quarta-feira, junho 13, 2007

Vai que é tua, garotão!



Hoje é dia de Toninho. E eu tive que ir ao convento. Porque eu fui em todos os anos anteriores. Santo Antônio me deu não só namorado como emprego, mestrado e doutorado. Só um ano eu não fui. E meu namorado terminou comigo. Se bem que isso não serve de base. A gente terminava quase uma vez por ano. No ano seguinte fiz o pobre ir comigo ao convento. Terminamos também. Ou seja, nada tem a ver com nada, mas tinha que fazer esse parágrafo tentando dar credibilidade ao meu relato se não ninguém continuava a ler.

O mais engraçado é que hoje eu tenho aquela minha aula com o meu orientador. E, é claro, eu comentei que estava indo ao Convento. As pessoas acharam engraçadíssimo. Tão engraçado quando eu digo que assisto ao Linha Direta e aos programas evangélicos da Record. Aliás, as pessoas me acham uma pândega naquela aula. Eu falo as coisas super seriamente e todo mundo morre de rir. E quando eu faço piadas ninguém ri. Enfim. Sou uma incompreendida no meu próprio tempo.

(Parênteses: Levei docinhos de Andrelândia para o meu orientador. Ele adora doce. Já falei quinhentas mil vezes onde fica Andrelândia, mas só depois que ele provou o doce é que quis saber a localização exata. “Puxa, Andrelândia é... Terra de André!”. Dãã. Sim, amado mestre. Sábia dedução.

Aí socializamos o docinho depois do almoço. Trinta doces e foi quase tudo. As pessoas também acharam hilário que Andrelândia já tenha se chamado Turvo. E no final uma menina me disse: “nossa, quando você for para Andrelópolis me avisa”. Carioca é bicho bobo, né? Bobado demais da conta. Meia dúzia de bombom do Joãozinho e ficam tudo doido. Imagina se eles comessem o canudinho da Goreti, mãe da Carla; as comidas da Dona Célia? Ai, ai. Fecha parêntesis).

Mas então. Voltando ao convento. Fui lá, né? As pessoas não entendem que na pós-modernidade as identidades são múltiplas, fluidas e gelatinosas e podemos ser gay, preto, católico, judeu e fluminense ao mesmo tempo. Não há contradição nisso. Pois então. Não sei se creio em Deus, mas em Toninho é outra parada séria. Toninho é Toninho.

O convento de Santo Antônio aqui no Rio fica num morro e a gente tem que subir uma escadaria sem fim. No caminho já começa a aporrinhação: além dos milhares de pedintes, recebi um folheto de uma agência de casamentos Cristo Rei. “Aproximamos pessoas que buscam relacionamento para compromisso sério”. Gente! Será que eu tô com cara de desesperada? Quem disse que eu quero casamento, relacionamento sério, namoro? Eu quero é amor. Amor é ooooutra coisa. O que advir do amor (advir foi bom hein, leitor?) tá valendo. Tô meio Milton. Toda maneira de amor vale à pena...Uou. Enfim. Abafa que, como todo mundo sabe, odeio Milton.

Após dar cotoveladas em velhinhas e joelhadas no saco de quem entrou no meu caminho cheguei ao altar. Já tinha feito minha listinha básica de pedidos sentada no degrau da Igreja. Antes tive que me esconder do RJ TV. Já pensaram que micão, aparecer no Convento de Santo Antônio no RJ? Encalhe forever! Já pensaram a Leilane anunciando: “e hoje centenas de pessoas foram até o convento”. Corta. Close em Carrie White. Pfff...

Fiz minha listinha – até dei uma folhinha pra uma velhinha que me pediu (sabe como é, né? Negar folhinha pra velhinha na porta do Convento de Santo Antônio é Encalhe Forever, também) – e rumei ao altar. No dia de Santo Antônio eles tiram os bancos pra caber bastante gente. E é uma muvuca só. Homem, mulher, publicitário...de um tudo. Tomei umas bênçãos – caramba, o frei que tá dando benção é mó gato, como assim? Concentra, Carrie. Concentra! Tirar frei do bom caminho é comprar briga com Toninho! Pai nosso que estás no céu... – fiz uma oferta e pus minha listinha no altar. Quase tive que derrubar uma mulher com uma criança no colo – gente, pra que trazer uma criança de colo e ainda por cima parar em frente ao altar com ela? – mas venci. No final peguei pãozinho e ainda passei na Leonardo da Vinci e na feira de sebos da Cinelândia (onde não tinha nenhum dos livros que eu procurava).

Vamos ver hein, Toninho? Dessa vez dei, inclusive, nome aos bois que é pra modi não dá pobrema. Se mexe, rapá.

5 comentários:

Unknown disse...

Obrigada por citar o delicioso doce de minha mãe. Como não fazer um comentário depois deste elogio!!!! mtos beijos p vc
Carla

Carrie, a Estranha disse...

Aêeeeeee!!! COnsegui finalmente fazer com q Carlation comentasse!!! Viva!!

bjs

Anônimo disse...

muito bom o post.......adorei!!!!!

Anônimo disse...

Carrie,

Eu achei q só eu fosse ao Sto Antônio no dia 13!! Mas eu sou afilhada do moço. Vc acredita q minha mãe escolheu Sto Antonio para meu padrinho???
Desta vez eu consegui fazer um barraco: Quase bati numa mendiga q empurrou um velhinho. Fiquei péssima, pque eu não faço barraco, desço com a favela inteira. Mas a bençao do frei (nem vi se o meu era gato) me deu uma acalmada.
E voltei contente pra casa, cheia de respostas e pãezinhos para dar aos amigos.
Bjs,
Dani
P.S.: Mas ainda encalhada :(

Carrie, a Estranha disse...

Menina! Vc tem conchavo com o homem! Vou pedir intercessão!

bjs