terça-feira, outubro 13, 2009

Essa noite acordei com galopes de cavalo (pocotó, pocotó, pocotó). Achei, em primeiro lugar, que poderia ser o meu príncipe, finalmente ressurgido do coma de 12 anos, depois achei que deveria apenas ser um delírio meu, mas hoje confirmei com mamãe. Era um cavalo. Um cavalo desempregado, como diria meu irmão quando era pequeno. Galopando pelas pradarias de Versailles.

(Não me esqueço dom olhar de espanto da Karen, ao passear pelas ruas do bairro e dar de cara com um cavalo).

Quando não é isso é o novo vigia da noite que insiste em apitar na minha janela. O sistema de vigilância da minha rua é a coisa mais bizarra que se pode ter notícia. É o tipo de vigia que se houver um assalto estamos todos fritos, pois eles serão os primeiros a dar um trabalhão danado. Um dos vigias é da terceira idade e gago. Quer dizer, nem pra gritar socorro o cara serve. O outro deve pesar uns 34 quilos, parece o Russo e tem o cabelo do Roberto Carlos na época da Jovem Guarda. O único confiável é o Neuton, (assim mesmo que escreve), negão gente boníssima cujo café da tarde fica a cargo de nossa residência. Já houve diversas polêmicas sobre os vigias, se eles deveriam andar armados (imagino os gênios atirando no próprio pé, literalmente), se era preferível fecharmos a rua com uma cancela (o que gera toda uma problemática de ter que arcar com as despesas de conservação, já que aí não é mais responsabilidade da prefeitura), eis que venceu a teoria do apito. Isso porque o resto do bairro tem um sistema de vigilância diverso (adoro caminhar e ver as plaquinhas “nós pagamos pela nossa segurança” e pensar na eficácia do método: o ladrão vindo assaltar e pensando: “ah, não. Eles pagam pela segurança, vamos pra outra vizinhança”). Aí entrou esse vigia novo querendo mostrar silvisso, coitado. Anda de um lado pro outro, de bicicleta, apitando a plenos pulmões. Nessa época de chuvas como a gente tem tido e o cara passa de bicicleta, se equilibrando com uma capa de chuva amarela e um apito.

Se isso evitasse assaltos, vá lá. Mas nem isso – há pouco menos de 2 meses tivemos um na casa quase ao lado da minha. Sem contar que nem todo mundo da rua entra na vigilância. Aí o cara faz o quê? Fecha o olho quando passa nas casas que não pagam?

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Primo Poeta me corrige: o e-mail dele é avecesarjf@yahoo.com.br. Pra quem quiser os livros de poesias dele. Não bastassem todos os outros erros que eu cometi no post, errar o e-mail é sacanagem.

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Tô de feriado hoje. Anteciparam o dia 15. Senzala em festa, tudo batendo tambor.

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Às vezes eu queria ser freira. Sério. Aliás, eu quase já sou. Só teria que cortar os palavrões e o cabelo. E me controlar pra não falar mal do bispo.

Como diria Formiga Irmã em um de seus muitos momentos de delírio sobre a minha pessoa: "minha Formiga só teria a acrescentar em qualquer área de conhecimento". Minha irmã é o meu Pink. Eu digo: "Vamos, Pink! Vamos dominar o mundo!" E ela já está de baioneta em punho, dizendo: "Vamos!!! Você é o máximo, Cérebro!".
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Um dia as pessoas ainda vão realmente se surpreender comigo. Mesmo. Não essas surpresinhas do cotidiano, do tipo: "ah, passou pra isso, conseguir aquilo". Nãããão. Mas surpresas grandes, enormes. Diferentes de tudo aquilo que eu dava sinal. Os que me conhecem pouco dirão: mas eu nunca podia imaginar...


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Cada vez é mais maçante conviver com certas pessoas. Outro problema que a vida religiosa solucionaria. É, mas a vida religiosa não deve ser fuga, mas opção, eu sei.

