(Tava tão chapada de sono quando escrevi esse post ontem que passaram vários errinhos. Segue uma versão mais limpinha - mas, fatalmente, ainda com erros).
Vou eu pr’aqueles sebos da praça Tiradentes com a missão de achar o romance russo “Os filhos da rua Arbat”, de um autor chamado Anatoli Ribakov. Eu tinha informações de que havia um exemplar lá, perdido em um lugar perto do Teatro João Caetano. Beleza.
Pra quem não mora no Rio: próximo à praça Tiradentes - antiga área onde ficavam os famosos Teatros de Revista - há uma variedade enorme de sebos; estes contendo muitas opções. É só ter paciência e canela. Sebo nas canelas (Dãã!! Mil vezes dããã!! Pegaram? Pegaram?).
Em cada sebo que eu entrava e dizia: “você tem Os filhos da rua Arbat?” parecia que eu estava falando...russo. Quem? Eu? Filhos? Skavusca!
(Rápido parênteses: me lembrei de quando era adolescente e neguinho tinha uma brincadeira infame que era o seguinte: você tava contando um caso, por exemplo. Aí a pessoa não escutava e perguntava: “Ãhn?” E aí quem tava contando – e quem mais estivesse ao lado e soubesse da brincadeira – dizia uma palavra onomatopéica – que eu não me lembro - do tipo: “cabong!”, “sbrubles” ou “tóim!” - que significava “não ouviu, se fudeu!”. Em breve isso virou mania. Não, não tem a menor graça. Não, não faz sentido, é só isso mesmo. Mas eu me senti meio assim hoje. “Hein?” “Skavusca!” Fecha parênteses).
Pôxa e o nome do cara nem é dos mais estranhos em termos de russo. Ele poderia se chamar Vassili Stiepanovicth Stavrógin. Ou Afonka Nicolaievitch Swarovski. Mas, não. O cara chama Ribakov. RI-BA-KOV, assim do jeito que escreve. Simples.
Chego, enfim, ao sebo em que eu acho que a minha amiga comprou o exemplar dela. A moça diz: “ah, um rapaz comprou esse livro sexta feira” – sim! Era o namorado da minha amiga – “ele tinha visto no sebo virtual e veio atrás” – siiim, era ele! Sei que seria difícil haver outro exemplar, mas explico: ela - quer dizer, o namorado dela que foi quem comprou - disse que na loja em frente havia um outro exemplar, só um pouco mais caro. Atravesso a rua.
De novo: "Tem... Arbat?" Hein? Skavuuuuusca! O cara procura dali, procura daqui...
Pra quem não mora no Rio: próximo à praça Tiradentes - antiga área onde ficavam os famosos Teatros de Revista - há uma variedade enorme de sebos; estes contendo muitas opções. É só ter paciência e canela. Sebo nas canelas (Dãã!! Mil vezes dããã!! Pegaram? Pegaram?).
Em cada sebo que eu entrava e dizia: “você tem Os filhos da rua Arbat?” parecia que eu estava falando...russo. Quem? Eu? Filhos? Skavusca!
(Rápido parênteses: me lembrei de quando era adolescente e neguinho tinha uma brincadeira infame que era o seguinte: você tava contando um caso, por exemplo. Aí a pessoa não escutava e perguntava: “Ãhn?” E aí quem tava contando – e quem mais estivesse ao lado e soubesse da brincadeira – dizia uma palavra onomatopéica – que eu não me lembro - do tipo: “cabong!”, “sbrubles” ou “tóim!” - que significava “não ouviu, se fudeu!”. Em breve isso virou mania. Não, não tem a menor graça. Não, não faz sentido, é só isso mesmo. Mas eu me senti meio assim hoje. “Hein?” “Skavusca!” Fecha parênteses).
Pôxa e o nome do cara nem é dos mais estranhos em termos de russo. Ele poderia se chamar Vassili Stiepanovicth Stavrógin. Ou Afonka Nicolaievitch Swarovski. Mas, não. O cara chama Ribakov. RI-BA-KOV, assim do jeito que escreve. Simples.
