domingo, abril 13, 2008

Oito coisas antes de morrer


A tarefa é fazer uma lista com as oito coisas que você gostaria de fazer antes de morrer e me foi passada por Miss F. Como sou uma obsessiva do bem – e, portanto, adoro listas – aqui vai a minha.


1) Entrar em um biquíni P, branco de lacinho – sem ser resgatada pela guarda costeira como a baleia branca que encalhou. Tá bom, vai. Pode ser M. Mas tem que ser branco. De lacinho.


2) Me tornar faixa preta em kung fu.

Em 2005 eu entrei em uma academia de kung fu sem nunca ter feito nenhum tipo de arte marcial. Na segunda aula o professor olhou pra mim e disse: “você tem certeza que nunca fez nenhuma aula de nenhum tipo de arte marcial?”. Saí dali me sentindo a reencarnação do Bruce Lee e pensando em abandonar o doutorado pra me dedicar totalmente ao kung fu – depois que conversei com a mulher do dono da academia e ela me disse que aprendeu kung fu em 3 anos e tinha ficado em segundo lugar num campeonato nacional eu pensei: “ei, eu também posso!”. Infelizmente, em função de trabalho e local, não passei nem do primeiro mês no lugar. Mas ainda não desisti – não de ser campeã, mas apenas uma praticante faixa preta, quando, como dizem os mestres, o verdadeiro aprendizado começa.


3) Conhecer – e talvez morar por um tempo – a Islândia. Não, caro amigo. Não é a Irlanda nem a Finlândia, é a Islândia, mesmo. Aquela ilha gelada e isolada. Não me perguntem porque. Já até sonhei com a Islândia. A Islândia (que quer dizer Terra do Gelo) é uma ilha lá na puta que o pariu. Quase Pólo Norte. A Islândia tem o famoso fenômeno do “sol da meia noite” e foi eleito o melhor país do mundo pra viver. Em compensação, não passa nada na TV aberta até às cinco da tarde (será que eu sobreviveria? Os pacotes de TV a cabo são muitos caros e a maioria em dinamarquês). Tudo isso eu descobri no blog desse cara aqui, que é um brasileiro que vive na Islândia (ou Gelolândia, como ele diz). Quem sabe lá eu encontre o meu ruivo?

4) Falar e escrever em inglês, espanhol e francês bem – não essa coisa de “ah, eu me viro”; “ah, eu entendo e leio”. Como bônus eu queria falar uma língua obscura e totalmente inútil, como o russo ou o dinamarquês – quem sabe o islandês. Só pra tirar onda. É, eu tenho essas frescuras.

5) Fazer uma viagem de carro pelos EUA. Uma longa viagem, sem pressa, partindo de Nova York e chegando até o oeste – Los Angeles, mais ou menos – depois talvez subir e ir margeando o Canadá, pelo Maine.... Talvez descesse até o sul...a ver.

Andaria por todo os EUA, visitando as grandes paisagens naturais, como o Grand Canyon, as Montanhas Rochosas - sem esquecer os programas turísticos, mas não só estes. Seria de carro e é importante que eu dirija – também é importante que vá alguém (um amigo ou amiga; Formiga Irmã, quem sabe) comigo para dividir o volante. Seria um conversível, claro que seria um conversível. Nós pararíamos em motéis de beira de estrada, comeríamos em velhas lanchonetes onde uma garçonete mal humorada nos serviria ovos, bacon e fritas com um café fraco em grandes canecas. Compraríamos garrafas de uísque e tomaríamos em sacos de papel pardo. Passaríamos pela casa de Edgar Allan Poe, Emily Dickinson, F. Socott Fitzgerald, Hemingway, Henry Miller. Beberíamos nos bares em que Bukowski bebeu. Percorreríamos os passos de Jack Kerouac, John Fante. Perseguiríamos Stephen King no Maine, Paul Auster no Brooklyn e Woody Allen em Manhatam. Nos perderíamos em cidadezinhas fantasmas e passaríamos três dias em pequenas cidades do Texas sem fazer absolutamente nada. Iria aos bares gays em San Francisco e LA. Visitaria a minha amiga Hetie em Miami.

Iria à Disney. Não, eu nunca fui à Disney. Sim, eu tenho vontade de conhecer a Disney. Tirar uma foto ao lado do Pateta.

