Matéria no Globo de hoje: “Escândalos acirram polêmica do voto nulo”. Aí mostram um grupo de Vila Isabel que fazem campanha em prol do Voto nulo (JH, são seus amigos anarquistas?). Com uma matéria ao lado: “Maioria de votos inválidos não anula as eleições”. Aí vem duas figuras falar sobre o voto nulo: Alessandra Aldé, do Iuperj e Marcelo Simas, do CPDOC/FGV. É piada? Claro que eles disseram que “votar nulo é abrir mão do direito de escolher” e que o artigo 224 – o que diz que se mais da metade votar nulo as eleições são inviabilizadas – já foi revisto pela constituição de 1988 (mas há juristas que dizem que isso é controverso, que a lei pode dar margem à várias interpretações...). Dizem também que mesmo se todo o Brasil votar nulo e apenas uma pessoa votar em um candidato, ele é eleito com este voto. Até parece, né? Pensem bem se o cara teria forças pra se eleger? Fala sério...
Eu só vou dizer mais uma coisa sobre o voto nulo: eu vou votar nulo pela total falta de opção. Porque eu me recuso a escolher entre o roto e o esfarrapado. Entre o sujo e o mal lavado. Trocar 6 por meia dúzia. Dizem que não votando eu posso abrir mão do meu direito de escolha. E votando, eu estou realmente escolhendo? Escolhendo entre o quê, se as opções são todas iguais! Se o legislativo é 99% corrupto! Se as leis são caducas! Se o Executivo não faz nada sozinho! Me economizem...
Na mesma edição de hoje do Globo tem uma matéria falando sobre o poder da internet sobre a política. Que cada blog/página do orkut/e-mail traz a possibilidade do cidadão participar...Até concordo que já é um avanço. Mas quando a gente pensa que mais da metade (muito mais da metade) da população não tem acesso a internet...
No Megazine - suplemento do Globo - dessa terça saiu uma matéria legal falando sobre os blogs de libaneses e israelenses sobre a guerra. A maioria em inglês. Alguns blogs listados: o da libanesa Carine, que está com todas as linha de telefone cortadas e se comunica apenas pela internet; um que é feito por uma israelense e um libanês e há um debate de idéias dos dois lados; de um americano que, ironicamente, teve que deixar o Líbano expulso pelas tropas de seu próprio país; de outro libanês; de um pacifista israelense; de um bunker diretamente de Israel. O único escrito em português é o de um soldado brasileiro, Carlos Reiss, de 25 anos, que serve o exército israelense em uma base em Jerusalém. Confiram. Vale à pena.
Também comprei a Época dessa semana, falando sobre blogs e pessoas que ganham dinheiro com isso. Os de sempre: Kibeloco, Cocadaboa, Blog do Noblat e mais alguns outros, hilários, como o Jesus, me chicoteia! (Que eu já conhecia). Trata-se de uma paródia da Bíblia - uma das coisas mais engraçadas que eu já li na Internet. Esqueceram de falar sobre o Mothern, blog que virou livro e que virou programa na GNT. Ah! E esqueceram de falar da minha ídala máxima: Bruna Surfistinha. A matéria também dá umas dicas pra fazer seu blog ganhar dinheiro. Centavos, cada vez que as pessoas acessam. Quando eu tiver saco, vou ver que merda é essa. Afinal, soy capitalista!
8 comentários:
Meu voto, para Presidente, é nulo convicto, por total falta de candidatos. Já para o Estado do Rio, estou pensando na Denise Frossard, uma opção interessante contra o Sérgio "Deus me livre!" Cabral.
E, para o Legislativo, vou somente de Gabeira e ninguém mais. Sempre voltei nele, pois o considero um político coerente.
Beijos,
Celso
Olha, Carrie, neste país em que o povo não lê, em que a classe média (agora sim eu vou concordar com você na análise de classes) acha que um livro de 200 reais é caro, quando caro são os celulares com câmera integrada que a classe média ama comprar, pois é, neste país em que a leitura não é valorizada, ver a Bruna Surfistinha vender mais de 100 mil exemplares daquele lixo que ela escreveu, e ainda por cima sair ao seu respeito uma matéria de duas páginas que eu li no New York Times, sobre o seu sucesso e a sua análise "intelectual" e "revolucionária" sobre o sexo anal no Brasil, dói, mas dói mesmo, e não sei se é dor de cotovelo de minha parte por que ela publicou e eu, não, ou se é por que ela é B-U-R-R-A mesmo, e não por ser prostituta, mas sim por que o livro dela é um horror, e o mercado editorial adora lançar estes horrores por que encontra público horroroso que lê essas horroridades.
