domingo, agosto 30, 2009

E o Belchior hein, minha gente? Francamente. Sou obrigada a concordar com o Agamenon: Belchior, pra tentar aparecer, sumiu.


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Mamãe está fazendo arrumações no seu armário e achou uma carta de uma empregada se demitindo. Até aí, nada demais. Mas sabem por que ela se demitiu? Por causa dessa que vos escreve. Ela relatava as coisas que eu fazia com ela e dizia que, antes de me bater, preferia se demitir. Le petit pest – como bem me descreveu o canadense que fez intercâmbio aqui em casa em seu diário.

Na época eu soube disso, mas minha mãe deu uma minimizada, eu acho. Disse que ela já queria sair. E também ela não era uma pessoas das mais fáceis. Goretti era seu nome. Goretti, onde você estiver, me desculpe.

Depois disso veio a Juracy. Esta eu cooptei para o meu lado. Juntos apedrejamos a casa do vizinho da rua debaixo. Papai quase caiu pra trás quando o vizinho esteve aqui com um saco de pedras dizendo que sua doce menininha havia apedrejado sua casa junto com a empregada.

Estranho é que, ao mesmo tempo, eu era uma criança mega tímida. Como essas duas personalidades paradoxais conviviam eu não sei. Tudo isso antes da adolescência. Que, convenhamos, nem foi das mais problemáticas. Sempre estudei, nunca tirei nota vermelha (só na oitava série). Depois veio o resto da adolescência/início da vida adulta. Essa época, sim, foi o inferno. Mas um inferno que só eu vivi nele, mais ninguém.

É o que eu sempre digo e as pessoas não acreditam. Eu melhorei muito. Em tudo. Eu poderia estar roubando. Poderia estar matando. Poderia estar me candidatando a algum mandato no Senado. Poderia ser a Susane Richtofen. Mas tô aqui, humildemente fazendo meu trabalho. É quase um milagre que eu tenha “dado certo”.


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Hoje eu voltei a dirigir. Com o auxílio da minha amiga Fló, psicóloga e caminhoneira, depois de nove anos, eu voltei a dirigir. Diz a Fló que não estou tão ruim pra quem ficou esse tempo toda parada. Essa semana vou renovar minha carteira, que está vencida desde 2004.


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Sexta feira fui a pé para o silvisso (um deles). Gastei quinze minutos. O outro é perto deste e deve ser quase isso também. Isso porque eu fiz o caminho que o carro faz e não virei numa rua mais perto, porque era contramão. Tóóóim. Mundo real 10 x Carrie 0. (Diz a Fló que não era pra eu contar isso pra ninguém).

É interessante andar a pé por Gotham. Por determinados locais. A cidade vista sob a ótica do pedestre é bem diferente. Essa semana vou ver se levo minha máquina para tirar algumas fotos.

Essa é a nova Carrie, meus amigos. Vendo flores no meio do caminho. E olha que nem tô tomando meus remedinhos. Aproveitem. Não sabemos até quando ela permanecerá entre nós.

3 comentários:

Morango sem chantilly disse...

É estranho só ter tirado notas vermelhas na oitava série. Esse é seu lado estranho.

Jogar pedras no vizinho é seu lado altamente normal.. Quando era pequena, junto com meus primos invadíamos as casas em Rio das Ostras. Nunca pegamos nem um pedacinho de queijo, mas a artimanha para abrir portas e janelas era muito divertido.

Ila Fox disse...

Eu e meu irmão já derrubamos parte de um muro só por que a gente queria saber qual era o joguinho que o vizinho estava jogando. -__-

Carrie, a Estranha disse...

Morango sem chantilly,

MontaS, não. Nota. Uma só em Ciências - que na verdade já era química e a professora era uó.

Ila,

Hahahaha...