Chegando em LA, ficaria amiga do Jonhy Depp – que me veria numa lanchonete lendo Memórias Póstumas de Braás Cubas e dirá que ele e Tim Burton pensam em filmar a história, puxaria papo, sabe como é - e seria chamada pra uma festinha na casa dele. Lá eu conheceria o Tarantino e ficaríamos amigos logo de cara. Terminaríamos a noite completamente bêbados em um bar mexicano de quinta, tomando tequila, onde eu daria soquinhos nele e diria: “hey, man! You have to go to Brazil! You have to meet a brazilian actor called Alexandre Frota! Let’s do a movie about Copacabana!”. Já imaginaram um filme com o Frota como um ex-astro pornô decadente que agencia putas na Prado Júnior? Com o Samuel L. Jackson fazendo um mega traficante de escravas brancas internacionais que vem ao Rio frequentemente? Já até imagino uma cena dos dois num galeto da PJ, sentado naqueles balcão em U, a câmera dentro do balcão. Frota rodeado pela Viviane Araújo e a Feiticeira, que fariam pontas e eles começariam uma discussão sobre galetos. Ah é. O filme seria cheio de participações especiais, tipo o Fausto Fawcett e a Regininha Poltergeist, além de meus amigos atores.

Eu também faria uma ponta. O papel de uma ex-acadêmica que tem a sua tese roubada e publicada um mês antes de sua defesa por uma colega do departamento. Aí ela (a personagem) se desilude com o meio acadêmico e vai viver do seu corpinho-delícia, fazendo um número de strip-tease na Cicciolina como a Ninja Assassina (sim, nessa época eu já seria faixa preta em kung fu). Claro que o Quentin me chamaria pra escrever o roteiro junto com ele. Ele faria pela carreira do Alexandre Frota o mesmo que fez pela do John Travolta (aproveito a ocasião pra dizer: Frota eu te admiro muito como ator! Um beijo! Eu acredito em você, garoto!).

(Sim, meu fascínio pela cultura estadonidense é óbvio e ululante. Décadas de Sessão da Tarde + MTV. Pelo melhor e o pior. Quer dizer, eu não atribuo valor à cultura. Apenas gosto ou não, mas sem critérios de “é porque é boa ou ruim”. O mais engraçado é que quando eu tive dinheiro pra viajar eu fui para...Europa – que é do caralho, mas não se trata de precisar o que é melhor ou pior, mas apenas de explicitar que os EUA sempre foram o primeiro lugar na minha vida pra onde eu pensei em ir. E de repente eu resolvi ir pra Europa. Enfim. Floid exprica. Talvez eu tenha medo de quando for pra lá não queira mais voltar. Ou, ao contrário, tenho medo de odiar tudo e não ter mais isso como “a idéia” de um lugar onde eu finalmente me sentiria bem – como se pudesse existir. Talvez esteja evitando o fato de que, assim como Roberto DaMatta, eu finalmente me descubra uma brasileira quando for pros EUA. Vai entender).

6) Passar um mês num mosteiro budista no Tibet, acordando às 3 da manhã, jejuando e meditando sobre koans que meu mestre – um senhor de 120 anos de idade e corpinho de 25 – me daria, à beira de desfiladeiros, apenas com o barulho do vento como companhia. E, quem sabe, me converter totalmente ao zen-budismo (ta bom, vai. Um mosteiro na Califórnia também tá valendo, já que a parada anda meio tensa no Tibete. Nesse mosteiro eu ficaria amiga de algum astro recém convertido e acabaria sendo amiga do Tarantino do mesmo jeito.).

7) Correr a São Silvestre.

8) Tatuar duas Formigas de mão dadas. Ainda não sei aonde. Mas isso só vale de Formiga Sister também o fizer – e ela odeia tatuagens. Assim selaríamos nossa amizade eterna.


Bom, é isso. Ao invés de passar a tarefa pra outros blogueiros passo pros meus leitores que quiserem responder nos comentários. Que oito coisas vocês gostariam de fazer antes de morrer?

8 comentários:

Ila Fox disse...

Hmmm... oito coisas.... até o final da tarde respondo este post!

bel seslaf disse...

