a dezembro de 2008. Que ótimo! Qualquer coisa q precisar, escreva.

Cinthya,

Que bom. E aí, curtiu muito?

Marcia disse...

Também li na faculdade.
Sim, fiz Letras. Não, não havia meninos, ou melhor, havia dois: gays, claro.
Também tenho uma ex-amiga.

Carrie, a Estranha disse...

Marcia,

Sim, foi o q eu quis dizer. :)