Ufa! Chega, fiquei até de mau humor agora.
Beijos.
Celso
fala aí, carrie...
a matéria do globo de domingo foi sobre o comitê pró-voto nulo, que se reúne em vila isabel, e do qual tb faço parte. logo, respondendo sua pergunta, conheço aquela galera sim.
vc comentou bem e eu já esperava que isso iria acontecer: o jornal pega o gancho da campanha pelo voto nulo pra contrapor aos "especialistas", aos "democratas" de sempre, pra incutir no leitor a seguinte lógica: "votar nulo é se recusar a participar".
no comitê tentamos desmistificar essa idéia e valorizar, muito mais do que o voto nulo (como ato de desobediência civil), propostas de política além do voto.
o grupo está aberto à participação de qualquer um, sem precisar estar ligado a algum "ismo" específico (anarquismo, marxismo, etc...). pelo menos que conteste a atual forma de democracia representativa e esteja disposto a discutir/propor formas de ação extra-parlamentar.
bom... paro por aki. tá virando panfleto.
só vou deixar o link do blog pra quem estiver a fim de dar uma olhada: http://votonulorj.blogspot.com/
valeu!
Não acho a Bruna Surfistinha burra, não. Acho q é difícil pras pessoas admitirem a história dela. Aí fingem que não é por preconceito dela ser porstituta e acusam-na de burrice. Ela escreve muitíssimo bem pra uma pessoa q não tem nem segundo grau. E a história de vida dela é fascinante.
Celso, estou contigo: Gabeira sempre, Frossard Governadora, mas nulo, nem pensar! Eu posso até não ter a inteligência ou a bunda da Bruna Surfistinha, mas o nulo como protesto é tão eficiente quanto parar de comer carne pra evitar o abate de boizinhos no planeta. Meu voto não é de graça: sou uma terrorista psicológica e atormentadora contumaz de políticos safados.
Van, meu nulo não é uma forma de protesto, é por que eu não tenho candidato mesmo, não mais. O único por quem eu me aproximava era o Alckmin, destruído que foi pelo PCC. E olha que ele tinha todo um discurso do "choque de gestão", hein? Acho que ele levou sim, foi um eletro-choque.
Celso
Aline,
Não mudo minha opinião sobre a Bruna. Conheço histórias de vida muito mais interessantes do que a dessa "escritora", e livros muito mais interessantes também do que o dela. Considero "O doce veneno do escorpião" o lixo do ano.
Bem, questão de opinião. Mas se é mesclada por preconceito, ou não, aí já é uma análise sua, que eu discordo.
Beijos,
Celso
Outra, Aline, mas noutro dia eu tenho pensado na música "Construção", do Chico Buarque. Foi no domingo passado, quando eu retornava de Niterói pela ponte. Então, lembrei-me de toda a vida de meu pai, meus tios e meu padrinho, que saíram do sertão do Ceará por causa da seca do final dos anos 40. E aí me lembrei que o meu pai só tinha o primário e tinha uma fazenda próspera, com criação de gado e cavalos, fazenda construída com as suas próprias mãos, ajudando ao pai, e isso aos seis anos de idade. Isso! Com seis anos de idade, as crianças, na roça, já trabalham de sol a sol para ajudar as suas famílias.
Então, lembrei-se que naquele momento em que a ponte era construída, o país crscia sob a batuta do Milagre Econômico, e que isso atraía os nordestino, ávidos por EMPREGO pois a seca de 1948/1950 destruíu por completo a fazenda de meu pai. E aí, para não morrer de FOME, ele veio para o Rio de Janeiro, abandonou as suas raízes, família, amigos, e veio para cá trabalhar como copeiro, e depois, garçom, e depois etc, etc, etc, e eu nasci.
Bem, ele deu a sorte de ter ido para esses empregos por que ele sempre teve medo de altura, mas muitos, atraídos pelos bons salários da construção na ponte, MORRERAM naquela porcaria de cimento e sem vida que consumiu a vida de centenas de nordestinos iguais ao meu pai.
Então, eu comparo a vida que ele e o meu padrinho e tios tiveram aqui no Rio, e vejo a vida da Bruna Surfistinha, e para qual lado você acha que eu vou tender?
Realmente, a vida dela deve ser bem interesssante, igual a um vídeo em que eu a vi levando ferro na bunda.
Bem, devo ser um homem incomum, pois não curto prostitutas, nem para amizade.
Mas ainda assim não analiso a "escritora" pelo preconceito. Se ela fosse boa mesmo, eu diria, não me importando o que ela fez na vida.
Beijos,
Celso
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