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Freira não precisa depilar, pode andar com qualquer roupa (aliás, quanto mais simples, melhor), não precisa pintar o cabelo, pode engordar à vontade, faz altas viagens, ajuda os outros, estuda à beça, mora de graça e ainda não tem que responder questões desagradáveis sobre namorado, marido, filhos e emprego.

Quase tudo eu já faço, é verdade, mas eu ficaria mais à vontade.

6 comentários:

Ila Fox disse...

O duro é quando quem está ali para te proteger (o porteiro, o homem do apito) é o cabeça por trás do assaltos. Os caras sabem exatamente quem está saindo de viagem, que horas entram e saen do trabalho... complicado. :-/

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Sim, se não fosse pela religião ser freira até que não seria de todo mal.

Ila Fox disse...

Sobre o lance do cavalo...

Certa vez na city dos meus pais, eu acordei com um cavalo andando na frente de casa. Fiquei com medo de que ele entrasse lá dentro.

trinity disse...

Chegou a ter na rua da minha casa esses vigias, mas minha mãe nunca pagou pelos serviços. O pior de tudo isso é que, a cozinha de casa é separada do resto da casa e minha mãe e eu esquecemos uma panela(de pressão) no fogo. Então ele ligou na minha casa mais de uma hora da manhã dizendo q estava saindo fumaça da minha casa.


Sobre se tornar freira eu também quis, mas eu queria ser aquela da clausura, mas como miha mãe é sozinha sem marido e sem mais nenhum filho, eu poderia fazer os votos e morar em casa somente, aí não tinha graça, eu já queria ficar fazendo geléia dos monges em Campos do Jordão sem ver nada e ninguém.
E vc sabia que é difícil conseguir vagas nos conventos? Eles andam lotados, saiu até uma matéria falando sobre isso.

Sobre esta "coisa" que as pessoas irão se surpreender com vc compartilhe no blog se for possível, a curiosidade matou o gato e eu...rsrs

Carrie, a Estranha disse...

Ila,

Ah é...já tivemos episódios como esses aqui. De vigias "dando o serviço".

Trinity,

Sério q é lotado? Caramba! Pelo contrário, eu escuto sempre sobre a falta de vocacionados...é, eu já quis estes de clausura, mas atualmente acharia legal esses de trabalho com comunidades, tb.

Mas eu tenho contatos com o alto clero! Hahaha...acho q conseguiria vaga.

Assim qeu souber da "coisa" q as pessoas vão se surprender eu aviso. Na verdade ela é tão surpreendente q nem mesmo eu sei.

Humm...fazer geléia dos monges em Campos do Jordão me parece um ótimo plano.

Bjs

Dolores disse...

Carrie, mais de uma vez flertei com a idéia de ser freira. Em muitos momentos já me senti exatamente como você descreve e esse tipo de pensamento passava pela minha cabeça (não à sério, é verdade, com ironia, mas que passava, passava). Estava sem paciência com a maioria das pessoas e vivendo uma vida meio monástica mesmo.
O problema é a falta de vocação.

Mas acho que ficaria sem paciência com as freiras também. Acredito que tenho problemas com disciplina e uma certa insubordinação.

Fazer geléia em Campos do Jordão também não me parece nada mau, até hoje.
Mas o bom mesmo seria fundar uma ordem muito louca onde cada um fizesse o que quisesse sem ter que responder pergunta alguma.
Ou apenas comentar com os chatos de forma blasé: "Ah, perdão, é que faço parte da ordem ultra-secreta das carmelitas descalças e rebeldes de Guadalupe e meu voto de silêncio me impede de responder perguntas irrelevantes e mundanas".
Beijos

Carrie, a Estranha disse...

Ordem Menor das Formigas Calçadas (afinal, toda formiga anda descalça) de Gotham City. O nosso mosteiro seria o Hotel Existência e cada um poderia eleger a sua bíblia (e ela poderia variar de semana a semana, mês a mês, etc) onde todos seriam obrigados a ler.
Bjs