quinta-feira, julho 23, 2009


Som & Fúria tá cada vez melhor. Pena que está acabando. Essa semana Osvald Thomas voltou. E o Rodrigo Santoro fazendo um publicitário que não gosta de dizer que faz publicidade? Cara, é engraçado demais. Se você tem algum contato com a publicidade você entende o que eu quero dizer. Se há uma raça mais escrota que ator e jornalista é o tal do publicitário. É a arte do inútil. Só não é mais escroto porque é patético. Não, nem adianta tentar argumentar que eu não vou responder.

Dá vontade sair (re)lendo todas essas peças. Lindo demais.


Se eu fosse aqueles atores todos que estão montava aquelas peças. De tão lindo que fica. A Débora Falabella é a Julieta perfeita! Como nunca ninguém pensou nisso? E o Daniel de Oliveira de Hamlet seria o máximo.


Hoje apareceu o Osvald fazendo uma cena de Romeu e Julieta onde ele pede pro Romeu fazer a Julieta e a Julieta o Romeu. Fiquei lembrando de um diretor que eu tive – um cara famoso, que dirige pessoas famosas, que tá aí, em ação, ganha prêmio e tudo – cujo método se baseava em um exercício chamado Cisco no olho. O cara ficou um semestre fazendo Cisco no Olho. No que consistia? Você ficava olhando pra outro ator em cena. Daí você ia tentar tirar um cisco no olho. Desse cisco no olho, brotava a cena. Você improvisava. E você tinha que estar conectado com o outro. Claro que só ele sabia o que era estar conectado ao outro. Eu juro por Deus. Era só isso o exercício. A gente ficava duas horas sentados, vendo duas pessoas viajarem mediante uma porra de um cisco no olho. E a viagem podia variar desde uma suruba em que as pessoas tiravam a roupa, até porradaria ou simplesmente o silêncio.

Stanislavski? Lee Strasberg? Grotowski, Eugênio Barba, Artaud? Nada. Nenhum desses métodos é nada perto da revolucionária técnica do exercício do Cisco no Olho. Ah é, e só quem fazia bem o cisco no olho era o povo que ele queria comer – homens e mulheres. Tá, aí pode ser maldade da minha parte. Fiquei seis meses tentando achar o cisco no olho pra depois fazer uma das tias de um dos contos de A vida como ela é...do Nelson Rodrigues.

Sim, eu posso falar mal de todos atores e diretores. Eu posso. Eu sofri demais. E é tudo verdade. Eu juro. Eu podia escrever uma peça só com essas merdas. O problema é que eu seria linchada pela crace artística.

Cisco no olho...cisco no olho do cu!!! E todo mundo cheio de “ohs, ahs”, achando bárbaro e revolucionário o método. Cara...quando eu lembro...e as pessoas acham que isso não existe...

Por isso eu amo a Bárbara Heliodora. Porque alguém precisa ter parâmetros nesse país, neam?

7 comentários:

Amana disse...

uahauauahuahahaua
não dá, não dá.
vejo profundas aproximações entre esses dramaticismos de pseudo inspiração européia clássica do teatro e a classe acadêmica. várias!
ah! e eu fui assistir a sua tia rodriguiana! ahahaha, que engraçado!
beijosssss

Ila Fox disse...

Cara, eu ainda vou encontrar tempo de assistir a série toda, me parece bacana mesmo.

Marcele disse...

kkkkkkkk. Hilária Carrie! Fico rindo que nem uma louca em frente do pc com seus textos....
Som e fúria tá mesmo mt bom. E eu que nem gostava do Felipe Camargo, tô achando ele o máximo!
Bjs

Carrie, a Estranha disse...

Marcele,

Felipe Camargo virou deus pra mim depois dessa minissérie. Muito bom.

Ila,

Deve sair em DVD depois. Aí vc vê.

Amana,

Pra série ser perfeita só faltou eles ridicularizarem dois tipos de profissionais: jornalista e acadêmicos.

Bjs

Cinthya Rachel disse...

me ferrei, sou jornalista e atriz, hhahhah. mas podia ser pior, podia ser modelo e manequim. e quase morro com essas técnicas teatrais... hahahha

Carrie, a Estranha disse...

Eu tb, Cinthya...Eu tb.

Stella disse...

Hahahahhaha... lembrei porque eu tava com saudades de te ler. :D

Não mudaria uma vírgula!

Beijos!