Ei, Carrie, entrei aqui pra perguntar se você tinha lido o The Lost Continent: travels in small town America, do Bill Bryson, mas parece que ele não saiu em português. Ai, que pena. É um livro de viagem delicioso. Seu "motéis de beira de estrada, velhas lanchonetes, garçonetes mal humoradas, montanhas rochosas" me lembrou imediatamente dele.

Ila Fox disse...

Minhas oito coisas antes de morrer:

1 - Falar japonês e assistir animes sem necessidade de legenda.

2 - Fazer um jantar muito gostoso para minha família: pô, é sempre a mãe da gente que fica lá na frente do fogão né? queria um dia fazer isso por ela, e algo MUITO gostoso (oq é dificil já que não sei cozinhar direito..)

3 - Morar nas serras gaúchas ou qualquer lugar meio frio: e de preferencia acordar com um café colonial na cama...

4 - Ter uma casa e decorar ela do meu gosto: com direito a quintal e jardim pros meus gatos.

5 - Dar uma de Papai Noel e surpreender todas as pessoas queridas com algum presente bem legal e caro.

6 - Aprender a correr com cavalo: meu avô tem um sítio, eu sai andar a cavalo, mas não sei correr, queria correr feito uma Anita Garibaldi.

7 - Ir numa cartomante das BOAS.

8 - Aprender a dirigir e GOSTAR disso: a 8 anos eu fujo desta obrigação.

Miss F disse...

Hmmm viajar pelos States é uma boa...eu gostaria de ir numa Harley Davidson cantando Born to be Wild...

Erich disse...

achei de mais seu blog e simpatizei mto com seus post's principalmente o sobre super herois ... huahuahuahuahuhuaa ... além de lutar kung fu realmente legal vc :3 ..
meio aliatorio meu comentario aqui mas se tiver curiosidade procura no deviantart straycat88 ...

o/ adeus

Carrie, a Estranha disse...

Bel,

Legal! Vou procurar! É uma boa pra eu treinar meu ingreis.

Ila,

É, eu tb queria morar em um lugar muito frio.


Miss F,

Vc pode ser a outra pessoa q dirige!

Erich,

Obrigada! Volte sempre.


Bjs

Camille disse...

Ai... 8 coisas... vamos lá:

1 - Conhecer Veneza (sério, eu sei que eu não vou morrer por enqto, pq eu NÃO MORRO SEM CONHECER VENEZA! NÃO POSSO!)

2 - Conhecer Toscana. (e comprar uma casa lá, e conhecer um italiano, e... ok, me contento só em CONHECER Toscana)

3 - Fazer sexo com mais pessoas (sério, meu curriculo é mto pequeno, eu TENHO q dar mais antes de morrer.)

4 - Fazer uma mega viagem com minha mãe, pra algum lugar que ela ame.

5 - Ensinar um moooooonte de coisas legais (dar pra geral NAO está incluído nessa) pra minha sobrinha que nasce daqui a uns meses.

6 -Me apaixonar perdidamente e SER CORRESPONDIDA. (sinceramente, eu acho q não vou morrer tão cedo)

7 - Aprender a nadar (sei lá.. eu tenho o meu orgulho, sabe... é mto humilhante morrer sem saber nadar)

8 - Ter um marido (dá pra ser italiano???), uma filha, uma casa, quintal, cachorros, gatos, pássaros, etc, etc, etc.

Carrie, a Estranha disse...

Hahahaha...eu poderia incluir alguns itens dessa sua lista na minha.

Mas, dentre as q eu já fiz, bom, Veneza foi das maiores decepções da minha vida. Tudo bem q eu fui num sábado, alta temporada, mó sol. Achei uó! Pombos em profusão...sujeira...ah não.

Os intens 4 e 6 tb são bons!

Qto ao currículo sexual...Bom, sexo é bom qdo é bom - qdo é ruim, como diria Srta Rosa, eu prefiro jogar gamão. Não compactuou da tese de que "mesmo qdo é ruim é bom". Sei lá. Um monte de gente não necessariamente lhe fará mais experiente ou satisfeita sexualmente - ainda que, como prega Marx, a quantidade possa gerar a qualidade.

Mas é isso. Gostei da sua lisitnha!

Bjs