Chego, enfim, ao sebo em que eu acho que a minha amiga comprou o exemplar dela. A moça diz: “ah, um rapaz comprou esse livro sexta feira” – sim! Era o namorado da minha amiga – “ele tinha visto no sebo virtual e veio atrás” – siiim, era ele! Sei que seria difícil haver outro exemplar, mas explico: ela - quer dizer, o namorado dela que foi quem comprou - disse que na loja em frente havia um outro exemplar, só um pouco mais caro. Atravesso a rua.
De novo: "Tem... Arbat?" Hein? Skavuuuuusca! O cara procura dali, procura daqui...
- Tem não.
- Tem sim, moço, a minha amiga comprou na outra loja...
- Ah, eles sempre dizem isso, que acabaram de vender.
- Não, moço. Dessa vez é sério. Minha amiga realmente comprou ali e me disse que aqui também tinha.
O cara tenta mais uma vez. Quer saber o primeiro nome do Ribakov. Pego minha folha com a bibliografia do curso e...não tinha! Estava escrito apenas Ribakovi. Ligo pra pobre da minha amiga:
- Qual o primeiro nome do Ribakov?
- Hein?
(Skavusca!)
- O primeiro nome do Ribakov. O cara não consegue achar o livro porque o sebo é organizado pelo primeiro nome do autor.
- Ihh, não sei...
- O sebo que você falou é o kkjhdk?
- Não sei. É grande?
- É!
- Tem dois andares?
- Tem
Nisso o vendedor dizia que tinha outro sebo ao lado que também era grande e também tinha dois andares e não sei mais o quê... Por intervenção divina o namorado (que nem fazendo essa matéria está) da minha amiga estava ao lado dela e foi dando as coordenadas:
- Sobe pro segundo andar.
(Subo eu e o vendedor)
- Vira à esquerda.
(Tô indo)
- No cantinho!
- Ah, o primeiro nome dele é Anatoli.
- (Eu, pro cara): Moço, é Anatoli o primeiro nome.
Na mesma hora o cara acha.
Ai, como é bom achar um livro que a gente está procurando!
Ai, como é bom achar um livro que a gente está procurando!
(Eu, tentando argumentar com o vendedor): se colocassem pelo sobrenome seria mais fácil.
(Cara): é que a gente não segue o padrão americano.
(Eu): pois é, mas aí fica mais difícil
(Cara): ah, mas pelo menos a gente foge um pouquinho do imperialismo cultural.
Hein?
Skavusca!
Skavusca!
7 comentários:
Hehehehe... Sensacional. E a sensação de achar um livro que a gente tá procurando é ótima, mesmo. E em sebo tem um sabor melhor ainda...
Porque você ocultou o nome do sebo ? rs
Ah, e qual sebo virtual vc consulta? O estante virtual?
Abraços!
Oi, Cláudio!
Valeu. É bom achar um livro, né? Aliás, é bom achar qualquer coisa q a gente procura muito tempo.
Oi, Gustavo!
Ah, achei q seria injustiça com os outros sebos. Afinal todos aqueles das imediações da Pça Tiradentes e IFICS são ótimos! Esse é saber e alguma coisa...tenho o marcador ali, mas to com preguiça de pegar.
bjs
PS: Sim, o estante virtual é ótimo, né? É ele q eu acesso. Comprei um livro esses dias vindo de SP, os caras entregaram em Sedex, super eficientes (mas aí é a livraria q entrega, né? mas são todos muito rápidos e bons).
É, eu já achei ótimos livros com preços inacreditáveis no Estante. Inclusive estou montando minha biblioteca (aqueles livros dos outros que vc leu mas queria ter também) a partir do site.
Minha última aquisição no EV foi um livro que originalmente custa 145 reais. Comprei por 45 com frete incluso. E chegou com cheiro de novo! Livro com papel couche e cheiro de novo RULES!
:)
Mto divertido esse texto!
Final impagável.
Postar um comentário