segunda-feira, outubro 06, 2008

“Durante toda a viagem fui pensando na crueldade da vida urbana, tentando me convencer de que as cidades do interior eram mais humanas.
Ao chegar em Pouso Alto, com suas casas feias e ruas de paralelepípedos de pedra por onde transitavam automóveis e ônibus misturados com charretes e cavalos de montaria, ainda pensando na noite anterior, concluí que ali, certamente, não haveria a indiferença egoísta das pessoas do Rio. Mas por outro lado, as pessoas deviam se vigiar umas às outras, oprimindo-se reciprocamente, como se a consideração pelo seu semelhante gerasse, em contrapartida a violação da intimidade e, afinal, da liberdade de todos” (FONSECA. Rubem. A grande arte. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, p. 84).

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